Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Vou começar este texto contando uma história minha. Sem emprego, sem muitos recursos e oportunidades, resolvi fazer parte de um partido político a fim de trabalhar pelo povo do meu município. Um dia este partido, precisando de mulheres para completar seu grupo, bateu em minha casa e me convidou para vereadora. Sempre observei minha cidade e bairro, sou uma pessoa que admira o correto e belo, a natureza, enfim o que poderia trazer uma vida melhor para a comunidade.
Obviamente, seria uma oportunidade de ter um salário e de ser útil. Para falar a verdade, nunca gostei de política, devido ao coluio que se faz neste meio. E eu tive uma educação com muitos valores, não me permitindo desfrutar do que não me pertence. Mas pensei que poderia ser útil, inclusive elaborando antecipadamente projetos para melhorar e embelezar a cidade.
Para resumir, consegui ir em duas reuniões do partido, voltando para casa totalmente frustrada e com muita dor de cabeça. Não se imagina o tipo de acordos e conversas que rolam nestes ambientes. E tem pessoas que amam estar ali, tramando como enganar o povo a troco de votos. Para mim bastou! Nunca mais fui e me desafiliei do partido.
Mas foi um excelente aprendizado. Pude compreender como tem pessoas que amam enganar e outras que amam serem enganadas por míseros trocados. O que me espanta é que o tempo todo reclamam do governo em exercício. Isto porque o ser humano só visa o ter. Quanto mais ele tiver, seja lá como consiga isso, mais feliz ele se torna. É tanta soberba sobre sua própria vida, que não enxerga a responsabilidade que tem sobre seu voto. Aprovar alguém que prometa coisas que não cumpre é tão fácil quanto receber de graça um botijão de gás. Enquanto o povo ganha uma sacola, os políticos nadam nas regalias. Quão justos eles são?
Mas um povo sem estudo, sem trabalho, sem oportunidades é mais fácil de dobrar. E ele se contenta com pouco. Mas como mudar isso se o próprio povo insiste em deixar cuidar de suas vidas sempre os mesmos? Os mesmos que no cargo, esquecem as promessas, mas que fazem questão de se enriquecer.
Não temos coragem de virar o jogo, encontrar novas idéias, talvez pessoas com melhores valores. É absurdo ouvir que não vamos ter voto perdido. Temos que conhecer e dar chance para mudanças, sair da mesmice. Quem até hoje teve segurança com os que já passaram pelos cargos? A política é um antro de pessoas egoístas, falsas e mentirosas. Quando alguém com verdadeiros objetivos e valores consegue penetrar no ambiente, imediatamente é observado.
O que mais me deixa perplexa é o povo mesmo. Na hora de brigar por um time, até mata, o que é ridículo! Mas na hora de brigar por seus direitos, levantam bandeiras com o nome de outros. Se matam por políticos que nem conhecem pessoalmente, brigam e discutem por pessoas que facilmente lhes daria um pé na bunda. Povo tolo!
Se precisamos de governo, devíamos antes ter respeito com nós mesmos. E quando isto acontecer, eleger com muita análise e observação. E saber sempre da vida particular de tal pessoa, a fim de saber o quanto enriqueceu com o dinheiro alheio. O governo devia ter mais rotatividade, com oportunidade de acertos, retirando os erros.
Mas, infelizmente o povo gosta de ter do que reclamar. Prefere ganhar um pão, do que fazer a massa e colocar para crescer. Prefere viver lambendo botas, ao invés de comprar novas para si. Isto parece não ter conserto e fim, visto observarmos em todos os tempos e lugares a mesma atitude. Mas a consciência de cada um é o grande tesouro de uma vida de orgulho e feliz.
NAMASTÊ
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