O CORPO DA MULHER

Autora: Josianne L.Amend

Esse é um assunto extremamente delicado e cheio de discussões. Mas vou falar dele assim mesmo, pois quando surge uma idéia tenho que sentar-me diante do computador e digitar. Como se escrever não fizesse parte do meu ser, mas de outro plano.

Como massoterapeuta, tenho a oportunidade de ver diversos corpos de mulheres, quase sempre insatisfeitas, mesmo que estejam 100% belas.

Acho que tem um pouco de tudo: pura demagogia, pura infelicidade, insatisfações devido às propagandas enganosas de que você será mais feliz com um corpo escultural e assim por diante.

Mas a verdade é que eu vejo esses corpos e confesso: todos são lindamente esculturais. Acho que aprendi a ver a mulher com olhos de sabedoria. O engraçado é que eu as entendo perfeitamente, pois que para mim, esses olhos não funcionam e eu também não me vejo mais tão bela e tento me conformar com o passar dos anos castigando minhas células e meu corpo.

Elas me dizem: estou gorda aqui, quero perder neste lugar e assim me indicam seus graus de insatisfações. Mas as olho com tanto carinho e respeito que não vejo a feiura em nenhuma delas.

Cada mulher tem uma forma, suas curvas são diferentes e o tamanho de seu corpo sustenta aquilo que podemos chamar de “sua vida”. Quanta história está guardada em cada cantinho desses corpos que devem ser reverenciados, respeitados e amados.

Talvez alguns homens também vejam a mulher com esses olhos de ternura, pois acho encantador quando vemos casais diferentes na sua estrutura, se amando, se curtindo e sendo felizes.

A neurose de ser bela traz muita infelicidade quando chega na velhice, pois a pessoa não consegue se encaixar no próprio corpo e fica perdida num mundo imaginário em que será jovem para a vida toda. Por isso, além do preparo físico saudável, devemos tratar do nosso psicológico e dizermos para nós mesmas que seremos eternamente lindas. Pois que nenhum ser humano está livre de suas rugas, suas pelanquinhas, suas gordurinhas, mesmo que viva num centro cirúrgico esticando como um elástico.

A verdade é que as mulheres são lindas. Sim, todas com seu jeitinho e feminilidade o são. E o bacana deste mundo é que todas são diferentes. Umas têm mais curvas, outras mais coxas, outras mais cheiinhas e outras mais esguias. Mas como diz o ditado: todas podem achar sua tampa da panela, pois que o homem ideal para si, não é aquele que admira só seu corpo – esse te troca fácil por outro corpo que ache mais bonito -, mas sim aquele que admira você por inteiro: sorriso, cabelos, jeitinho, modo de falar, de andar, de se vestir, de conversar, de lutar pela vida, de se divertir e tudo o mais.

O mundo capitalista não vai parar nunca de fazer propaganda sobre como se tornar mais bela. Não se engane. Entregue seu dinheiro para suas viagens, suas comidas gostosas, seus cursos e sua saúde. Caso contrário, chegará na velhice se perguntando: o que fiz com minha vida? Me preocupei tanto em ser melhor que todas, que esqueci de ser melhor para mim mesma e para um grande amor.

Um conselho: olhe-se com carinho todos os dias no espelho e ao invés de tentar achar defeitos, enalteça suas qualidades.

Mulheres são joias. As brutas são eternamente mais incríveis que as lapidadas, pois que na lapidação se retira toda a beleza natural.

Basta que os cuidados sejam deliciosamente sadios.