SENTIR OPORTUNIDADE

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Aposto que em algum momento de hoje ou ontem, você pensou em alguém que gostaria de falar, mandar uma mensagem ou rever. Quem sabe pensou em convidar essa pessoa para fazer algo ou só lembrou com saudades e deu vontade de ouvir sua voz. Mas, infelizmente sua preguiça,  medo, orgulho, simplesmente aceleraram seus pensamentos e você só deixou pra lá. Quem sabe alguém te chamou para um emprego, um passeio, uma tarde de prosa, mas você achou melhor ficar na sua.

Pois é! Quantas e quantas vezes perdemos a oportunidade de aproveitar melhor o tempo que temos para viver e saborear os momentos que nosso coração nos aconselha? Como não temos um manual para seguir, o dia de amanhã ou, quem sabe até,  daqui a algumas horas, as coisas podem deixar de existir como são agora. Não estou falando de obrigação,  mas daquela lembrança ou vontade de interagir, de tirar a dúvida ou liberar endorfina.

Confesso que aprendi muito com essa coisa de perder a oportunidade. E é como carregar um saco de culpa, tristeza e arrependimento no coração. De repente, olhamos para o lado e está vazio. E tudo que sobra são lembranças de outrora e uma vontade de voltar o tempo para modificar algumas decisões. 

Sei que parece clichê dizer que a vida passa tão rápido quanto nos deixamos relaxar. Também entendo que nem sempre é uma boa hora ou momento, dependendo do que ficou para trás. Mas, se o coração apertar, talvez seja uma intuição sobre algo ou uma despedida, que fará com que possamos lidar melhor com a ausência.

Enfim, já ouvi muito a frase "perdi a oportunidade". E é interessante perceber como esse momento é especial. Imaginemos uma estrada onde caminhamos e, na medida que andamos, vamos deixando nela nossa marca, nossos atos e sonhos. E a cada passo dado, a estrada atrás de nós se desfaz e já não há forma de voltar e agarrar o que deixamos nela. É o tempo perdido, a palavra na hora certa, o abraço rejeitado, o orgulho no amor, a preguiça do encontro e as desculpas para si mesmo. Ao olharmos no espelho, as rugas surgiram, o medo aumentou, os julgamentos se amontoaram e nos acomodamos.  Mas ainda vivemos!

E depende de nós o que faremos do nosso caminho e como escreveremos a nossa história. E, ao fechar as cortinas,  talvez pelo menos uma pessoa possa se sentir aliviada e feliz. Sim, poderemos receber nãos e portas na cara, mas cumprimos nossa vontade. Não levamos nada, mas a estrada ficará eternizada com certezas.

NAMASTÊ