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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

segunda-feira, 28 de março de 2016

OUTONO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)




Onde estão os sabiás e canarinhos,
que em meu muro saltitavam parecendo brigar?
Aos poucos, foram deixando vazio o lugar que eu deixava frutas, para os apreciar.
Quisera saber para onde todos vão.
Com certeza, buscar um lugar mais quente para voar.

E as árvores frondosas e belas,
cujas folhas num processo de amarelamento,
decoram as ruas como tapete de corpus christi?
Agora todas exibem seus galhos,num emaranhado de entrelaços,
com apenas algumas folhas verdes resistindo ao vento.

O ar, já mais refrescante e seco,
envolve-nos de ânimo e paixões.
O cobertor não tão pesado, mas que já aconchega,
sai do armário com cheiro de naftalina.

As tardes ensolaradas chegam a esquentar,
e ainda podemos aproveitar os passeios e o sorvete.
E a beleza da cidade amarelada, num tom de ferrugem,
inspira os poetas e os amantes.

É o outono que chega, 
deixando o vento levar as folhas,
deixando o cabelo cair em maior quantidade,
deixando algumas flores surgirem belas e cheirosas,
deixando que a solidão possa encontrar companhia.

A cada estação temos o que celebrar!
E nossos sentidos, embriagados pela beleza natural,
buscam captar no vento os sons da vida,
nas folhas caídas, a razão dos ciclos,
no vento quente os amores perdidos.

Viver o processo é aprender o seu próprio pulsar!
Distinguir a beleza de cada momento nos faz crescer como espíritos!

Namastê

domingo, 27 de março de 2016

A DISTÂNCIA ENTRE NÓS

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)





Quem não sente saudades da interação entre as famílias, onde dia de festa era festa mesmo? Acordávamos pensando na roupa que íamos vestir para ir na casa dos avós ou tios e reencontrar primos. Todos se uniam para rir, para brincar, contar piadas e serem leves. 

As festas eram festas mesmo! Cada um levava uma coisa, cada família tinha algo que sabia fazer de forma especial. Fosse uma torta, o bolo de chocolate ou o pavê de pêssego. A carne era feita no fogão à lenha ou na churrasqueira e o cheiro percorria o bairro. 

Enquanto adultos preparavam o alimento, as crianças corriam pelo jardim, subiam nas árvores, desmontavam a casa da vovó. Não sei por quê, isso se tornou passado. A mesa enorme, cotovelos se empurrando e mãos se batendo para alcançar o talher. Parecia uma algazarra organizada.

Hoje, com a mudança da vida, onde crianças tem mais que uma família, três a quatro pares de avós e tios de toda espécie, as festas murcharam. Falta amorosidade, faltam pessoas, falta tempo. Muito mais pessoas envolvidas e menos tempo para reencontros. Existem mágoas envolvidas, desculpas esfarrapadas e falta de vontade. Comodismo e preguiça de sujar a casa, de convidar amigos e uma certa fatia financeira em não querer ou não poder repartir, fazem com que as pessoas se separem.

Alguns, por problemas envolvidos entre familiares, procuram libertar-se indo para retiros e ficarem sós. Buscam novos amigos, entender a si mesmos ou algo que nem sabem o que, pois estão mais perdidos que qualquer um. E voltam cheios de esperança ou frustração.

Assim como a torta de maçã fresquinha já não existe e sim o bolo comprado cheio de gordura, também o amor através de toques, de abraços e olhares deram lugar para watsApps, mensagens por facebook ou apenas uma ligação dizendo algo.

Sinto falta da criança que fui, cheia de alegria e de família. E que no final da tarde acabava dormindo por cansaço na cadeira da vovó. Hoje, todos tem uma casa enorme e solitária. Compram móveis caros para sentarem sozinhos à mesa ou no sofá. E quando você convida, ouve a famosa frase: "vou ficar por aqui"! Estamos num caminho de desencontros, desamizades e desilusões.

As pessoas se sentem sós, muitas vezes abandonadas e não enxergam que a alegria saiu da sua agenda. Criticam os farofeiros de praia que, na sua bagunça, ainda sabem se divertir. Procuram manter a classe, tornando a vida pesada e infeliz. 

Quantos não se sentam sozinhos em natais, ano novos, páscoas? Escolhas ou simplesmente orgulhos? Creio que todos nós nos tornamos ocupados demais para deixar a vida nos levar. Impomos regras até para abrir os olhos de manhã. E, por qualquer motivo, contrariados, a irritação nos faz perder a vida e a alegria facilmente, desistindo de nós mesmos.

Todos temos pressa para limpar a casa, para ganhar dinheiro, para aparecermos em nossa profissão. Mas somos lerdos o bastante para encontrar a nós mesmos e percebermos por que ficamos doentes, estamos estressados ou infelizes.

A distância entre as pessoas causa muito silêncio. A quietude é boa para o autoconhecimento, mas é péssima para nos sentirmos vivos. Suje a casa recebendo pessoas, pois de qualquer forma você vai limpá-la. Deixe que as pessoas venham trazer vida e leve a vida até elas se for o caso.

Festeje e celebre! O que nos resta, afinal, além de risos que poderão modificar toda a vibração dos nossos corpos em algo mais sutil e benéfico? Deixe seus filhos terem lembranças boas da infância. Faça piqueniques, sentem embaixo de árvores, preparem uma mesa enorme junto à família e contem histórias. 

E, quando a noite chegar, você deitará em seu leito mais leve, se sentindo amado e cheio de amor. E com a sensação de ter vivido naquele dia!

Namastê



quarta-feira, 16 de março de 2016

COM BOLO E CHAMPAGNE

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)




Tudo começa tão bem! É a pessoa mais incrível que já conhecemos. O início do namoro, da paixão é pura cafeína: eletrizante e energética. Só queremos estar com e saber onde está a pessoa. O tempo voa quando estamos juntos e paraliza na ausência. Encontramos o grande amor! Ela (a pessoa) é perfeita, carinhosa, ouvinte e atenciosa. Os olhos só enxergam perfeição e os sentidos ficam desequilibrados. Tudo é novidade e o ser humano adora descobrir os mistérios escondidos. Vem o brinde com bolo e champagne!

Aos poucos, as coisas deixam de ser singulares e passam para o plano da rotina. Mas, ainda a chama arde e os entendimentos vão sendo contornados com carinho. Aceita-se os erros e o perdão supera tudo. Saídas estratégicas de amor e companheirismo jogam lenha na fogueira. E os amantes novamente se reencontram. 

Bom seria se todo amor pudesse viver de riachos, cabanas e caminhadas na beira da praia. Tudo seria perfeito! Olhares prolongados e beijos ardentes, toques com arrepios e tesão. Tudo em perfeita harmonia com a paisagem de uma natureza infinitamente bela.

Quando a realidade de uma vida que não é só desejos e euforia batem na porta, o equilíbrio do relacionamento é a pedra do xadrez que grita: xeque-mate! Um dos jogadores pode desistir do jogo, não saber perder e simplesmente levantar e sair. Ou ambos podem rir juntos e dizer um ao outro: vamos continuar a jogar!

Já dizia o guru: " Perder o equilíbrio no amor, faz parte de uma vida equilibrada"! Então, cuidado para não confundir o momento e as palavras. Seja justo, honesto e tenha dignidade.

Nesta jogada está a continuidade ou não de um relacionamento. Ambos tem que ter a força para continuar, porque não jogamos sozinhos. A questão é saber se o jogo está sendo ou não satisfatório para uma vida a dois sadia. Querer ficar num jogo ruim é doença mental, física e emocional. 

Talvez devêssemos olhar para trás e perceber se sabíamos jogar quando éramos crianças. E, se quando perdíamos, saíamos batendo os pés e chorando para nos encostar num canto qualquer chamando a atenção. O mesmo vai acontecer nos jogos da vida de adulto. Ninguém tem muita paciência com crianças mimadas.

Aprenda a entrar e sair dos jogos, celebrando com bolo e champagne em ambos os casos. Mesmo que o seu parceiro não queira brindar, faça você sozinho. Levante uma taça, coma seu bolo mais gostoso e grite para dentro de você: um brinde à minha existência e força! Afinal, você tem a sua vida toda pela frente e novas oportunidades poderão surgir. O importante numa relação é sempre deixar um espaço para ambos respirarem. Esse espaço é o momento que respeitamos no jogo de xadrez para o outro pensar e agir.

Quando terminamos, o correto seria, de modo adulto, agradecer o jogo e o aprendizado. As dores que, aos poucos, se transformem em crescimento e as mágoas sejam transmutadas em apertos de mãos, mesmo que imaginários, desejando que o outro siga seu caminho em paz. 

Pense novamente em recolocar as peças no tabuleiro e sente-se, confortavelmente, na poltrona em frente a ele. Pode ser que alguém goste de xadrez, daquele xadrez e peça para sentar à sua frente. Ou simplesmente você poderá buscar novos jogos, novas brincadeiras através da sua criatividade.

Mas nunca esqueça de celebrar tudo que vem e que vai, com Bolo e Champagne! Afinal, o melhor da vida é ser doce!


Namastê








segunda-feira, 7 de março de 2016

QUEM ELA ERA

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)



Ela era rica, tinha belos peitos postiços,
Ela era humilde, tinha saia de tecido barato,
Ela era jovem, tinha um rosto lisinho
Ela era gordinha, tinha escondido a cintura,
Ela era velha, tinha as marcas da vida no corpo,
Ela era saudável, tinha se cuidado ao longo do tempo,
Ela era profissional, tinha esquecido de ser menos atarefada,
Ela era magra, tinha medo de não se gostar,
Ela era amiga, tinha tempo para todos,
Ela era rebelde, tinha que chamar a atenção de alguma forma,
Ela era sofisticada, tinha aprendido a ser mecânica em tudo,
Ela era professora, tinha nascido para ter muitos filhos,
Ela era guerreira, tinha que realizar seus sonhos,
Ela era mãe, tinha doado seu coração,
Ela era filha, tinha olhar de carinho,
Ela era amante, sabia o que fazer com seu corpo,
Ela era mártir, entregou sua vida em prol da caridade,
Ela era gentil, bela e sorridente,
Ela era diferente, carente e chorona,
Ela era sapeca, ativa e animada,
Ela era preguiçosa, molenga e incompreensiva,
Ela era... ela é... ela será MULHER...


sempre que uma nasce no mundo, o mundo muda.


Porque a MULHER é a força que move o mundo!


Namastê

quarta-feira, 2 de março de 2016

RECONHECER O MOMENTO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)




Talvez muitos se perguntem qual o momento certo para agir, para finalmente sair do cárcere de uma vida infeliz e encontrar o seu caminho. Existem alguns fatores que nos impedem nas mudanças: o medo é o principal deles. Outros como insegurança, baixa auto-estima, desacreditar em si mesmo e muitas vezes o fator financeiro fazem amarras para vivermos uma vida que não é nossa.

Você pode se arrepender disso um dia! Deixar a vida passar por faltar a coragem é como deixar de nadar no belo riacho por medo que os peixinhos te comam. Pergunte-se a todo momento: sou feliz?
Se a resposta for não, então comece as mudanças.

Mas, como reconhecer o momento? Através dessa resposta dada com toda a certeza para você mesmo. Está camuflando a sua vida por quê, afinal? Vive se escondendo embaixo dos afazeres ou da culpa. A culpa de envolver pessoas numa decisão sua é  facilmente trabalhada. Pode ter certeza, as pessoas se acostumam quando você muda. Elas podem resmungar, se sentir ofendidas e até te culpar por suas dores. Mas, você tem que estar preparado para isso, se quer realmente mudar sua vida.

Se você está procurando sua felicidade, essas pessoas têm que entender e procurar a delas. Não deixe que o tornem o alicerce da vida deles. Você veio ao mundo para que resolvesse a sua e somente sua vida. Sendo feliz e certo do que quer, com certeza fará os que o rodeiam se encontrarem também. Pois eles serão obrigados a buscar, a trabalhar, a fazer por si mesmos.

Reconhecer o momento é de suma importância. Não devemos nos atirar ao destino, nem tampouco esperar a cada manhã, deixando que as coisas vão tomando proporções maiores. Neste último caso, você pode entrar em depressão e não conseguir mais sair de tudo sozinho.

Olhe ao seu redor e perceba que muitos tomaram seus destinos nas mãos. Alguns venceram, outros se perderam. Mas e daí? A vida é um jogo e se você não está mais suportando a atual situação, vai esperar o que para decidir por outro caminho?

Ouvir conselhos é uma faca de dois gumes, porque na verdade, os conselhos vem de pessoas diferentes, em condições diferentes e que já ou não passaram pelo mesmo problema. O mais certo é você meditar, rezar, conversar com seu Deus interior profundamente e ouvir a voz do coração.

Perceba os sinais que te fazem uma pessoa sem rumo e infeliz: choro constante, inveja, desânimo, medo de acordar e perceber que a vida continua igual, estar depressivo e fingir alegria. Coloque um basta nisso! Ninguém veio para o mundo para viver em função dos outros. Ajudar? Claro, mas não envolva a sua vida. Estar presente? Ótimo, mas quando você quiser e puder.

Agora, se a sua maior amarra for pelo lado financeiro, fique atento. Esse é um trabalho árduo para alguns, principalmente neste momento do mundo, onde trabalhar o desapego tem sido bastante pesado para nossas almas.

A decisão é a seguinte: quero viver meu mundinho de nobreza e me sentir frustrado ou quero acordar de manhã e saber que tenho pela frente a luta, mas o alívio na alma? Sabem uma coisa que faz bem para descobrirmos isso? Experimentar a solidão, onde os pensamentos podem ser ordenados, analisados e decididos.

Mais uma vez digo que viver a sua vida, não significa abandonar pessoas, deixar de ajudar ou não estar presente. Significa deixar ir a vida rotulada para viver a vida que existe dentro de você.

Hoje é dia de analisar, amanhã de decidir e depois de amanhã iniciar seu novo trajeto, sem os sentimentos interferirem, apenas seu coração. Se esperar demais, pode ser que você tenha deixado passar muitas pessoas bacanas, muitos trabalhos recompensadores e muita vida sem viver.

E o que isso causará é somente uma coisa: enquanto você chora por dentro, os outros não te valorizarão e você terá deixado de existir.


NAMASTÊ