Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Não coma isso, preste atenção no que compra, cuidado com a água!
Prepare-se para a guerra, estoque tudo que puder, comece a rezar!
Olhe para cima, "eles" estão vindo para dominar a Terra!
Não vote "nele", tudo está subindo, não daremos conta de viver!
Estes são exemplos dos bombardeios psicológicos pelo que estamos passando. Se são verdades, devemos nos perguntar o que podemos fazer para mudar tudo isso. Mas a questão é que a vida continua. Podemos amanhã sermos destruídos por um asteróide e nada poderemos fazer. O que não podemos é viver na função dessa pressão vinda da mídia e tornar nossas vidas confusas e amedrontadas. Pessoas com medo são fáceis de manipular, de se vender e de controlar.
É difícil não encontrar pessoas e ouvir palavras sobre tais assuntos. Chega a ser frustrante, pois está cada vez mais difícil ter um bom papo sobre livros, filmes, sonhos, lembranças. Tudo gira em torno do medo. E não nos damos conta , sem querer já estamos falando algo que seja sensacionalista, porque parece que é isso que chama a atenção de todos.
Se formos analisar, não há conteúdo nessas conversas, só medo, pavor e aborrecimentos. Não se aprende, não há troca de idéias, nem desperta a inteligência. É nisso que estamos nos transformando. Até as crianças estão cheias de terror. A energia do pensamento coletivo está emporcalhada. Chegamos num ponto onde nos olhamos no espelho e só vemos gorduras, pelancas, rugas. Não nos amamos, queremos ser divindades, enaltecidos a tal ponto que todos nos invejem. Já nem é mais questão de saúde, mas de soberba, de orgulho. Estamos competindo o tempo todo uns com os outros.
Só que com tudo isso, o vazio está crescendo, a ansiedade está encarregando-se de desmoronar o emocional. Estamos deixando de comer com prazer, olhando o alimento com desconfiança e temos receio de ir e vir. E isto está ficando encrustrado no mental a tal ponto que, sem querer, estamos agindo destas formas. Alguns poucos ainda resistem a tudo isto, tomando as rédeas da própria vida e dignidade. Só querem viver suas vidas até o dia que o espírito deixar seus corpos, de maneira a ter beleza no que vêem. Se notarem, estas pessoas são calmas, felizes e centradas. Deixam o barco correr e, por terem bons pensamentos, ajudam o próprio corpo a ter força e saúde. Porque o cérebro comanda nossa energia, alimentado conforme o que pensamos e acreditamos.
Grande massa de médicos e terapeutas encontraram o filão de ouro, alimentando cada vez mais a insegurança da multidão. Está fácil manobrar cérebros cheios de dúvidas. Precisamos escolher qual lado queremos estar, principalmente sabendo que não temos idéia do amanhã. Se queremos viver como bois tocados por vaqueiros, todos indo na mesma direção, ou se queremos nos aventurar, sendo donos do próprio corpo e vida. Podemos experimentar, podemos ser o que somos e escolher quem fica ou vai.
Isto não quer dizer indisciplina, não é um texto de rebeldia, mas de consciência. O exagero está visível. Precisamos nos dar conta do que deixar entrar nos nossos ouvidos e enxergar com olhos menos desesperados. Satisfazer nossa vontade com amor, com satisfação e alegria. A cada mordida num alimento, percebê-lo. Não "enfiar" goela abaixo, sem sentir sua textura. Sermos gratos pelo corpo, mas ter o cuidado com ele para aproveitar a vida sem adoecer. E o que vier, teremos força para suportar...ou não. Mas nunca saberemos, já que somos apenas mortais. Temos só que viver plenamente e satisfatoriamente, conscientes de que temos poder dentro de nós. Podemos, com nossa própria força, nos ajudar! Abrir nossos olhos e olhar para o lado que estamos esquecendo: o da beleza da vida!
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