Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Um dia não estarei mais aqui e nesse dia o meu corpo terá ido embora. Aquele que me sustentava o espírito e, com ele irão todas as minhas imperfeições que me incomodavam durante a vida, como os sentimentos que eu tanto tentei trabalhar e que mesmo assim ainda me sufocaram até a morte.
Ao me aquecer na beleza deste dia, caminhando sozinha num lugar mágico como a natureza, posso compreender que sou apenas um grão de areia. Mas, ao amar este grão sinto a vida que me foi cedida. Estar aqui é uma honra!
Ter um olhar profundo sobre esta passagem faz brotar tranquilidade e contemplação.
O sol que aquece a água e que sinto agora na pele e o vento cantando em meus ouvidos me transportam a um mundo só meu, de onde não quero mais sair.
Parece libertador ir para o desconhecido ou o que não nos lembramos mais. A grande dúvida seria o tempo que levamos para nos dar conta de que o denso se foi e que agora seremos algo mais sutil.
Deixarei alguma coisa para que os que ficarem possam apreciar, aprender ou apenas lembrar? Terei um perfume e uma música que deixará rastros?
Não importa, pois estarei rumo ao horizonte inimaginável onde, talvez, consiga tocar sem ser sentida e enviar borbulhas de amor ao coração dos que sempre amarei.
Temos que nos conformar com a falta de fama, onde aos poucos seremos apagados das memórias, a não ser que o vento sopre ou o beija-flor apareça trazendo lembranças.
Não se consegue definir, nem explicar o sentimento de pureza quando a introspecção toma conta de forma tão extraordinária. A gente realmente sente o todo fazendo parte de nós. Portanto, quando tirar a capa densa, quero estar preparada para simplesmente voltar a ser, não o que fui nesta vida, mas o que tenho sido eternamente.
Deus me acompanhe!
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