Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Não é nada fácil se curar. Achamos que falar em cura é passar a dor de cabeça, a alergia ou a dor nas costas. Achamos que cura significa ausência de dor ou sintomas. Mas curar-se vai muito além disso.
Durante a vida vamos colocando na famosa "malinha" decepções, muitas tristezas sem respostas, palavras doídas que causaram feridas na alma, falta de bom senso que causaram brigas sem consertos, explosões momentâneas que podem até ter tirado o brilho ou a vida de alguém, tudo com pitadas de mágoas e arrependimentos. Ah, se pudéssemos voltar no tempo e retirar da mala algumas peças mofadas, deterioradas e hoje, sem nenhum uso, mas que estão ali, num compartimento secreto, utilizando espaço que já deveria ter sido curado.Ainda guardamos erros cometidos contra pessoas que fazem ou fizeram parte de nossas vidas, prejudicando as suas, seus relacionamentos e tirando deles a sorte de ter uma vida melhor. Sim, cada um tem segredos de uma época cheia de orgulho, querendo ser mais que o outro ou se colocando em posição de destaque, pisando na vida de alguém. Duro ouvir isso? É só fazer uma retrospectiva e descobrir as roupas velhas na mala. A dor persiste, mesmo camuflada com atuais gentilezas e vontade de ser melhor.
Por isso, a dificuldade de se curar. Sabemos dos nossos erros e de como fica difícil mudar algo que está lá no fundo do baú. E nos perdoar também não é tão fácil, pois envolve a compreensão do por que agimos assim. É fácil dizer somos humanos, nos isentando da responsabilidade.
Estamos falando de curar a alma, senti-la leve, com a sensação de que na vida se tem a paz interior e necessária para evoluir. Não adianta conseguir livrar-se de alguns entulhos sem conscientizar-se de melhorar como pessoa. Todo dia é um dia de abrir espaço na mala. Para isto é necessário muita coragem e enfrentar os que prejudicamos ou buscar a limpeza através do autoconhecimento. Sabemos quando somos honestos ou apenas desempenhamos papéis que ajudam a nos confortar para podermos nos olhar no espelho. Mas não há como camuflar culpa interior. E é ela que corrói e fere tanto a alma, quanto o corpo físico.
Por isso, a cura é gradual, precisando de ajustes e auto perdão. Esse "deixar pra lá" da boca para fora, não cura passado. Toda essa energia vai diminuindo a interação entre pessoas, pois todos querem buscar a própria libertação e, sem a cura real, não há como voltar a ter boas relações. A questão é que ela deveria vir de todos os lados, tanto dos prejudicados, quanto dos que prejudicaram. E essa sintonia pode não atingir mais um patamar desejado, pois a ferrugem criou muitos buracos na alma, difíceis de conserto. Para se ter uma vida feliz, temos que focar em despertar aqui e agora, longe do que já não tem mais conserto. O melhor é sempre se questionar por que estou fazendo isto? A resposta pode frear atitudes impensadas.
NAMASTÊ
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