Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Há uma difícil tarefa que temos que aprender e passar, principalmente se amamos de verdade: o desprender! Ao longo da vida criamos vínculos com diversas pessoas, seja na família ou fora dela. Uns mais que outros, mas mesmo assim, se há amor, fica difícil soltar a corda e deixar o balão voar.
Mães e pais são tão apegados aos filhos que, mesmo depois de adultos, ainda acham que são suas crianças. De alguma forma ainda querem fazer parte de suas vidas orientando, sabendo e estando junto. Avós se comportam iguais, principalmente aqueles com participação mais ativa. Existem também laços fortes entre outras pessoas e que a vida nos trouxe de presente.
O problema é que o rio vai correndo, levando embora aquilo que pensávamos nunca deixar de existir. Algumas conversas e abraços, algumas visitas e risos, algumas histórias e brincadeiras vão deixando lugar para as fases da vida, as quais podem ser um pouco cruéis, às vezes, quando nos pegam de surpresa, sem que possamos preparar o emocional. E aqueles a quem cuidávamos, que ouviam os conselhos ou que precisaram de ajuda, despertaram agora para seu próprio mundo, criando outros laços necessários para que a vida continue através de conhecimento e novidades.
Os que vão ficando para trás sentem sua dor expandindo através da solidão ou do sentimento de perda. Não há quem não passe por isso! Uns mais, outros menos, mas todos em algum momento terão que lidar com esse desligamento. Faz parte da vida e da sequência dela. Isto não significa que deixamos de esperar pelo abraço, pela conversa, pelo carinho que tanto nos fez felizes um dia. Na verdade, o elástico vai esticando e se tornando meio deformado, com dificuldade para voltar ao que era.
A esperança sempre será fator imprescindível para continuarmos fortes no que acreditamos, sem que tais situações nos deprimam ou tirem nossa energia. Imaginem sempre o quanto ficaremos felizes ao revermos familiares e amigos! Essa energia é revigorante e vitaliza a alma. Com o passar dos anos todos se transformam. E essa transformação precisa ser aceita por nós que achávamos eternas algumas situações.
Porém, cabe a nós também encontrarmos a própria transformação e buscarmos atualizar nosso software com pessoas e projetos novos. Isso não quer dizer que deixamos de amar a todos que se esticaram para mais longe, esperando sempre pelo breve retorno com toque de amor, no som da voz ou da atenção dispensada em algum momento. Significa que nosso veículo continua na estrada, parando em paisagens novas e aproveitando para conhecer ainda o melhor da vida. Afinal, ainda há muito para viver!
NAMASTÊ
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