Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
Quanto mais tento entender, mais e mais perguntas sem respostas surgem em minha cabeça.
Ao nascermos, subimos na ponta de um fio e nos dão o rolo nas mãos. Ao longo da vida, vamos largando o fio. Todos ganham um rolo do mesmo tamanho, mas não sabem que este rolo, em determinada hora, está arrebentado, pois nem sempre o fim é no final. Uns simplesmente desenrolam tudo, outros acabam por perder a linha.
Que mistério é esse que ninguém traz provas de que é realmente o fim ou tem continuidade? E qual é realmente a finalidade de não sabermos?
Vai me deixar ou só vai dar um tempo? Ainda poderemos nos encontrar? Como te reconhecerei?
Não sei como será esse vazio no peito. Se a gente se acostuma ou se a dor continua, na sensação de que a lembrança preenche o momento. Tem coisas que só de olhar, sei que poderei sentir tua presença . Ou de ouvir, imaginarei você cantando e dançando.
Deve ter uma razão esquecermos diferenças, tristezas e amarguras, para só guardarmos aquilo que foi bom. Talvez, porque finalmente entendemos o que é dar valor quando se perde, ou para aquele que vai não carregar esse peso energético. Apenas deixar fluir.
Me peguei encostada num lugar olhando para um céu acinzentado, gelado. E lembrei de você. Onde estaria naquele exato momento? Não há mais contato, não consigo saber se sente dor, se já está noutra dimensão, se tem companhias espirituais, se está bem. Isto incomoda, pois desejo e peço a Deus que o tenha em seus braços, que não o deixe sofrer.
Não sei mais o que é certo e errado e nem o que ambicionar. Foram tantos momentos em que achei que não o veria mais, que não conseguiria mais sentir o calorzinho de suas mãos. Eram elas que no inverno aqueciam as minhas todas as manhãs, ao me levar para o colégio.
Ao vê-lo inerte em sua cama, com o olhar distante, me culpo por não tê-lo mais vezes perto de mim. Onde estava eu com a cabeça, quando não percebia o quanta falta faria sua chatice, suas reclamações, seu jeito brusco de tratar determinadas questões? Mas agora imploro por um simples mexer de boca dizendo sim. E você não consegue!
Sonhei que teus lindos olhos azuis se abriram repentinamente e eu feliz gritei. Você sorriu e me disse estar bem. Pediu um abraço e eu deitei em seu ombro e pude sentir teu amor e carinho. Mas foi um sonho, apenas um sonho que, ao acordar, me deixou feliz por todo o dia. Quem sabe não nos encontramos realmente no plano astral e tivemos esse momento? Quero acreditar nisso.
Mas, como será sem você? Não sei, pois essa resposta ainda não veio. Tenho medo, assusta. Você sempre foi minha fortaleza, quem me segurava, me puxava, me erguia, nem que fosse apenas com um: eu acredito em você! Eu sei que já estou crescidinha, mas me sinto ainda sua Joquinha.
Não sei o que passará pelas nossas cabeças quando a borboleta voar. Mas quero, quero muito que ela seja a mais bela espécie, com as mais lindas cores e as asas mais incríveis. Pois sei que seu vôo será em direção a luz brilhante de infinito amor. E, certamente, quando o vento vier, eu saberei que são suas asas a tocar meu rosto e coração.
Eu te liberto de todo mal que aqui possa existir e que te prende a uma existência sem brilho algum. Te amo, pai! Muito mesmo...
Vá com Deus...!
Namastê