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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

INSATISFAÇÕES PESSOAIS

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)


Não conseguimos evitar alguns sentimentos internos. Eles simplesmente estão ali, manifestando suas consequências. Temos todo tipo de ferramentas para nos tornarmos saudáveis emocionalmente, mas a vida em si insiste em nos testar.

As doenças silenciosas vão surgindo sem nos darmos conta de que tudo é desequilíbrio, afetando o mental, o emocional e o físico. Sabemos quando não estamos bem, sentindo o corpo apático, a mente confusa e o emocional desmotivado. As tristezas são diversas, algumas passageiras e outras inesquecíveis e profundas. Toda tristeza traz consigo a ansiedade e até uma certa inércia, nos fazendo prisioneiros na própria vida.

Alguns buscam terapias, outros acabam em remédios, tentando ajustar o organismo em busca da felicidade. Mas, onde está a felicidade, afinal? Precisamos realmente da química para um controle desses sentimentos ameaçadores ou temos em nós a capacidade de auto cura? Obviamente, este é um assunto polêmico e cheio de conjecturas. Num mundo cada vez mais fóbico com relação à imagem corporal, à longevidade e aos cuidados necessários para se conseguir tudo isso, vamos nos tornando cada vez mais ansiosos, tristes e frustrados.

Fingimos a satisfação, mas interiormente o pensamento gira em torno de comparações e necessidades de ser mais e melhor que o outro. Quem acha isso sadio não está percebendo o quanto tudo tem causado males.  É como se vivêssemos competindo e nos desgastando num esforço sem fim, porque nunca estamos totalmente realizados e felizes com o que somos.

Além disso, pela não satisfação, geramos expectativas demais sobre nossos sonhos, colocando muitos pesos para atingi-los, sem ao menos apreciar o que está à nossa frente, como um simples passeio ao ar livre, belas árvores e flores e até uma conversa descontraída com alguém. Tem pessoas que deixam passar lições de conhecimento porque não reconhecem no outro uma aparência decente. Muitas e muitas são as formas de nos entristecer como desapegos, solidão ou abandonos. E disfarçamos tudo com sorrisos amarelos, maquiagens e roupas da moda ou ainda comprando coisas, não para nós, mas para que os outros nos admirem.

E a vida se torna cansativa e chata. Nem queremos nos relacionar para evitar as comparações ou ficar ouvindo falar de academias, comidas saudáveis e procedimentos estéticos, que é a cultura atual. Ninguém tem interesse em assuntos relevantes, caindo sempre na mesmice. Analisemos bem o que estamos fazendo com nossas vidas! A tal qualidade de vida de uns, não tem nada a ver com a real qualidade de vida, que deveria ser a manifestação da alegria em sua plenitude, contribuindo para que nosso corpo vibre nessa sintonia, elevando a harmonização de todo processo de cura. Infelizmente, seguimos com o que buscamos e achamos correto: a vida num patamar ocidental de ganância, gastos desnecessários e trabalho dobrado. 

NAMASTÊ 

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