Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Pode ser frustrante envelhecer se ainda não estamos preparados para encarar os sinais. Alguns parecem flutuar sobre a vida, enquanto outros se condicionam a pesos mentalmente nocivos. Não é fácil olhar para o próprio declínio corporal e se acostumar a ele passivamente. Somos exigentes, queremos lutar contra as garras do destino, afinal tem espetáculo todos os dias desfilando bem embaixo do nosso nariz.
Você pode envelhecer de duas maneiras e isto dependerá do que carrega na alma. Pode envelhecer naturalmente, aceitando o ciclo da vida e da continuidade natural de tudo, ou pode tentar modificar as coisas, camuflando aqui e ali seu corpo, lutando contra o que é evidente, mas renegando e se esquivando de tudo que possa te lembrar que a vida está se escoando. O medo de ser deixado de lado não nos faz enxergar as outras tantas possibilidades que emergem a todo momento no caminho. Somos exigentes demais para aceitar outros na mesma situação. Queremos a virilidade, a pele macia e a barriga lisa. Depreciar-nos é o foco! Enquanto isso, vamos chutando possibilidades de rir, viver e conhecer almas que se aceitam e nos aceitam. Porque elas existem e estão à espera desse encontro.
O tempo de ser escultura já está passando e vamos cobrindo o que antes fazíamos questão de mostrar. Mas é justamente aí que entra a diferença entre aceitar ou não o ciclo da vida. Quando aceitamos, simplesmente vivemos, nos permitindo ter as quatro estações rodeando nossos passos. Quando não aceitamos, nos tornamos cães correndo atrás das carroças, achando que se as alcançarmos, conseguiremos o passe para um lindo passeio sem fim, com a condição de carregarmos todo o peso dentro dela. Pesos sobre beleza, força, saúde mental e física, os quais precisaremos dar um jeito para nunca acabarem. Ou seja, até isso um dia será demais! Um dos maiores pesos é ter hoje o que amanhã não teremos mais, pelo simples período vital. E sofre muito quem tem um olhar para trás de si mesmo, ao invés de ver o que está no presente, linearmente. Ou quem não se conforma com sua idade, buscando sempre a companhia dos mais jovens, para se sentir como tal. Obviamente, o orgulho nunca será confessado.
Mas, como as pessoas têm escolhas, uns preferem o caminho normal, já outros os da aventura. Uns aceitam seu momento, outros o renegam. Uns só querem viver dignamente e curtir o tempo, outros impulsionando todo o potencial que lhes sobra. E ainda, uns querem entender a beleza da vida, enquanto outros só querem a beleza do corpo.
NAMASTÊ
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