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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

terça-feira, 31 de agosto de 2021

O QUE PRECISAMOS PERGUNTAR ÀS CRIANÇAS

 Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)




A vida mudou, a educação mudou e as pessoas mudaram. Muitas coisas boas apareceram para facilitar nossas vidas, mas também algumas coisas importantes, como o respeito, foram aos poucos sendo abandonadas.

Fomos dando a oportunidade de interação maior entre pais e filhos, no sentido de abrir as portas para que eles tivessem a chance de falar o que sentem e não só obedecer e calar. Até que ponto isso foi causando um desmoronamento nas hierarquias, deixando filhos sem noção sobre educação e respeito?

Por outro lado, esses mesmos filhos estão perdidos, sentindo a necessidade do seu porto seguro. Pais falam abertamente sobre seus problemas, brigam e expõe sem nenhum tato os problemas familiares.  As crianças ouvem, observam e sentem necessidade de fazer algo, mesmo não tendo maturidade suficiente. Sentem-se inseguros e com medo da vida.  A carga para esses filhos está se ampliando mais cedo, surgindo então doenças somatizadas, que acabam sendo tratadas com remédios absurdamente fortes para os pequenos seres de luz, que só querem entender a vida e serem amados. Muitas crianças estão se espelhando nas atitudes de seus pais, gritando, batendo em amigos na escola ou sendo desaforadas, pois é este exemplo que enfrentam nas suas casas. 

Com a pandemia, parece que o processo se elevou. Muitas crianças estão desesperadas, pensando inclusive em tirar a própria vida. Os adultos, sem preparo e paciência,  acham tudo teatral e acabam usando a força ou ignoram. O perigo está em como isto é tratado.

Por conta de sua própria necessidade de materialismo e posição social, os adultos acreditam que encher as crianças de presentes as deixará felizes,  esquecendo o que se passa dentro delas. Ou preferem levá -las para terapias, livrando-se do que eles mesmos não sabem como lidar.

Antes que o problema alcance proporções maiores,  sugiro o contato físico, através do toque como o abraço,  acariciar as mãos e acolher no colo. Conversar é fundamental, porém sem exageros e sem ultrapassar muito tempo, visto que mais de quarenta minutos nós tendemos à dispersão.  Às vezes, dizer uma boa frase e deixar a criança pensar é melhor do que fazê-la ouvir por duas horas.

Mas, precisamos ouvir nossas crianças. Saber o que sentem e como se sentem perante a vida que estão tendo. O que as aflige, do que elas têm medo e por que. Olhar em seus olhos e deixar que elas se exprimam. A ansiedade de todos os membros da família tem complicado as interações,  os bons papos e os momentos juntos.

Que tal se marcássemos uns dois dias na semana onde não se use celulares, nem se ligue televisão,  só para conversas, jogos e saber mais uns sobre os outros? Acredito que, aos poucos, saberíamos muito mais do que imaginamos. Lembrando que ouvir não inclui julgamentos, mas compreensão e perguntas do tipo: o que você acha sobre isso que está me dizendo, ou como gostaria que isso terminasse? Isso fará com que todos possam achar boas soluções e aprender.

Os adultos de hoje se sobrecarregam para proporcionar estabilidade financeira exagerada. Mas, quando se tem a responsabilidade de criar um filho, precisamos entender que olhar para eles é ter felicidade e paz de espírito, hoje e no futuro.

Aproveitemos, então,  essa linda bênção de Deus em tê-los, criando laços de amor e ensinando a dignidade e o respeito, sempre com carinho e companheirismo. Não há perfeição nas relações,  mas podemos direcionar melhor as vidas que foram deixadas em nossas mãos. A maior tristeza é perdê-los para a nossa própria ignorância,  desleixo e egoísmo. Não sejamos aqueles que insistem em fechar os olhos para seus erros e achar que suas vidas são sempre perfeitas. 

NAMASTÊ 

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