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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

sexta-feira, 19 de maio de 2017

COMO SERÁ SEM VOCÊ?

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)



Como será o mundo sem você? Como se preenche esse vazio no coração de que você tem que ir embora e eu não mais poderei te abraçar, te ouvir ou rirmos juntos?

Quanto mais tento entender, mais e mais perguntas sem respostas surgem em minha cabeça.

Ao nascermos, subimos na ponta de um fio e nos dão o rolo nas mãos. Ao longo da vida, vamos largando o fio. Todos ganham um rolo do mesmo tamanho, mas não sabem que este rolo, em determinada hora, está arrebentado, pois nem sempre o fim é no final. Uns simplesmente desenrolam tudo, outros acabam por perder a linha.

Que mistério é esse que ninguém traz provas de que é realmente o fim ou tem continuidade? E qual é realmente a finalidade de não sabermos?

Vai me deixar ou só vai dar um tempo? Ainda poderemos nos encontrar? Como te reconhecerei?

Não sei como será esse vazio no peito. Se a gente se acostuma ou se a dor continua, na sensação de que a lembrança preenche o momento. Tem coisas que só de olhar, sei que poderei sentir tua presença . Ou de ouvir, imaginarei você cantando e dançando.

Deve ter uma razão esquecermos diferenças, tristezas e amarguras, para só guardarmos aquilo que foi bom. Talvez, porque finalmente entendemos o que é dar valor quando se perde, ou para aquele que vai não carregar esse peso energético. Apenas deixar fluir.

Me peguei encostada num lugar olhando para um céu acinzentado, gelado. E lembrei de você. Onde estaria naquele exato momento? Não há mais contato, não consigo saber se sente dor, se já está noutra dimensão, se tem companhias espirituais, se está bem. Isto incomoda, pois desejo e peço a Deus que o tenha em seus braços, que não o deixe sofrer.

Não sei mais o que é certo e errado e nem o que ambicionar. Foram tantos momentos em que achei que não o veria mais, que não conseguiria mais sentir o calorzinho de suas mãos. Eram elas que no inverno aqueciam as minhas todas as manhãs, ao me levar para o colégio. 

Ao vê-lo inerte em sua cama, com o olhar distante, me culpo por não tê-lo mais vezes perto de mim. Onde estava eu com a cabeça, quando não percebia o quanta falta faria sua chatice, suas reclamações, seu jeito brusco de tratar determinadas questões? Mas agora imploro por um simples mexer de boca dizendo sim. E você não consegue!

Sonhei que teus lindos olhos azuis se abriram repentinamente e eu feliz gritei. Você sorriu e me disse estar bem. Pediu um abraço e eu deitei em seu ombro e pude sentir teu amor e carinho. Mas foi um sonho, apenas um sonho que, ao acordar, me deixou feliz por todo o dia. Quem sabe não nos encontramos realmente no plano astral e tivemos esse momento? Quero acreditar nisso.

Mas, como será sem você? Não sei, pois essa resposta ainda não veio. Tenho medo, assusta. Você sempre foi minha fortaleza, quem me segurava, me puxava, me erguia, nem que fosse apenas com um: eu acredito em você! Eu sei que já estou crescidinha, mas me sinto ainda sua Joquinha. 

Não sei o que passará pelas nossas cabeças quando a borboleta voar. Mas quero, quero muito que ela seja a mais bela espécie, com as mais lindas cores e as asas mais incríveis. Pois sei que seu vôo será em direção a luz brilhante de infinito amor. E, certamente, quando o vento vier, eu saberei que são suas asas a tocar meu rosto e coração.

Eu te liberto de todo mal que aqui possa existir e que te prende a uma existência sem brilho algum. Te amo, pai! Muito mesmo...

Vá com Deus...!

Namastê




terça-feira, 16 de maio de 2017

DÊ UM TEMPO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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A vida vai ficando tão cheia de compromissos,
a mente tão cheia de pensamentos,
o coração tão cheio de sentimentos,
o estômago tão cheio de guloseimas.

Um dia sentimos aquele cansaço, que não sabemos de onde vem.
Não temos mais vontade de mexer no jardim,
não temos mais ânimo para fazer a caminhada,
não temos mais fôlego para a grande faxina em casa,
não despertamos no pique para mais uma jornada de trabalho.

Cobramos demais nossa perfeição,
exigimos demais do nosso corpo e mente.
Se não alcançamos o planejado, o coração dói.
Se não conseguimos realizar o sonho, a culpa corrói.

Dê um tempo para a vida, para o amor, para a saúde!
Deixe-se arrastar por loucuras do tipo passar um final de semana numa cabana,
faça, de vez em quando, uma turnê na casa de amigos,
compactue necessidades e peça ajuda para que alguém fique cuidando dos filhos ou da casa.

Dê um tempo, nem que nada disso aconteça,
apenas se jogue na poltrona e leia o livro que tanto queria,
sem olhar para o que precisa ser feito, mas para o que precisa ser aproveitado.

Dê um tempo para as gorduras, e sinta seu corpo mais leve.
Se coloca tanta comida para dentro de você, está precisando preencher algo na vida.
Dê um tempo para o final de semana de faxina em casa.
Pegue as coisas e vá acampar, vá visitar alguém que mora noutra cidade.

Dê um tempo para aquela agonia que explode no peito,
porque a pessoa que você gosta, nem olha para você.
Afinal, sua vida é mais importante que qualquer amor ingrato.
Reúna-se com gente que te quer bem, que talvez esteja esperando a mesma oportunidade.

Dê um tempo para a correria do trânsito.
Por que quer sempre chegar dois minutos antes de todos?
Coloque uma música e dirija cantando, atento aos malucos, mas deixando de ser um deles.
Quando chegar ao lugar que precisa, desça do veículo e respire profundamente.

Dê um tempo para não se estressar com gente que está sempre amarga.
Vá de encontro a risos e graças. Deixe-se envolver pela alegria.
Jogue pelo caminho suas cargas, seus medos, sem olhar para trás.
Mesmo que esteja em situações complicadas, dê um tempo para pensar e agir.

Não atropele sua própria vida com a raiva que muitas vezes faz questão de surgir.
Suas emoções podem extravasar sim, mas dê um tempo para que não torne o ambiente ruim para todos.
Dê um tempo para seu mau humor, sua cara fechada, sua falta de paciência.
Se quer acabar com o dia dos outros, porque o seu não está bom, dê um tempo e vá se encontrar.

Dê um tempo e saia de férias. Todos precisam parar. Mas que sejam férias, não apenas deixar de ir todos os dias para o trabalho. Vá viajar, programe passeios, filmes, encontros.

Dê um tempo sempre na vida, pois a vida não te dá tempo algum. Ela corre como louca e vai levando quem encontrar no caminho. Principalmente os esgotados, cansados e infelizes. O tempo é precioso e a vida também. 

Dê um tempo agora, não deixe para amanhã. Pode ser um longo tempo de preguiça ou um curto tempo de risada. Mas mexa com você, com seu interior. Deixe que a energia estagnada nos músculos, no cérebro, nos ossos se refaça com o simples ato de você se dar um tempo.

NAMASTÊ

terça-feira, 9 de maio de 2017

O CANTO DO CORAÇÃO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)


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Emerge aquilo que te angustia,
não deixa navegar sem rumo o grande barco da vida.
Pega o teu leme, traça uma rota,
e pára de dizer a si mesmo que não tem saída.

Põe aqui dentro bons pensamentos,
deixa entrar o que vibra em bela harmonia.
Meu compasso depende mais da tua mente,
mas minha essência colabora com a bela fantasia.

Seus sonhos aqui estão guardados,
muitos perambulam sem encontrar o porto seguro.
Tens que me ajudar e enfrentar borrasca,
senão como encarar o seu futuro?

Dê um tempo para sua respiração,
me leve a caminhar em rios de águas em calmaria.
Quando sinto seus pés tocarem o chão,
minhas batidas em compasso, celebram alegria.

Ao unir-me a outros corações,
que também estão na mesma sintonia,
consigo enxergar as grandes ilusões,
a que os homens insistem em ter como companhia.

Meu canto é de amor, não sei viver de outra forma!
Tenho problemas em trilhar caminhos de tristeza,
pois quando entro num deles e me perco,
perco também a minha natureza.

Só peço que me cuide, me deixe ao menos amar.
Estou batendo em ritmo que faz o corpo viver.
Mas quando não recebo ou bloqueio esse amor,
aos poucos vou falhando e me deixo então, morrer!

NAMASTÊ


AS RUGAS DA VIDA

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Estamos na semana do dia das mães. E são tantas homenagens, sempre enaltecendo aquelas que só Freud explica. Alíás, diga-se de passagem, Freud estudou e ficou famoso por falar das mães, mas nunca saberá exatamente o que vai no coração delas. Isso ele não explica, apenas acha pela observação e estudo.

Resolvi escrever um texto pedindo aos filhos que amam suas mães, mas que acham que um pacote de presente diz tudo, que sejam diferentes este ano. Pode ser que você não tenha o suficiente para dar para ela, financeiramente falando, algo que realmente gostaria. Às vezes, vejo e ouço algumas mães dizerem que não querem nem saber, pois o que querem mesmo é presente. Sinceramente, não sei dizer se falam da boca para fora ou do coração. Mas vou escrever sobre as mães que representam o rosto, o olhar, a dedicação de quem entende perfeitamente o que é um filho.

Você já tocou o rosto de sua mãe, pelo simples fato de querer olhar para ela e sentir nas suas mãos todas as rugas que o tempo registrou na pele dela? Já pediu para ela ficar um minuto parada, para você realmente olhar nos olhos dela e perceber todos os sentimentos que ela guarda dentro de si e que jamais compartilhou, só para não preocupá-lo?

Por acaso, já sentou-se ao lado dela e tocou suas mãos, observando que ela está com as manchas da velhice, com a pele flácida, talvez com os dedos trêmulos? Já olhou os cabelos dela e percebeu que ela não tem mais aquelas mechas fortes, mas que agora tem cabelos fracos, cheios ou não de tinta para esconder sua idade? Já massageou seus ombros e percebeu quanta tensão ela tem guardada?

Tenho que lhes dizer que as mães nunca vão pedir para vocês darem atenção a tudo isso, porque não querem incomodar ou entendem a vida corrida de vocês. Mas seria o melhor presente de toda uma vida, um minuto de atenção e observação.

Reparar que as rugas que ela tem são por diversas noites sem dormir cuidando de nós, pelos choros escondidos quando se sentiram magoadas ou com seu coração partido. Nenhuma mãe que assume realmente este papel, quer ver seu filho triste, infeliz ou insatisfeito com a própria vida. Ela se culpa por todo sentimento que um filho tem. E essa culpa acarreta para ela pesos enormes que, aos poucos, vão trazendo consequências para sua saúde.

Pensem no quanto elas desistiram da beleza do corpo na juventude para poder ter a honra de carregar dentro de si, nós - seus filhos! Sabemos que algumas mães adotivas, apesar de não terem o corpo como templo, são muito mais mães que outras que simplesmente desdenharam sua criação. O que faz uma mulher perder suas curvas, mas mesmo assim ser feliz? Uma ligação que não tem explicação e é imensurável.

Experimente sentar com sua mãe e olhar em seus olhos. Talvez ela se sinta inibida, pois têm medo de que descubra seus sentimentos reprimidos. Ela pode vir a chorar até não acabar mais. Pense em quantas noites de sono perdidas por saber que este filho não está caminhando corretamente, está desviando de uma vida saudável e honesta, enquanto você tranquilamente relaxava

Sabem o tal "bigode chinês", comum nos rostos mais envelhecidos? São de tanto chorar. Do exercício de longo tempo em que a boca se curva para baixo. E aquela ruga no meio da testa? De ficar brava com você por não ouvi-la. E quem sabe quantas ranhuras no coração? 

Não, Freud não explica o sentimento de medo de perder um filho! Nós, mães, ficamos enlouquecidas e no desespero, brigamos, lutamos, perdemos a sensatez. As rugas da vida estão no rosto, nas estrias, nas celulites, na cintura arredondada pelas emoções reprimidas. Mas, e daí? Tem algo que ninguém poderá tirar de nós, mesmo não podendo voltar a ser a mulher esbelta e elegante: as vidas que geramos ou criamos.

Se você não tem idéia do que dar de presente, experimente "O" abraço, ao invés de um abraço. Experimente olhar e ver, ao invés de enxergar. Experimente ouvir de verdade, ao invés de apenas deixar ela dizer. Experimente tocar suas mãos e deixá-las sentir seu rosto. Beije-as. Experimente deitar no seu colo e acariciar seus cabelos e perceba que ligação intensa e afetuosa pode ter.

Olhe para ela e perceba. Perceba e sinta. Sinta e entenda. Entenda sua vida, seus medos, suas angústias, seus choros, sua rebeldia. Sim, ela nos criou para sermos livres e voar, mas ela não entende isso. Mas, se você voar e vez ou outra convidá-la para voar com você, aos poucos ela acalmará seu espírito e entenderá que o céu não é o limite para o amor de uma mãe...é só uma jornada que tem que percorrer na linha da própria vida.

NAMASTÊ

quinta-feira, 4 de maio de 2017

NADA MENOS DO QUE MINHA MÃE

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)



Esse é o meu espaço, meu cantinho, meu lugar de ser feliz sem que ninguém interfira. E escrevo e falo o que penso. E como dediquei um espaço para "O Cara", quero dedicar um espaço para a "Grande Mulher", que na semana que vem estará completando mais um ano que festejará seu título de Mãe.

Antes de mais nada ela sempre teve uma força absurda, onde dedicou toda sua vida para que seu lar, sua família e sua vida tivessem sentido e fossem organizadas de tal forma que ela pudesse olhar para trás e sempre se orgulhar da sua grande luta. Minha mãe sempre foi exigente demais com ela mesma e conosco. Mas foi isso que fez com que nunca desistíssemos dos nossos ideais e sonhos. Como não se espelhar em alguém que faz tudo para dar certo?

Mulher linda desde sua juventude, de maravilhosos olhos cor de mel, pele clarinha e corpo violão, conquistou "o cara" e uniu-se a ele numa jornada com todos os tipos de sentimentos dentro dela. Sua grande capacidade de resolver, mesmo não tendo muito estudo, fez dela uma mulher de opinião. 

Dos tempos de outrora, sempre me recordarei do seu jeito felino de ditar ordens, da maneira amorosa com que trata sua cozinha, servindo sempre refeições variadas e de sabores sem igual. A gente sempre teve problemas em resolver o peso, já que nunca houve preocupação em ser light.

Como mãe, passou para todos os cinco filhos, inclusive o único homem, o dom de cozinhar, de ter uma casa em ordem e limpa e de saber administrá-la. Eu aprendi a costurar, a fazer tricô, a lavar roupa, a me vestir e cuidar da aparência com ela. Pois não tem um dia, desde que me lembro, que minha mãe não passa seus cremes no rosto ou seu lápis de olho para não ter uma aparência "de doente", como ela mesma diz.

Hoje, ela tem quase setenta e sete anos, usa seus cabelos naturalmente brancos, com cortes modernos, tem seus brincos e colares sempre à mão para andar na moda e bonita. Chama a atenção onde quer que vá, tanto pelos brancos cabelos, quanto pela beleza aflorada na idade. Continua firme, mas as forças talvez estejam precisando ser resgatadas, já que os últimos anos dedicou-se aos cuidados necessários para que nosso pai tivesse o conforto indispensável.

Essa grande mulher, esposa, mãe, amiga, também guarda em seu coração sonhos não realizados, momentos de tristeza e dor, de mágoas e medos. Mas não se deixa abalar por pouco e gosta mesmo é de ter alguém para dividir uma xícara de café e um pedaço de bolo quentinho, saído do forno naquela hora. É bem verdade que é meticulosa, orgulhosa e cheia de manias, mas aprendemos a aceitar, contrariar ou silenciar esses momentos em que todos se sentem irritados.

Apesar de termos todos mais de quarenta anos, como toda mãe, para ela, teremos dez para sempre. Se chegarmos na casa dela desarrumados, dará um jeito de falar que devemos ser mais vaidosos. E se demoramos para aparecer, nos cobra a ausência. Gosta de se atualizar e de fazer parte do mundo, com whatsup e facebook. E através deles mantém os contatos de amizades. Ela quer viver! Ama a vida! Sempre amou! É fervorosa, mas teimosa. E uma das coisas mais lindas é sua gargalhada que contagia imediatamente quem está ao seu lado. Depois de uns copos de vinho, então, fazemos a festa.

Não vou dizer que não tenho minhas diferenças com ela, pois quem não tem com sua mãe? Afinal, Freud explica! Mas quando a gente consegue um colo, um abraço, uma sopinha gostosa ou um olhar na hora certa, aprende imediatamente a relevar tudo e agradecer a Deus por ter escolhido tão bem onde nos colocar.

Muita gratidão, mãe por existir e nos ensinar a ser quem somos! Deus te abençoe. Amo você aqui, agora e sempre.

NAMASTÊ

quarta-feira, 3 de maio de 2017

POVO DO INTERIOR

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Tenho que escrever sobre esse povo, porque eles são diferentes dos da cidade grande. E, por que será?
A cidade grande também foi pequena um dia. E naqueles dias, o povo era igual. Saía na rua, andava a pé para fazer suas compras, colocava suas cadeiras na frente de casa para "prosear" no final de tarde.

Tive experiências incríveis com o "povo do interior". Vou contar algumas. A primeira foi quando meus pais se mudaram para um bairro afastado do centro de Blumenau em Santa Catarina. Alugaram uma casa na subida de um morro e fomos fazer a mudança. Muita lama para chegar até lá em cima, mas mesmo assim nos surpreendemos ao ver vizinhos levando bandejas com almoço para todos. E que almoço gostoso! Só vejo coisas assim nos filmes norte americanos.

Além disso, muitos convites para participar de festas, bolos que chegavam na hora certa e a amizade sincera, de pessoas queridas e cheias de compaixão. Se havia algum problema, você podia contar com os vizinhos, procedimento pouco acessível nas cidades grandes. Em Curitiba então, todos se fecham às seis da tarde em suas casas e não querem saber de mais nada. Isso também é justificado pelo excesso de tarefas, trânsito e animosidade que tudo isso causa nas pessoas.

Outra grande experiência foi ao morar em Minas Gerais ( diga-se de passagem, um dos melhores estados para se morar no Brasil). Fiquei apenas seis meses na pequena Lagoa Santa, mas ficaria para sempre. Neste pequeno período de tempo, apesar de só ter por perto meu irmão, que viajava o tempo todo, não conhecia mais ninguém. E, com o tempo, conheci tantas pessoas incríveis e gentis que nem lembrava que estava tão longe da família. Vinham me buscar em casa domingo de manhã para me levar tomar café em fazendas, tinha convites para cavalgadas, festas e shows do interior, almoço e encontros em casas esotéricas e prosa o tempo todo com pessoas na rua. Acho que falei e conheci mais pessoas do que em um ano de minha cidade natal.

Quando fui passar um final de semana em Morretes, aqui mesmo no Paraná, a convite de um amigo, é que me dei conta de quanta gente está se mudando para cidades pequenas em busca de paz e verdadeiras amizades. Em apenas três dias tive contato com pessoas animadas, divertidas, engraçadas e prestativas. Um deles nos emprestou seu 4x4 para passeios na mata, outro passava de manhã por nossa porta perguntando se precisávamos que comprasse pão para o café, pois ele estava indo na panificadora, outro oferecia sua casa, caso quisesse retornar para a cidade. Saíamos à noite, caminhando por mais de um quilômetro para chegar ao centro da cidade e a todo momento meu amigo parava para tagarelar com alguém conhecido. Chegava a cansar tantas as vezes que fui apresentada.

Uma vez me perguntaram na fila do caixa se eu era mesmo de Curitiba, pois adoro tagarelar neste momento com as pessoas. Sou descendente de alemães e sei que são um povo fechado, mas não tive essa percepção em Blumenau. 

O povo do interior gosta da prosa e é até um pouco enxerido, se for analisar pelo lado que estão sempre de olho em tudo que está acontecendo. Mas são divertidos, prestativos e amigos de verdade. É um jeito carinhoso de recepcionar e acolher. A gente realmente vê coisas que não vê morando na cidade grande.

E esse povo acolhedor merece uma homenagem, com muita gratidão por ainda preservarem o que de mais bonito existe no ser humano: a humildade.

Um grande abraço, povo do interior!!!

NAMASTÊ




A IMPORTÂNCIA DE NÃO ESTAR SÓ

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)


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Este texto não tem a ver com vivermos sozinhos, sermos independentes. Mas sim com termos com quem contar numa hora de nossas vidas que, de alguma forma, precisamos compartilhar, ajudar ou simplesmente entregar o leme a alguém.

Muitos de nós passam por momentos de necessidades físicas, econômicas ou emocionais e temos vergonha, medo e principalmente orgulho de pedir ajuda. Só que tem horas que tudo isso vai pelo ralo, nossos sentimentos não valem mais nada perante a situação. Somos colocados contra a parede e o dedo do universo nos diz: -"ou abre as portas e deixa que as pessoas tenham a oportunidade de crescimento através da caridade, ou sucumbe no próprio orgulho"!

Uns sucumbem, outros não tem escolha, outros se elevam e descobrem a importância da amizade, do carinho e do amor.

Não estar sozinho quando nos sentimos fragilizados, pode ser a saída mais rápida da dor. Normalmente dizemos que não queremos incomodar, mas temos a sensibilidade de sentir quem realmente está disposto a ajudar, a estar conosco, e quem só faz firula, oferecendo favores que no fundo não quer dar.

Só que passar pelas dores da vida sozinho é muito triste. Alguns tem dificuldade de se abrir, de contar seus problemas e sofrem calados. Essa dor interna vai corroendo aos poucos nossa alegria, transformando em depressões, falta de confiança e desânimo total com a vida.

E, mesmo que a situação muitas vezes seja irreversível ou catastrófica, ter pessoas que nos abracem, nos cuidem e lembrem de nos perguntar se precisamos de algo é fundamental para o processo em si.

Só a sensação de que somos importantes para alguém no mundo, já é o suficiente para trabalharmos nosso orgulho e conseguir emergir das profundezas da raiva que nos domina nestas horas.

É muito revigorante saber que existem pessoas, com suas energias, que são capazes de fortalecer a energia de outro espírito. Esse bem, essa doação, são como gotas de luz e energias fluídicas aptas a penetrar em todo nosso corpo, causando fortalecimento em todos os sentidos.

É importante compartilhar a dor, mas com pessoas que nos entendem, que nos amam e que estão permitindo espaço para abraços, beijos, conversas e olhares de compaixão. Existem pessoas assim, dispostas, sem querer nada em troca. Ou talvez queiram apenas ver seu sorriso.

Alguém pode te levar para sentar no sol, fazê-lo observar a natureza, compartilhar sonhos, cozinhar para você, ajudar na limpeza, apenas sentar e ouvir, enxugar suas lágrimas, segurar no seu braço, afofar seu travesseiro, ajeitar seu corpo que não responde mais, oferecer seu ombro, assistir uma comédia juntos e aproveitar para gargalhar muito, pentear seus cabelos, fazer uma massagem, enfim, lembrá-lo que você não está só.

Mas lembre sempre que cada um tem sua própria vida. Não exija que todos, o tempo todo te mimem. Respeite o momento das pessoas, mesmo que o seu esteja sofrido. Aprenda também a trabalhar em prol da sua vida, da sua força e faça algo por você mesmo. Enfrente seus medos, busque como melhorar ou apenas aceite quando e como as pessoas podem te ajudar.

É importante não estar só, pois a total ausência de palavras, sons e pessoas ao nosso redor pode ser perfeita para pessoas preparadas como eremitas. Mas, mesmo eles poderiam ter alguém para aconchegá-los nos braços perante sua morte. Talvez fosse reconfortante...

NAMASTÊ

terça-feira, 2 de maio de 2017

MISTURA DE ESPÍRITOS

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Olhos puxados, cabelos enrolados,
lábios carnudos ou finos,
pele rosada ou cor de mel
a alma está dentro do próprio céu.

Quem vê o formato do corpo,

sem reparar na essência do espírito,
acaba escolhendo a matéria
dispensando o mais bonito.

Companheiros de uma vida

se encontram na quietude,
entender o que vai na alma do outro,
é lição de magnitude.

Pernas longas, corpo atarracado

nariz curto ou visualmente grande,
são só formas do corpo físico
onde a alma se esconde.

Escolhemos com quem andar,

através do julgamento de nossa visão.
Deixamos de conhecer na Terra,
o verdadeiro espírito em contemplação.

Definimos raças, separamos pessoas,

julgamentos através de uma cultura.
O que é metafísico deixamos de lado,
perdendo uma grande aventura.

Os espíritos se misturam,

nos passos das cidades e povos.
Quem realmente poderá descobrir,
o que no coração de cada um pode submergir?

O fato é que todos amam,

todos tem sentimentos ruins.
Seja lindo, seja feio,
Dentro de todos se esconde um jardim.


Namastê