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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

segunda-feira, 22 de abril de 2024

ANJOS E DEMÔNIOS

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Você sabe quem realmente você é? Já olhou de fora de você mesmo e observou sua vida, sua maneira de ser, seus temores, suas palavras? Faça isso por alguns instantes. Deixe de ler este texto e olhe para você,  primeiro de fora e depois, interiorize-se e sinta o que tem lá dentro.

O que vê? Alguém real, fazendo de tudo para ser feliz ou alguém só fazendo os outros gostarem de você, fazendo eles felizes e representando um papel? Como se comporta no mundo? Com naturalidade ou está sempre seguindo padrões e regras para ser visto de forma a condecorar o próprio ego na vida? É tão importante o que os outros pensam de você, ou é mais importante ser quem gosta e quer ser?

E dentro de si mesmo, como é? Guarda muitos segredos que não pode ou quer dividir para não ser motivo de fofoca ou de julgamentos cruéis? Tem sentimentos rasgando a alma e torcendo o coração? Pois lhe digo que ninguém escapa disto. Passamos tantas histórias que acabam reeditadas pelos personagens, de forma a aliviar o peso de suas consciências, que nem sabemos mais o que é verdadeiro ou imaginação. Para satisfazer a consciência, muitos criam seus próprios painéis, distorcendo o que realmente é real e aconteceu. Muitas histórias são contadas cheias de mentiras, imaginações e proporções descabidas. E bem lá no fundo está a culpa cutucando o indivíduo.

Olhar para si mesmo pode ser uma tarefa difícil, árdua e apimentada. Podemos ver tridentes nas mãos e não auréolas acima da cabeça. A vítima pode virar algoz repentinamente. Nosso olhar tão inocente pode camuflar inveja e satisfação de ver o outro no declínio. Julgar pode parecer um ato de ver a vida do outro só por um ângulo, sem viver toda a história.

Desta forma, usamos fantasias de anjos, mas somos monstros prontos a atacar. Para nos proteger, vamos nos desviando das perguntas ou comentários, mas quando alguém vira a chave secreta, o mundo fica de cabeça para baixo. Num dia qualquer podemos nos assustar com quem achávamos conhecer. E não é culpa de ninguém, a não ser da indiscrição ou impertinência em soltar palavras que podem ferir ou extravasar o que tentamos deixar quieto. Não é à toa que existem dias que só precisamos ficar sós para ajeitar a casa, jogar sentimentos fora e realinhar o emocional.

Sentir nossos defeitos e admiti-los é tarefa complicada. Dói voltar-se para os próprios erros, pois fica muito mais fácil apontar um culpado. Falamos com a boca cheia do quanto fomos prejudicados, buscando consolo da platéia. Mas, acreditamos mesmo que nada que fizemos desencadeou tal maldade, vingança ou raiva? E lá vamos nós vestir a fantasia de anjos e vítimas! 

Então, depois de fazer este exercício de auto-observação, te pergunto: até onde vai sua hipocrisia? Consegue olhar-se no espelho e realmente saber quem está vendo? Enfim, não somos mais ou menos que ninguém, mas podemos começar entendendo o trauma que causamos nos outros, a dor que aumentamos com risinhos e comentários e o quanto somos responsáveis pelas atitudes desequilibradas que os outros acabam tendo conosco. Quando entendermos isso e que nada no mundo age sem uma reação de igual proporção, talvez comecemos a mudança tão esperada na humanidade e mais do que tudo, em nós. A pergunta que fica é: quem alimentamos mais para que sejamos verdadeiros e tenhamos paz? 

NAMASTÊ

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