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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

sexta-feira, 8 de março de 2024

LONGEVIDADE

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Aposto que você já se perguntou porque alguns duram mais que outros. O que essas pessoas fazem para viver tanto tempo, mesmo não vivendo em academias, em cirurgias plásticas ou tomando vários tipos de remédios?

Vamos por etapas! Primeiro, na espiritualidade, talvez a missão de vida delas seja esse. Precisam ficar, têm propósitos e coisas a resolver. Outro fator seria o tipo de vida e de como encaram seus problemas. Existem pessoas que simplesmente resolvem, não se exaurem de pensar, são práticas e calmas. O sistema nervoso delas as ajuda a manter paz interior.

Nosso corpo é um reservatório de energias. Estabelecemos a nós mesmos o limite que suportamos, a fim de não adoecer. Ninguém está livre de lidar com problemas, tristezas e decisões doloridas, mas algumas pessoas têm mais ou menos dificuldade de lidar com eles. Uns são mais dramáticos, outros mais frios. Uns são centrados, outros agem sem pensar, são imediatistas e impulsivos. Uns mentem para si mesmos e engolem sapos. Toda essa manifestação emocional faz de nós pessoas mais ou menos tensas, nervosas e com mais ou menos cargas para carregar. E com certeza muita carga causa desgaste na suspensão.

Se formos para o interior, ver o que as pessoas comem e como comem, ficaremos espantados com a gordura, desequilíbrio vitamínico e até higiene. Mas a vida delas talvez seja menos doente do que nós que vivemos com todos os cuidados, nas grandes cidades e cheios de informações frustrantes, que nos apavoram e tiram de nós o prazer de comer. 

Aquela pessoa que aparece na mídia, dona dos seus 115 anos, não é "bombada", nem cheia de silicone. É apenas alguém que soube viver.  Alguém que na hora de comer tinha paz, saboreava, mastigava calmamente e sorria para a comida. Alguém que esperava seu corpo fazer a digestão para continuar a trabalhar. Talvez essa pessoa colhia de seu pomar as frutas e as comesse só passando a mão. Seus pés de alface e outras verduras eram saboreados com respeito e gratidão. Ao olhar para seu prato, seja lá o que estivesse ali, sabia que era o suficiente para se saciar. E por isso, seu corpo era esguio, mas forte.

O medo da morte tem enlouquecido as pessoas e enriquecido as indústrias que de alguma forma insinuam seus milagrosos produtos anti-envelhecimento. Com tudo que se apresenta, ainda assim envelhecemos e o tempo mostra a realidade mental do corpo. A desculpa é envelhecer com saúde, mas comer correndo e nem lembrar o que comemos no almoço seria saudável? Deixarmos de saborear um doce, que nos faria ter mais felicidade, para mastigar um aipo, nos daria a satisfação necessária para continuar as tarefas?

Não podemos e nem devemos descartar os excessos que prejudicam o lindo corpo que temos e que serve de invólucro para nossa alma. Toda essa máquina funciona para que seu mecanismo nos dê condições de vida. Sabemos que algumas substâncias como drogas e álcool,  gorduras em excesso e sedentarismo não ajudam o corpo, os órgãos,  o sangue a terem um ambiente digno de trabalho. Mas viver por viver, se alimentar por se alimentar, não se inspirar nos nossos sonhos, também não ajudará. É todo um processo: felicidade, paz interior, estar sempre ativo com algo satisfatório e se amar.

Talvez por isso tão poucas pessoas chegam aos 115, 120 anos. Elas souberam conduzir a si mesmas e não se deixaram levar pelo mundo ao redor. Claro, devem ter tomado seus remédios para dores ou até pressão alta, mas ao se deitar para dormir, suas mentes estavam tranquilas. Não machucaram, não se vingaram, nem trapacearam. Se amaram! Fizeram o que tinham que fazer para serem felizes. E seus corpos tinham paz e luz. Essa energia maravilhosa cura! Foram curadas noite após noite, quando suas mentes não se culpavam, nem tinham raiva. O que ingeriram foi com alegria e satisfação e não por obrigação ou ansiedade. É como um ritual de amor a si mesmo! Aquela energia do medo de engordar e fazer mal, depositada na comida, é que é o veneno, e não a comida em si.

O texto é para analisarmos nossas vidas e quem viverá elas por nós. Devemos nos cuidar com excessos, já que o corpo acaba se acostumando com o que comemos normalmente. Mas não precisamos deixar de ir na festa ou num encontro por causa da dieta. Isso não nos faz viver, nos faz apenas acreditar que por não termos "enfiado o pé na jaca" naquele dia, seremos eternos. E quem quiser que viva na ilusão e conte outra história. Porque tudo passa, inclusive nós!

NAMASTÊ

P.S. Não deixe de consultar seu médico, mas tente ser mais feliz e menos hipocondríaco.

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