DUROS SENTIMENTOS

 Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

Tristeza!
É como a concha que vai e vem com a onda, se enterrando de vez.
É como a folha seca que a árvore descarta, para ter mais espaço.
É como a lua que nasce sorridente querendo iluminar tudo e encontra nuvens negras e espessas impedindo-a de brilhar.
É o murmúrio do coitado desamparado sem ter para onde ir ou com quem contar.
É o lamento do vento que encontra a montanha ou a rocha em seu caminho, bloqueando seu livre passeio.

Decepção!
É achar que as pessoas e a vida se importam, mas num minuto elas não ligam em te ferir.
É acreditar que há amor onde só existe egoísmo e necessidade de te usar.
É olhar a vida com bons olhos, mas não ter bons olhos olhando a gente.
É pensar que somos importantes, mas com o passar das horas e dos dias somos esquecidos.

Dor!
É ter o coração amargurado, sem saber o que fazer com tanto amor dentro dele.
É sentir as mãos atadas para tanta vida pulsando, sem poder ser colocada em prática.
É ver o mundo se desfazendo, com medo de que cada dia seja tarde demais para acordar.
É ter ideias, mas não ter como colocá -las em prática,  por falta de compreensão e oportunidades.
É ver que podemos superar o que vem de longe, mas não o que está na nossa frente.

Raiva!
É não ter a coragem necessária para mudar o que precisa ser mudado.
É ter voz silenciosa, quando o que se quer mesmo é  gritar.
É deixar que as pessoas invadam seu cérebro e depositem todo lixo que faz de nós robôs e marionetes.
É acreditar sempre em algo que nunca muda, porque a capacidade é limitada e vil.

Sentimentos que nos perseguem, alfinetam nosso espírito, nos testam a fim de nos amadurecer, purificar, trazer sabedoria, ou apenas para que nosso verdadeiro Eu se manifeste? O fato é que em toda onda, todo galho, toda noite de luar, sempre haverá o risco de ficarmos ausentes da nossa própria energia vital, fazendo de nós uma tela em branco, necessitada da graça das mãos do artista Maior que poderá ou não colori-la, caso acredite que ainda há o que pintar.

NAMASTÊ