Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Cada dia é uma surpresa. Uns são melhores, outros nem tanto. Essa sensação de que temos e não temos controle sobre ela é um desconforto emocional. Só que por trás das coisas inesperadas pressentimos que pode haver bem mais do que o que acontece conosco.
É como se fossem ligados alguns pontos ou desatados nós em uma malha universal da qual fazemos parte. Parecemos ter o tempo exato para pertencermos a um lugar e relacionamentos. Nem sempre entendemos ou aceitamos, mas se pudéssemos observar esta grande malha, entenderiamos por que o relógio dá badaladas, anunciando que a hora acabou.
Apesar de forçarmos o cérebro em busca de respostas para as tantas questões que surgem, elas não definem a magia que só o tempo poderá mostrar. Para os que têm mais paciência e não se colocam numa posição de culpa diminuindo a si mesmos, enxergar o maravilhoso trabalho cósmico fica cada vez mais perceptível.
As sensações que surgem vão desde o alívio até a manifestação do nosso incrível poder interior para virar o jogo. E logo percebemos que o que parecia o fim de tudo, a desgraça ou o medo do novo, se transforma no bem estar, na beleza de enxergar outras paisagens e encontrar os pontos perdidos para terminar nossa parte na malha.
Aqueles que ficaram para trás não são necessariamente ruins, maldosos ou ignorantes, conforme os julgamos. Eles são apenas alguns alinhavos, a fim de unir ou definir atitudes para nós, pois nos mostrávamos acomodados. Entre o desespero e o despertar, chuleamos responsavelmente a malha, desejando que não desfie, mas que se estabilize para encontrarmos a nossa felicidade e equilíbrio.
Talvez passemos pela vida sem aprendermos os pontos desta malha e até tricotemos algo meio fora do padrão. Mas, com certeza, o aprendizado se fará e deixaremos marcas no produto. Algumas boas, outras nem tanto, mas que darão aos demais a visão de erros e acertos. Só que daí, a história para a continuação desta costura não é mais da nossa alçada. Cada um de nós é responsável pelo que criamos. Uns deixam belos bordados, pontos perfeitos, embelezando e alimentando a malha. Outros, ainda aprendendo e sem tanta tenacidade, acabam deixando buracos e pontos soltos. Cabe buscarmos a humildade e deixar que outras mãos ensinem como terminar ou melhorar este trabalho. E esta união facilitará, sem egoísmo, a cura.
NAMASTÊ
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