SOLTAR A CORDA

 Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

Quantas e quantas vezes dizemos para nós mesmos "estou com a corda no pescoço", ou "me sinto amarrado", ou ainda "me sinto tão preso"? Estas afirmações só nos mostram que a vida está pesada, que estamos infelizes em alguma coisa e que não sabemos o que fazer para sair desta situação.

Não devemos nos enganar olhando para os lados e vendo as outras pessoas felizes e sortudas, pois parece que cada um tem um fardo a carregar, seja no amor, no trabalho, na saúde,  na família, nas amizades e por aí vai. Alguns, obviamente, são emocionalmente, mentalmente e fisicamente mais preparados, ágeis ou equilibrados. Outros, se derramam em desespero, lágrimas e pessimismo.

Insisto em dizer que antes de mais nada precisamos parar, respirar e analisar. Com ou sem ajuda de alguém de confiança,  precisamos estabelecer como tudo poderá ser feito para desatarmos os nós.  Não sei dizer se algumas pessoas são sortudas, mais inteligentes ou nasceram com uma estrela na testa, mas elas fluem mais que as outras. O que muitos não percebem é que, conforme o que construímos na vida, vamos criando também mais fardos para carregar. Talvez aí esteja a diferença entre os que fluem dos que acabam com a idéia da corda e da prisão.  A ganância, a vaidade e a soberba são os principais sentimentos de aprisionamento.

Todos querem estar bem, com uma vida feliz, mas entulhar a vida de responsabilidades, bens materiais, relações inúteis só vão trazer muitos pesos e pouca harmonia entre a nossa alma e o corpo físico. Por isso, hoje vemos pessoas tão insatisfeitas, mesmo tendo muitas coisas.

Precisamos parar para analisar o que é viver bem, em paz e feliz. Talvez seja não ter tanto, desapegar de inutilidades, de relações minadas e começar a viver programando momentos que nos tragam risos, satisfação e entusiasmo. Certamente, cada um saberá onde está exagerando e no que pode melhorar para tirar a corda do pescoço,  desatar nós e sair em busca da vida, sem prejudicar a si e aos outros.

Amores sem graça, empregos frustrantes, amigos que já não compartilham as mesmas idéias,  familiares invejosos ou pessimistas, são algumas, das várias maneiras de nos frustrar com a vida e simplesmente nos deixarmos à mercê do destino. Precisamos nos amar tanto, presenteando nossa vida com o melhor, mesmo não sendo o que a sociedade ache que seja o melhor. 

Parece utopia? Novamente podemos saber por que alguns conseguem fluir e outros passam a vida resmungando ou cheios de humor negro. Ter fé,  ser positivo , acreditar são bons instrumentos, mas nada adiantará se dentro de nós só houver pensamentos de negação. E isso se transforma com nossa vontade e persistência.

Um dia, acordaremos e soltaremos a corda do materialismo, do capitalismo, dos grandes fardos e viveremos fluindo, buscando realizar sonhos que nos elevem a alma para um patamar de satisfação com nossa própria vida. Esperando sairmos de cena completamente realizados de que agarramos os bons momentos, fizemos ótimos amigos, nos cuidamos e pudemos ser úteis às vidas que passaram em nosso caminho, porque soltamos a corda e descobrimos o mundo.

NAMASTÊ