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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

VENTO DANADO

Autoria: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



O que é o vento, que tem tantos sentimentos embutidos num prana invisível e até solitário?
Ora afaga a face e os cabelos, outra hora arranca o que lhe impede de passar. Ora é quente, úmido ou seco, em outras horas gélido capaz de matar.

Algo tão oculto aos olhos pode nos surpreender. Faz nuvens correr, plantas perderem galhos e folhas e até derruba aviões.  Leva chapéus a correr pela praia, desequilibra as marés e tira a canga das mãos da moça.  Parece se divertir com as peripécias que causa.

Se está de bom humor e em comum acordo com o sol, alivia a vida e esfria ânimos. Caso contrário, traz consigo sujeira aos olhos ou congela o nariz. Às vezes, passa assoviando. Noutras, sorrateiro e sádico. Esse vento danado que levanta saias e despenteia os cabelos, que arranca perucas e faz rolar lixo na rua, nos domina. Ele não pode ser parado, freado,  faz o que quer, na hora que tem vontade. Estamos a mercê de algo impalpável, sem rosto, mas espirituoso.

É, vento... sopre longe o que pode nos afetar, limpe o ar e a energia, mas seja bom para não nos derrotar.

NAMASTÊ 

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