Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
Ventou...
Varreu o pensamento, carregou a tristeza.
Ventou tão forte que as folhas se debateram, os sinos tocaram e as nuvens correram.
Não houve chance de segurar dentro de si o que queria. O destino libertou, o vento levou.
Sentiu um pouco do frio, pois o vento era gelado. Embrulhou-se na própria esperança de não perder mais nada.
Quis segurar o tempo, mas ele correu, levado pela rajada da vida.
Quis segurar o amor, mas foi levado pela insegurança e medo.
Quis segurar a beleza, mas a poeira e os frutos partidos se chocaram contra sua pele, e ela se foi.
Quis sentir a liberdade, mas o vento roubou-lhe o passaporte.
Sentiu -se nu, despido do próprio orgulho.
Levantou os braços tentando impedir o vento de levar o que queria guardar. Mas o vento insano fez questão de mostrar seu poder e carregou também o que nem ele sabia que tinha dentro de si.
Desesperado, sentiu-se completamente carente, acostumado à toda carga que podia carregar. O vento assoviou e ele estremeceu.
As perdas foram muitas. Tantas, que ele simplesmente mudou. Não era mais o mesmo.
O vento levou o que já era um caso perdido. Deixou-o mais leve e ele finalmente entendeu que o que o vento leva, não é para nos tirar, mas para nos limpar. Agora, ele entende o vento e o respeita, deixando que seu trabalho seja a grande transformação na sua vida. O vento parou e ele... mudou! E a partir deste dia, observou-se melhor para não se permitir carregar o que não podia.
Ele sabia que quando o vento soprasse novamente, não teria mais medo. Se deixaria limpar e pertencer... só pertencer...
NAMASTÊ
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