Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Se as pessoas soubessem o que guardamos no coração, talvez elas respeitassem um pouco mais nossa falta de decisão. Se elas entendessem realmente o amor, quem sabe compreenderiam como faz falta e dói não ter quem queremos por perto.
O problema é que no fundo, só se vê o que se quer, só se sente as próprias necessidades, sem ter empatia ou percepção com as aflições ao redor. Nem sempre somos sorrisos, nem todo tempo estamos dispostos. Às vezes, só precisamos de um lugar onde a presença de Deus seja evidente, para acalmar nosso coração dolorido.Tem dias que dormir e sonhar é o que faz a vida ter valor. Não queremos acordar e retornar ao mundo real, onde parte de nós está destruída. Precisamos ser fortes e superar alguns momentos que se fazem necessários, talvez para esclarecimentos e sabedoria. Ter força e continuar é um resgate diário. Quem compreende o que se passa em cada mente humana? Falamos o que muitas vezes não é verdade, pois protegemos o coração dos traumas já vividos pelas traições e falta de bom senso.
Somos bons atores atuando num teatro da vida com dramas, suspenses e romances. Cada um contando uma história para si mesmo diante do espelho. O sol pode se esconder nas nuvens, o vento pode destruir telhados, mas sempre tem esperança. E a imaginação nos faz pensar que tudo pode mudar, que a vida será colorida, que abraços virão e que toda lágrima limpará nossos olhos e enxergaremos melhor os por quês. Mas nem sempre isso acontece.
Esperamos a vida toda por um espaço que traga segurança e felicidade. Não necessariamente físico, mas etérico. Queremos sentir o amor, olhá-lo nos olhos e perceber sua luz. Há algo além, que não se controla, mas se sente. É como a natureza de tudo, que exala energia sem nos darmos conta. Ela existe, classificada em nociva ou saudável, mas que só constataremos quando o físico se manifestar numa explosão de sintomas. E, talvez, alguns desses sintomas possam finalmente nos fazer sonhar eternamente, limpando os cacos e abrindo espaço para que outros possam continuar.
A questão é que nem sempre temos certezas e o mundo nos confunde ainda mais. Conseguimos sorrir, mesmo com o coração dilacerado. Fingimos aceitar, na esperança de que hajam mudanças. Tomamos as rédeas, mas sabemos que o controle não está realmente nas nossas mãos. E deixamos o barco navegar, ora na calmaria, ora nas tempestades internas. Ninguém aqui nunca saberá a verdade. Talvez um dia, se nos encontrarmos num mundo espiritual tudo se esclareça e possamos fazer a alma ter paz.
NAMASTÊ