MUNDO ESTRANHO

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Ando me sentindo estranha. Os dias parecem bolas de boliche que jogamos na incerteza de que vamos acertar todos os pinos. Se fizermos o " strike", ótimo,  ganhamos o dia. Mas, se não fizermos, tudo bem. Terão outras jogadas para tentar. E assim vou brincando com a vida. Sem desespero, nem obsessão. Jogando com a sorte ou com a fé. Parece monótono demais para uns e confortável para outros.

Minhas perguntas, sem respostas, fazem fila na minha mente. E vou simplesmente passando para outra e outra e...outra. A tal lei da atração insiste em me atrair e, para onde olho, tem algo sobre o assunto. Interessante perceber que existem mais de sete bilhões de pessoas no mundo e, com certeza, todas sonham com uma vida melhor e mais digna. Alguns não sonham, resolvem atropelar a lei de atração e viram imãs, sugando e usurpando o que podem dos outros. É bem certo que uns tem mais fé que outros, mas se fosse só isso acho que haveriam muito mais ganhadores nas loterias. Será que criamos em nós uma gosma grudenta etiquetada com um grande não? E, mesmo tendo fé, essa gosma insiste em obscurecer tudo que pretendemos para nossas vidas? 

São tantos ditados, dizeres e lições de vida, baseados talvez em um único exemplo, que queremos encaixar na vida dos mais de sete bilhões. Um consegue algo inédito e se torna um exemplo universal, seguido por nós, desesperados em conseguir uma fatia da sorte. E pagamos para ouvir, mas continuamos patinando no gelo, morrendo de frio, sem os calçados corretos.

A vida e os dias vão passando e nos sentimos cada vez mais sem estímulo, sem a força da juventude. Não queremos essa força para ficar nas madrugadas em baladas, mas para trabalhar em algo que nos alimente a alma, que nos faça perceber que ainda temos chance. Nem que este trabalho seja de arrumar malas e conhecer caminhos diferentes, comidas típicas e ouvir boa música.  Quem não quer? Onde está a lei de atração que não tem funcionado para os que sentem a angústia de simplesmente ver rotina, sem expectativas de inovar?

Eu converso com o cosmos, com o universo, com meus corpos e busco entender toda essa parafernália de informações sobre dimensões, extraterrestres, buracos negros, salto quântico e portais eletromagnéticos e cristalinos. Confesso que minha cabeça chega a doer. Mas, não sei se é o excesso de todas essas informações, vindas de nem sei quem, que tem me deixado meio alienada. Estamos sendo bombardeados de verdades ou alguém ri às nossas custas? Estou confusa e queria que novamente pudesse ouvir melhor o que existe além do que se vê. A verdade é que todos nós caminhamos para o mesmo lado. O lado onde procuramos a verdade e a libertação de todo sentimento que carregamos e que  tira de nós a oportunidade de sermos mais felizes. Alguns de nós devem ter ganhado a chave certa ou são donos dela.

NAMASTÊ