OS MONSTROS EM NÓS

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Hoje despertei com vontade de escrever. Tentei começar algo, mas não fluiu. Então me deixei levar pela intuição e depois de um tempo senti o chamado para este tema.

Afinal, quem não tem que vencer suas próprias batalhas com aquele monstro ou até monstros, cujos nomes são conhecidos? Já se deram conta de que em algum momento tentamos desviar do caminho de pessoas que, definitivamente, não conseguimos empatizar por algum motivo?  Porém, os monstros ficam adormecidos e, quando algo acontece, seja uma lembrança, as palavras ou fatos que não aceitamos vêm ao consciente, estes monstros despertam e nos causam algum desconforto emocional.

Esses monstros não significam propriamente a pessoa em si, mas como ela agiu. Revidamos a isso com desprezo e esse sentimento alojado em nós é mais uma carga a carregar e que pesa o suficiente para nos transformar. Deixamos de participar de reuniões onde encontraremos tal pessoa e evitamos qualquer coisa que possa nos ligar à ela. De certo modo, não é ruim nos proteger, mas sem trabalhar tal sentimento, ficamos remoendo situações, causando-nos sintomas físicos e emocionais. 

Monstros são assustadores, podem tirar nossa paz e foco sobre o que realmente importa na vida. Alimentar esses monstros é que está errado, pois damos a eles força para que não nos deixem livres para exercer o que de fato queremos ser. Precisamos enfraquecê-los, trabalhando em nós a própria autoridade sobre nossas vidas. Ou somos donos de nós, ou estes monstros vão tomando conta da alma e nos matando de raiva, amarguras, medos, ciúmes e tantos sentimentos destruidores. De repente, nós é que viramos os monstros! Deixamos que as raízes deles nos tomem, transformando-nos em árvores secas, sem brilho.

Esses monstros vão perdendo força quando alimentamos em nós a alegria de viver. Cada vez que não nos importamos tanto ou nos importamos, mas vamos diluindo a raiva e abraçamos o que a vida tem de bom, eles vão indo para um lugarzinho profundo, até que possamos superar com eficiência a presença deles. Mas temos que ter consciência de que mexer no vespeiro pode ser perigoso. Então, só nos resta preencher espaços internos com o melhor das amizades, das conversas, das relações e não afastar boas pessoas por causa do nosso mau humor. Cada dia é uma batalha em nossas vidas. Um dia temos a faca e o queijo na mão, noutros passamos fome. E, se isto acontece é justamente para que haja movimento e não nos entreguemos. Precisamos realmente ter orgulho de nós e existir para aqueles que precisam e nos amam. A melhor arma contra esses monstros ainda é amar a nós mesmos e desprezar o passado.

NAMASTÊ