O DIREITO DE NOS SENTIR ASSIM...

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Cada um reage às situações de uma forma. Uns se irritam, outros não ligam. Uns se encantam, outros acham besteira. Uns se emocionam, outros debocham. Esta maneira de encarar a vida tem a ver com a personalidade que criamos durante a caminhada.

Mas tem momentos em que não conseguimos controlar o que sentimos, e até gostaríamos. Dependendo da emoção, sofremos demais, ignoramos demais ou nos entregamos demais. Quem observa de fora pode achar que exageramos ou erramos no quesito equilíbrio, sem se dar conta que muita história está envolvida e acumulada durante anos.

Temos direito de nos sentir magoados com algumas respostas que ouvimos, bravos com atitudes e felicíssimos com o desenlace de uma situação. Os sentimentos fazem parte de nós, desse mundo interno confuso e perturbador. Queremos ter controle, porém surtamos algumas vezes,  como se fosse literalmente a gota que transbordasse. A questão é que, em algumas situações, o descontrole acaba com alguém que não precisava de tudo aquilo. E criamos tensão nas relações.

Mesmo assim, temos o direito de nos sentir assim cabisbaixos, quietos ou cheios de energia. E temos o dever de resolver o que deixamos para trás como corações partidos, desordens e loucuras, se quisermos ter ainda essas boas relações e conquistar paz. Temos esses direitos, mas deve haver respeito e consideração com aqueles que nos ouvem ou são atingidos de alguma forma pelos nossos sentimentos.

Nossos laços são frágeis, se considerarmos que cada um carrega seus fardos e têm limite para a paciência. Mas na vida, na nossa vida, precisamos aceitar que num determinado dia, temos o direito de nos sentir assim...e nos permitir se isolar, rir alto, cantar ou quebrar uma xícara. Porque afinal, libertar-se do que nos incomoda pode ser a resposta para voltarmos ao eixo do equilíbrio mental.

NAMASTÊ

O VALOR DOS BISCOITOS DE NATAL

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Quando eu era criança via minha Oma (vó  em alemão) de tamanco preto de saltinho, com seu avental branco, vestido, com as faces rosadas, amassando massa para biscoitos, no calor de uma cozinha. Para falar a verdade,  nunca me dei conta do trabalho que ela tinha para fazer pacotinhos para toda a familia e, junto com um presentinho, lá estava o tradicional pacote de biscoitos. Quando ela se foi, os biscoitos também se foram. Bem mais tarde, quando me tornei vó, resolvi procurar tais biscoitos para dar para minha primeira neta. Acabei encontrando uma senhora que fazia sob encomenda.

Como gosto de cozinhar, resolvi buscar receitas sobre os biscoitos de natal e fiz minha primeira fornada. Percebi como é divertido cortá-los em formatos diferentes e enfeitá-los. Resolvi fazer para os dias especiais do ano como Páscoa, dia dos pais e mães e das crianças. Hoje, apesar do cansaço, me sinto realizada em fazer isto já há muitos anos. Mudei um pouco o estilo do famoso biscoito natalino, para dar ênfase nos de sabor. Percebi que diferentes biscoitos não enjoam tão rápido e podemos saboreá-los com uma xicara de chá,  café ou achocolatado, sentindo o aroma e sabor de cada um.

Minhas netas adoram e fico feliz por deixar este legado e lembrança, como minha Oma me deixou. Às vezes, até sinto a presença dela quando estou na cozinha e acabo falando sozinha, pedindo conselhos ou reclamando do calor, dando ainda mais valor pelo que ela fazia. Parece que foi só eu procurar estes biscoitos que muita gente resolveu fazer para vender. E agora existem muitas pessoas vendendo.  Confesso que tem um mais lindo e perfeito que o outro. Mesmo na simplicidade, os meus são feitos com muito amor e cada um vai com uma boa energia, mentalizada na saúde e satisfação de cada pessoa que experimenta um desses. 

Agradeço a todos que, junto comigo, fortalecem essa tradição prestigiando os biscoitos. O motivo inicial foi apresentá-los às netas e agora é a satisfação de ver alguém feliz. Todo ano digo que será o último que farei e acabo na cozinha de novo no ano seguinte. 

Para minha querida Omama deixo este texto em sua memória e de seus lindos, delicados e saborosos biscoitinhos de natal. E que o verdadeiro motivo deles seja a felicidade de fazer e de comer. Gratidão, Oma!

NAMASTÊ 

EU COMIGO MESMA

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Sou intensa, sempre fui.

Quando amo, quero cuidar.
Quando sofro, choro muito.
Quando quero, dou um jeito de conseguir.
Quando decido, vou em frente.

Minha energia às vezes assusta,
Às vezes irrita,
E nem sempre é compreendida.

Nao sei se é do signo,
Ou a alma agitada.
Talvez uma vontade desenfreada de ser feliz,
Querer viver e ver o mundo com olhos curiosos.

Mas a mesmice me entedia
Preciso ser mais que existir.
Não sou do barulho, prefiro o silêncio,
Nem de ambientes cheios de gente.
Gosto de conversar apenas em dois ou três.
Quando fico quieta é porque estou sem paciência.
Não costumo falar o que estou sentindo,
Mas meu jeito transparece,
Meus olhos se iluminam ou apagam,
E aos poucos vou mostrando desagrado.

Explodir não faz parte de mim,
Mas se o fio acaba, saia de perto!
Sou como um tornado que passa rápido
E depois só vê os estragos, corroendo o coração.

Porque sou amor,
Não gosto de brigar, de maldades.
Busco a paz onde quer que eu vá.
Mas o mundo está cheio de espinhos
E eu cheia de furinhos que vou curando.

Sim, sou intensa!
Intensidade nos dá vida!
Não curto o mais ou menos, nem pessoas mornas que, quando estão do seu lado, não te deixam viver, nem sorrir, nem ser.
Não pense que esqueço, me finjo de morta se você merecer. Caso contrário, saio de fininho.

Não gosto de ser comandada, mas orientada.
Nem de ser tratada com gritos ou deboches.
Respeito é um sinal de maturidade e sabedoria.
Também não gosto de que controlem minha vida, me dizendo o que fazer.
Se me quer por perto, espere eu pedir sua opinião  e pare de dar ordens.

Sou sagitariana, bruxa e alma livre.
Ando pelos caminhos do bem, sem olhar a quem.
Me entenda, se puder.
Goste ou não de mim, pois é um direito seu.
Mas, se fizer parte da minha vida, seja você mesmo, para que eu saiba com quem ando.
Quem em sã consciência escreve sobre si mesmo? Só quem tem a mente aberta ...

NAMASTÊ 

CERTO OU ERRADO

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Muitas vezes pensamos se o que fazemos é certo ou errado. Parece existir entre um e outro, uma lacuna perigosa que afeta profundamente a vida e o emocional. Somos constituídos de pensamentos e emoções, agindo conforme o momento. A dificuldade de se desvencilhar de alguns sentimentos pesados, nos faz tomar decisões, às vezes drásticas, às vezes incoerentes.

A vida nos presenteia constantemente de dores que gostaríamos de esquecer, mas que ficam guardadas, e isto vai tornando nossos corações duros, cheios de reservas e inseguros. Se formos novamente golpeados com certas atitudes e palavras, vamos nos fechando num casulo que só nós conhecemos, porque falar disto é criar dramas. Tudo que não precisamos é dos comentários de gente que é pior que nós no quesito compreensão e que se acha sábia o suficiente para resolver os problemas dos outros, sem olhar suas vidas encardidas.

Mais tarde, quando a tal poeira baixa e conseguimos concatenar as idéias, ficamos nos perguntando se agimos corretamente. Existe uma auto-defesa, às vezes até insuportável, ou orgulho, que fica nos mostrando razões para termos agido daquela forma. É um tipo de proteção na qual queremos acreditar que agimos certo.

Por outro lado, a angústia que permanece no peito, fomenta o pensamento em direção a nossos erros, questionando se agimos certo ou errado em relação aquele assunto. A platéia tem opiniões diferentes, todos com suas certezas, sem saber o que se passa dentro de cada um e de seus corações. Por isso, muitas vezes sofremos calados, a fim de não juntar mais confusão nos pensamentos já conturbados.

Quando encontramos a pessoa certa para nos ouvir, a paisagem muda de figura e o que parecia uma nuvem negra, libera agora raios de sol por entre elas. Certo ou errado é algo que está nos dois lados da moeda. Fácil julgar, difícil passar pela mesma situação, sem analisar toda uma vida.

Para quem tem mais sensibilidade, fica um pouco mais claro observar e sentir verdades e mentiras. Mesmo assim, vamos ferindo a nós mesmos com manifestações erradas, que julgamos serem corretas. É um mundo cheio de julgamentos! Porém, o mais algoz deles vêm de dentro do nosso coração, que maltrata e nos molda a cada dia em pessoas melhores ou piores. Certos ou errados, vamos carregando fardos e ajustando as relações em amorosidade ou eternas rusgas.

NAMASTÊ 

COMPREENSÃO E LEVEZA

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Se fiz algo que te magoou e tem raiva de mim, eu peço perdão pela minha ignorância.
Se eu disse algo que te afetou, peço que entenda o momento e analise se há razão nisso ou não.
Se deixei de estar presente para você, entenda que nem sempre as condições são propícias ou eu não estava bem comigo.
Se te abandonei algum dia, talvez também tenha me sentido abandonada e precisei de espaço para me refazer.
Se fiquei em silêncio quando você  esperava uma reação minha, é provável que precisei pensar no que iria dizer.
Se desviei o olhar quando queria que eu estivesse atenta, talvez minha cabeça estivesse em outro lugar, preocupada com alguma situação.
Se meu abraço não foi tão confortante, me ajude a ser melhor e pergunte o que se passa comigo.
Se não te ofereci o que esperava receber, talvez esteja vazia, ou sem ânimo, ou ainda apenas sem vontade.

Peço que não desista de mim quando não correspondo às suas expectativas. Que não me deixe sem seu carinho e seu abraço. Também preciso disso! Corre muita informação, muitas lembranças e tristezas dentro de mim e que ainda não consegui sanar. Estou me esforçando, trabalhando para ser melhor, mas sou mais uma pessoa vivendo sua própria história. Às vezes mal contada, às vezes sem intenção de ofender e magoar quem me acompanha na estrada. Também sofro, tanto com minhas impetuosidades, quanto com o que ouço e recebo. Vamos melhorar as relações e tornar a vida mais leve?

NAMASTÊ