Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Como Manuel Bandeira, estou pensando seriamente em ir embora para Pasárgada. Parece que seria uma cidade onde se poderia viver a solução para os nossos problemas. Seria ela realmente imaginária ou se encontra no mapa? Talvez seja o lugar perfeito para relaxar e desobstruir pensamentos, restaurando a alma.
Minha Pasárgada seria diferente do autor. Não me interessa a perversão, mas a paz interior. Encontraria satisfação em cada passo, através das belas paisagens e de sentimentos auspiciosos soltos no ar para os sentir com prazer. Minha voz seria ouvida, não só a que sai pela boca, mas a que se expande do coração. Não me sentiria vazia, mas completa com todo amor que há ao redor.
Posso copiar praias e banhos de rio refrescantes do poema lendário, mas incluiria a energia telúrica unida ao cosmos, que me mostrariam a importância de existir. As flores exalariam cheiros profundos com perfumes hipnóticos e as alucinações só se tornariam mais fantásticas. O sol poderia encontrar a lua e ambos enfim poderiam se tocar e disto resultaria na descoberta do grande mistério que nos envolve.
Neste lugar haveria compreensão, ternura e nenhuma solidão. Não que a solidão seja ruim, mas a companhia de essências divinas seria maravilhosa. Um céu tão estrelado que o brilho da noite pareceria uma enorme caverna de cristais. Ah, Pasárgada! Como encontrar o teu caminho? Seria ele no meio da floresta ou com pedras coloridas? Teria um arco de boas vindas e um porteiro?
Só os que sonham podem entrar, diz ele! E, ao olhar nos meus olhos lacrimejados, ele abriu a porteira e estendeu a mão como que me dando passagem. E tudo que imaginei ali estava, transmutando imediatamente os sentimentos de abandono, desilusão e dor que sentia. O lugar existe, mas ainda não sei e não entendi se estou viva ou já morri.
NAMASTÊ
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