AMAMOS REALMENTE?

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Na semana do amor ouviremos e veremos muita propaganda, fotos e vídeos de casais felizes e completos. Filmes românticos nos fazem pensar que tudo é um grande mar de rosas. E quem entra num relacionamento sabe que quanto mais o tempo passa, mais conhecemos o outro, sejam coisas boas ou não.

Como não existe um "amorômetro", o que sentimos é amor do jeito que sabemos e temos para dar. Talvez por isso, alguns ficam, outros não. Fato é que o amor talvez dependa de como expressamos esse sentimento, além dele se entrelaçar com nossa personalidade,  caráter e alguns sentimentos como carência, orgulho e vaidade. Se o amor tivesse uma cor, será que veríamos essa cor em todos os casais que dizem se amar?

Muitos se acostumam, outros tem medo da solidão,  outros ainda são acomodados e precisam de alguém que os ajude e empurre. A mídia cutuca fundo nosso coração e queremos amar e ser amados. E muitas vezes amor é confundido com beleza, posição social e poder. Quando vejo cartazes nos muros oferecendo serviços para "amarrar" alguém, me pergunto que pessoa chega num ponto onde seu amor próprio é tão inútil e sem validade.

Porém, ao olhar para casais idosos que já completaram bodas de ouro, percebo o quanto essas pessoas suportaram, se resignaram, acolheram, defenderam e respeitaram o outro e seus votos. Isso realmente é lindo! Se é amor, não sei! Mas que existe cumplicidade suficiente para que haja doação, isso existe!

O que seria o amor e o que ele realmente representa na vida das pessoas? Acho que uma enquete daria diversas respostas. Isso mostraria que cada pessoa tem um jeito de amar. E só porque durou toda a vida, não significa que casais que se separaram, amaram menos. Significa que deram tudo o que tinham enquanto estavam juntos, porém chegaram num ponto de libertação e transformação de suas vidas. O amor faz parte de gente sadia, que tem vontade de fazer o melhor por alguém, com o qual sente uma ligação intensa. Precisamos identificar e separar amor verdadeiro de paranóia, de pessoas que acham que amam, mas tudo que querem é ter poder sobre outra pessoa.

Lembrando que para amarmos alguém, temos que estar de bem conosco, gostarmos de nós tanto, que não podemos permitir que ninguém nos use ou nos prenda dizendo nos amar. Ao primeiro sinal de violência ou suspeita, devemos nos afastar ou definir alertas.

Amor é isso... um sentimento que sempre dependerá de pessoa para pessoa, do tamanho do coração, de como trabalha suas emoções e tem capacidade de se doar. Talvez tenha sorte de encontrar alguém com a expectativa que tinha, mas deve lembrar que o amor é e sempre será uma via de mão dupla. E que o importante não é a quantidade de dias de uma relação, mas como cada um dentro dela aprende, cresce e se ilumina para toda a vida, sem que para isso sugue a energia e vitalidade de alguém. 

NAMASTÊ