Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Meu corpo é o que sou.
Ele mostra os anos que enfrentei a vida, que corri para me sustentar, que me dediquei ao amor, que carreguei meus filhos. Tive que enfrentar dores e hospitais por algumas razões boas ou urgentes. Sinais foram sendo acrescentados com a vida. Tatuagens que me dizem que este é meu, e só meu corpo.
Não estou competindo com papéis para sobreviver, nem me sinto à vontade com quem me analisa sem nenhuma piedade. Primeiro, porque quem age assim não tem caráter para ser amigo ou companheiro de ninguém. Vive num mundo fictício e sonhador. Quer satisfazer um gosto momentâneo, como olhar para o bibelô comprado na viagem na prateleira da sala. Tudo bem, se acharmos que podemos servir de bibelôs. Segundo, porque perfeição não existe e nem os grandes artistas fizeram sua arte baseada nisto. Elas são misteriosas e até estranhas. Precisa ter visão para entender grandes obras. Difícil é achar alguém que a tenha.
Meu corpo é meu templo, com o qual convivo e adorno. Alguns já se ajoelharam a meus pés, outros se acharam incompetentes. O que faço com ele é para poder viver melhor e aproveitar o tempo que tenho.
Mas o corpo é fisico, quebra, machuca, dói e é um centro de encontro para microorganismos. Não sou privilegiada. Os bons, indecentes, orgulhosos, vadios, santos, todos estão sujeitos a visitas inesperadas, deixando o orgulho no chão e a mente reagir, pedindo piedade.
Meu corpo só me representa como pessoa única, com defeitos e fofurices minhas. Ele envolve quem realmente sou. Uma alma buscando expansão, compreensão e aprendizado. Ele me protege, por isso o respeito e admiro. Afinal, ele luta, corre, sofre, alimenta, ama e deu a luz à outras almas. Que bênção ter esse corpo! Um amigo que sempre está presente, me dando bom dia, boa noite e se entregando ao silencio, esperando o meu novo despertar.
Meu corpo foi moldado à mim para que eu estivesse aqui, presente. Lembremos disso quando não nos amamos o suficiente e o modificamos para vendê-lo em leilões. O lance dado pode ser de alguém que só quer pendurar-nos em alguma parede, enquanto usufrui da própria luxúria. Dê valor ao que você é, pois este é o livro que conta toda sua história. E esta encadernação vale sua vida.
NAMASTÊ
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