Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Ontem conheci ao acaso uma senhora na rua que me perguntou onde ficava a panificadora. De repente, ela começou a falar da vida dela, que não era daqui e que tinha perdido o marido a pouco tempo. Parece que era sadio, não tomava remédios e era ativo, fazendo suas coisas diariamente. Neste dia, deu comida aos cães, tomou seu desjejum e foi ao quarto, quando sentiu uma tontura e caiu de cabeça no chão. Levado ao hospital, precisou colocar um dreno no cérebro, mas não resistiu ao ferimento e morreu.
Comecei a lembrar disso hoje e percebi que não somos nada além do amor. E que nem todos compreendem o amor que externamos. Precisamos aprender a nos deixar guiar por este sentimento puro e que não pede nada em troca. Estamos aqui para amar "apesar de" e isto é dificil. Num dia você é necessário, noutro apenas alguém para alguém. Alguém que serve, alguém que ajuda, alguém que tem uma função. O que não estamos vendo é o "além de". Quando alguém está em nossa vida, não é por acaso. É porque aquela energia nos transformará. É justamente aquela energia que precisamos para juntar os cacos e colar na alma atemporal.
A dificil missão está em aceitar o tempo, que não é o mesmo para cada um. Simplesmente não conseguimos compreender o que se passa na mente de cada pessoa que nos acompanha, que nos ama da forma delas e que, de repente, está nos julgando, criticando ou nos isolando. Mas é o aprendizado e dele avançaremos ou ficaremos à mercê de todos os sentimentos.
Ouvi na meditação a seguinte frase: " Temos responsabilidade pelo que cultivamos no coração das pessoas". É um peso imenso não olhar com os olhos do amor! Porque constantemente nos sujeitamos à ira, às pequenas vinganças, às birras, olhando sempre para o passado e o que nos fizeram ou deixaram de fazer. A cegueira da visão impede o avanço da alma, onde há ternura, perdão e união. A falta de sintonia ainda é o maior obstáculo nas relações.
Se tivéssemos a visão através do invólucro fisico, talvez aprendêssemos a respeitar tudo no planeta. Não só as pessoas, mas toda a natureza, da qual simbolicamente está em nós. E poderíamos tratar melhor cada um, aceitando sua forma de amar, mas também seu momento de solidão e aprendizado espiritual. Novamente ouvi outra frase na meditação: "Devemos amar as pessoas pelo que são e não pelo que fazem por nós!"
É dificil ser lacônica num assunto tão complexo e que ainda estamos engatinhando. Mas podemos observar todo crescimento da humanidade e acreditar num progresso, bastando nos alimentar da sabedoria divina que brota dentro de nós e que insistimos em não regar. É importante usar a mente, mas racionalizar demais tira o foco para o sentir pleno. E, sem ele nos tornamos corações imaturos, duros e não nos permitimos avançar.
Voltando à história inicial, perdemos oportunidades de ter quem amamos mais perto, participando de nossas vidas e pensamentos. O medo nos faz recuar para não termos que competir, sem entender que às vezes, tudo o que o outro quer é estar conosco, fazendo parte e transferindo amor.
NAMASTÊ