A DOR NO CORAÇÃO

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Como explicar algo que o coração dos outros vê de outra forma, sente diferente de nós e vê com outros olhos? A vida parece nos pregar peças e nessas sermos surpreendidos com palavras e atitudes jamais esperadas, porque simplesmente tentamos ser sinceros e abrir o coração.

Seria maravilhoso se o que compreendemos da vida, fosse o mesmo que os outros compreendem. Mas não é assim, até porque a percepção e o foco mudam a todo instante. As informações podem chegar distorcidas, julgadas erroneamente e transformar imediatamente as relações. Tão importante parar, ouvir e tentar entender o lado oposto. Mas não fazemos isso! Tudo que queremos é estarmos sempre certos, donos da verdade, orgulhosos por não ceder.

Sair de uma discussão com a última palavra é uma forma de nos mostrarmos fortes, sem sentir humildade, mas nos colocarmos acima de uma verdade que muitas vezes não queremos enxergar. Normalmente, viramos as costas, desligamos o telefone ou deixamos alguém em frangalhos, jogando com a energia das palavras. Alguns se arrependem, outros tão orgulhosos de si, carregam a certeza de que estão certos, sem nunca se desculparem. Não sabem os pregos que martelam nos corações e na responsabilidade espiritual que isto lhes implica.

Nada é tão difícil nesta vida como compreender o coração dos outros. Cada um tem uma maneira de se expressar, conforme sua própria história. Isso implica em muitos capítulos de como foi tratado, o que aprendeu e como o coração foi congelando, dependendo do que a própria mente, ainda não tratada adequadamente, imagina ou foi instruída a imaginar. Daí vem a grande responsabilidade dos terapeutas, psicólogos e tantos que trabalham com a mente humana. Aconselhar pessoas para elas se sentirem seguras, pode implicar em erros e aumentar orgulho e raiva, pondo fim a relações que poderiam ser consertadas e liberar a alma de pesos.

No mundo, só queremos poder ser e participar. Queremos que tenham admiração por nós, nos sentirmos parte, ensinando, opinando e aprendendo, também. Mas muitas vezes, incompreendidos, nos afastam como peças "non gratas", sem saber que um dia, quem sabe, a vida poderá soprar o vento e levar com ele tudo que dedicamos uma vida inteira para construir. E só restarão lembranças...

NAMASTÊ