Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
A gente não se prepara para certas dúvidas, esquecimentos e desamor. No auge de nossas vidas fazemos de tudo para encarar o medo, o cansaço, as finanças e os acontecimentos inesperados. Queremos construir algo que seja suficientemente bom para ajudar os descendentes. Alguns se sobressaem mais, mas para outros a luta é maior.
Não importa quem somos e no que nos tornamos, a preocupação é sempre ensinar, ajudar e fortalecer a família. Não imaginamos um quadro com menos valor do que aquele que nos mostra a união e o crescimento de todos em pessoas que caminham por uma bela estrada. A idade vai chegando e podemos sentir orgulho ou o peso do fracasso.
Mesmo que cada pessoa tenha seu livre arbítrio, nos culpamos se olharmos ao redor e não enxergarmos uma imagem que se encaixe com bem-estar e progresso, tanto material, quanto espiritual. A velhice traz consigo o medo de ter falhado ou não ter feito o suficiente. No processo, vamos ganhando honras ou sendo esquecidos. Talvez não faça sentido, mas parece que cada um guarda dentro de si mais as falhas que tivemos, do que nossas glórias. Porém, a vida é praticamente um jogo de tabuleiro, cujas peças saem da jogada se estiverem na posição desnecessária, a não ser que um novo jogo se inicie e ela retorne ao campo de batalha.
Há um laço transpessoal entre família, mesmo que nos digam que precisamos ser livres e seguir nosso caminho. É como andar numa floresta deixando uma corda pelos troncos só para ter certeza de que podemos voltar se algo acontecer. Acontece que a idade é árdua e esperamos colher os frutos do que naquele auge da vida, plantamos. O problema é que nem sempre eles brotam. E sentimos o vazio de ter cultivado, esperado e não ter florescido.
Vamos levando conosco, dentro da mente e do coração, um processo do qual não temos mais o que fazer, não temos mais controle. Apenas observamos, com nossos cabelos brancos e pele já enrugada, o desenlear da história, jamais deixando de rezar para que todos encontrem paz, discernimento, saúde e abundância em suas vidas. Quanto a nós, ainda tentamos ser úteis e fazer algo que alimente nosso espírito de luz, provando para nós mesmos que sim, temos valor. Só preparamos a terra para receber frutos bons, mas a vida ensina que alguns virão imperfeitos e quem sabe sejam eles os que mereçam mais atenção e amor.
NAMASTÊ
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