MUDANÇAS VOLÁTEIS

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

De repente ficamos longe. Notamo-nos distante de tantas pessoas e coisas.  Não sei por que isso acontece, mas apenas acontece. Será que temos tempo para que as coisas se encaixem, se estabilizem, cresçam e se fortaleçam? Com certeza sim.

A ampulheta vai derrubando grão a grão a areia e sabemos que se não cuidarmos e a virarmos novamente, ela esgotará o tempo. E um tempo esgotado é o fim. Feridas nos fazem esquecer de preservar relações, cansaço nos faz perder o interesse por atividades. É um salto quântico na alma, que já não se vê mais como antes. Mudamos.

O problema é que não mudamos juntos com todos. E advém perguntas que não queremos ou sabemos responder, pois alguns continuam no mesmo lugar, na mesma energia. Ficam dúvidas, mas não sabemos saná-las. Há dificuldade em retroceder, pois não tem como burlar a ampulheta. Perde-se a vitalidade, a graça e a satisfação. Mas ainda pode existir amor ou no mínimo carinho.

Dificil tecer sentimentos rasgados. São etéreos, não se ajustam mais com a mesma exatidão que surgiram. Pode-se viver com retalhos, mas há de se ter muito cuidado com os fios utilizados. Qualquer pressão pode causar danos irrecuperáveis.

Alguns titulos não fazem mais jus, podemos descartar. Alguns lugares perdem o sabor, passamos longe. Não há duvidas, é uma transformação dentro de nós. Parece que perdemos o táxi no dia de chuva, mas percebemos que nos molharmos pode ser divertido. Ou que compramos um sapato que se encaixa perfeitamente nos primeiros passos e não precisamos trocar ou tentar alargá-lo. Só curtimos os novos passos.

Deveríamos nos preocupar ou apenas seguir adiante? Essa é a missão que cada um pretende cumprir, sem ter medo de ignorar o passado, mas pronto para desempenhar o melhor de si para o aqui e agora com quem está em seu caminho e nas novas aventuras que pretende enfrentar. E relaxar fará com que tudo se encaixe no novo.

NAMASTÊ