COMO É A SOLIDÃO

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

A flor que nasce na fenda da rocha,

O doente sem família num hospital,

O filho ignorado,

O companheiro que só ouve, mas que não encontra brecha para falar de si,

O indigente que estende a mão e ninguém vê,

O aluno que sofre bullying.

Quem pensa que solidão quer dizer estar sozinho, não sabe dimensionar a extensão da verdadeira solidão. A maior solidão está dentro de nós, causada pelo sentimento de tristeza com o tratamento recebido das pessoas. E os adjetivos que podem explicar tal sentimento são "ignorado", "abandonado" e "frustrado".

Estar sozinho, porém feliz e bem, não desenvolve a sensação da solidão, porque a solitude é algo bom. Mas, ao contrário, estar com companhias, alheias à nossa presença, ignorando nossas vontades, falas e sonhos, isso sim causa a dor da solidão. Aos poucos, perdemos o interesse e o estímulo de nos fazer presentes podendo levar à depressão ou afastamentos.

Todos queremos ter momentos de paz e sossego, ficar sozinhos para simplesmente pensar, recobrar energia e aproveitar um pouco de nós mesmos. Acontece que existe uma diferença entre gostar de estar só e ser ignorados por completo. Porque faz parte da vida trocar energia, participar e querer estar no radar das pessoas como família e amigos.

Refletir sobre como devemos olhar mais as pessoas que estão no nosso caminho não é nomeá-las de dramáticas ou irritantes, mas observar suas vidas e dar a elas a chance da inclusão nas nossas vidas. Talvez não queiram, mas este não é o caso aqui. Há muitos olhares gritando por atenção, muitos braços pedindo abraços e muitas bocas querendo sorrir junto conosco.

Hoje, pode ser que vejamos tudo isso com nossas famosas desculpas de falta de tempo, de paciência ou de vontade. Amanhã, quem sabe, serão nossos olhos lacrimejando e a mente perguntando: " o que foi que eu fiz?"

NAMASTÊ