Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Com o tempo a gente aprende suavemente ou na marra. A gente aprende que tem pessoas que simplesmente não nos ouvem e, se ouvem, parecem misturar as palavras que dissemos, transformando tudo numa bela tragédia grega.
A gente vai aprendendo a ler olhares e sabe bem quando uma pessoa te escuta, está te julgando ou viajando no seu mundo, pelo jeito que te olha quando você fala.
A gente aprende que a vida é desgastante demais quando não buscamos amadurecer, entender ou nos transformar em pessoas melhores. Vai-se aprendendo a soltar amarras e afastar galhos que encontramos no caminho escolhido erroneamente, mas que nos fez aprender a ter cautela e sapiência.
A gente aprende que o silêncio diz muito e as gritarias são só barulhos internos não resolvidos, que esperam o momento inoportuno de externar. E que elas doem e craquelam a alma, tanto de quem fala, quanto de quem ouve. E que não há nada melhor do que o sussurro e prestar atenção no tom de sua voz.
Aprende que insistir com alguém que ainda não aprendeu nada, nem tem vontade de ser melhor, é exercitar a paciência ou perder tempo. Pois a gente não deve perder tempo com alguém, se existem pessoas mais interessadas na fila, esperando a oportunidade de crescer.
A gente aprende a dar valor tarde demais, exaltando tudo de bom de quem se foi. E aprende que podemos aproveitar cada dia com amorosidade e carinho, mesmo que não sejamos correspondidos.
Aprende que as surpresas são como a virada de tempo inesperada. Elas podem abrir as nuvens e trazer o sol ou desabar a chuva inundando nossos corações. E por isso, precisamos aprender a nos preparar para o inesperado sempre.
Aprendemos a suprir nossa solidão com afazeres, leituras e distrações que não nos façam pensar e enlouquecer. Mas também aprendemos que a solidão é boa, é necessaria e é nela que criamos, nos transformamos e nos descobrimos, entrando em contato com nosso Eu.
A gente aprende que se calar pode parecer fraqueza, mas será inteligente, caso o nível da conversa esteja se perdendo na lama. E dar um tempo é necessário para que o cérebro concatene idéias e volte a funcionar com coerência.
Aprendemos que a idade só será um fardo para quem não soube aproveitar a vida. E que temos que cuidar do corpo, da mente e do espírito com sabedoria e não bobagens, se quisermos chegar na maturidade com alguma força e energia. Isso realmente faz a diferença.
A gente aprende que ouvir os mais velhos pode parecer ridículo, se formos arrogantes. E pode parecer encantador e instrutivo, se formos humildes. E o mesmo se faz se quisermos nos adaptar ao mundo atual, onde os mais novos tem suas maneiras de pensar sobre a vida. Ouvir sempre é necessário e bom.
E a gente aprende que cada dia é um presente para que nosso livro tenha mais um capítulo. E que se soubermos escrevê-lo com amor, os leitores que lembrarem de nós poderão usar como guia, se deixarmos algum legado, ensinamento e boas lembranças. Isto poderá ser útil e expressivo para os andarilhos da Terra.
NAMASTÊ
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