ENVELHECER COM ORGULHO

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Ao chegar numa certa idade,  não nos sentimos tão confiantes quanto a nós. É mentira quando dizemos que não nos importamos ou que aceitamos plenamente as mudanças no corpo. Afinal, perdemos cabelo, engordamos, a pele fica flácida e até o formato do rosto modifica. Isso acontece com todos, mas alguns conseguem mascarar com muita dieta, exercícios e até cirurgias. Lembrando que estas últimas, às vezes não melhoram, mas descaracterizam, principalmente, os rostos. Alguns mudam tanto, que perdem sua essência. 

Encontrar um ex-amigo ou namorado pode nos deixar desconsertados, tímidos e nada confiantes, se a vida nos foi ingrata, exigindo demais do nosso corpo. Sim, porque temos que lembrar que nossos sentimentos, problemas, doenças e esforços são motivos para termos mais rugas, dores, gorduras corporais e mudanças no corpo. Mas também precisamos lembrar que o tempo passa para todos e não só para nós.

Precisamos ter em mente que só o fato de chegarmos numa idade avançada, já é uma dádiva. Tanto alguns homens  como mulheres parecem ficar ainda mais charmosos, quando se assumem na idade em que se encontram. Outros, de tantos enfeites e remédios para tentar burlar a idade, acabam piores do que poderiam ser, se apenas se aceitassem. E muito disto tudo está em nossa cabeça,  com a forma que deixamos nos afetar pela mídia e como aceitamos ou não o tempo.

Não devemos julgar o velho amigo ou companheiro por estar tão diferente. A vida dele pode ter sido mais difícil,  triste ou complicada que a nossa. E devemos tentar, ao menos, ser mais sábios,  ao ponto de olharmos também com o coração e não só com os olhos físicos, buscando o que nos fez sermos amigos ou ter uma relação com aquela pessoa. Provavelmente, ela tem ainda dentro de si o que nos chamou a atenção. Talvez tenha melhorado ou até piorado no caráter,  infelizmente.

Com tudo isso, só nos lembramos que já temos tal idade, quando as dores chegam e os jovens nos chamam de tio ou avô. Sem isso, nos sentimos ainda vivos, buscando mais lentamente, nosso lugar no mundo, aproveitando o que podemos, com a companhia que escolhemos ou simplesmente solitários. Às vezes, esquecemos o tempo e nos aventuramos, sem muito juízo, em destinos que possam ainda trazer o prazer de estarmos vívidos. E quanto mais medo temos de envelhecer, mais sofrida e penosa se torna a vida. Nos tornamos rudes, arrogantes e intragáveis. Nada nos alegra.

Envelhecer faz parte de um ciclo. O ciclo de toda a natureza. E julgar alguém pela sua idade é desrespeito não só ao idoso, mas ao seu próprio futuro,  se é que terá a oportunidade de ver a vida com tais olhos.

Namastê