Autoria: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
O que é o vento, que tem tantos sentimentos embutidos num prana invisível e até solitário?
Ora afaga a face e os cabelos, outra hora arranca o que lhe impede de passar. Ora é quente, úmido ou seco, em outras horas gélido capaz de matar.
Algo tão oculto aos olhos pode nos surpreender. Faz nuvens correr, plantas perderem galhos e folhas e até derruba aviões. Leva chapéus a correr pela praia, desequilibra as marés e tira a canga das mãos da moça. Parece se divertir com as peripécias que causa.
Se está de bom humor e em comum acordo com o sol, alivia a vida e esfria ânimos. Caso contrário, traz consigo sujeira aos olhos ou congela o nariz. Às vezes, passa assoviando. Noutras, sorrateiro e sádico. Esse vento danado que levanta saias e despenteia os cabelos, que arranca perucas e faz rolar lixo na rua, nos domina. Ele não pode ser parado, freado, faz o que quer, na hora que tem vontade. Estamos a mercê de algo impalpável, sem rosto, mas espirituoso.
É, vento... sopre longe o que pode nos afetar, limpe o ar e a energia, mas seja bom para não nos derrotar.
NAMASTÊ
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