OS DOIS LADOS DA MOEDA

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Aposto que julgar alguém ou alguma coisa é uma atitude imediatista para você. Ninguém está longe disso. Mas hoje, olhando para um simples objeto que ganhei, percebi que poderia julgar a atitude de duas maneiras: ou como um carinho apenas, ou como uma ofensa. Quando ganhei este objeto, recebi-o com o maior amor e nem pensei na segunda hipótese. O engraçado foi que, ao olhar para ele hoje, minha mente maldosa pensou no segundo caso.

Isto serviu para me dar a ideia deste texto, cuja função é alertar para que pensemos melhor sobre como julgamos ou recebemos informações. Não é só a possibilidade de tudo chegar distorcido, mas o trauma de escolhermos o lado negro de nossas mentes tomando conta de nós. E neste último caso, podemos estar com sentimentos mal resolvidos ou até obsessores, esperando causar desamor, desordem ou confusão em nossas vidas.

Quanto exatamente temos amor dentro de nós? Ele pode ser medido pela paciência ou pelo bom humor? Para cada assunto existe sim os dois lados da moeda. Quando buscamos proteção, conforto, caminhamos para o lado que nos dará isso, não importando se compreendemos bem ou se fazemos sofrer. Por outro lado, se queremos que tudo se encaixe, seja amoroso e bom, buscamos esse fim, tirando de dentro de nós até o impossível para que tudo fique bem, tanto para nós, quanto para os que amamos. Ajudamos, abrimos o coração, ouvimos com ternura e não descaso, aceitamos os erros alheios e até os nossos como experiências que tragam crescimento.

Eu poderia até jogar fora meu presente se cultivasse raiva dentro de mim, deixando-me suprir de meus próprios pensamentos ruins. Mas resolvi que ganhei aquele objeto sabendo que quem presenteou quis me agradar, me fazer um carinho. Esse é o caminho que quero para mim. O caminho que conduz à paz interior e me faz seguir em frente feliz e calma.

Escolhas são difíceis, mas se tornam piores se nos deixamos levar por maus pensamentos, sem lembrar que em cada pessoa e dentro de nós existe o lado carente e frágil,  pronto a despertar sentimentos pequenos que, certamente, virão à tona se nos deixarmos afetar o equilíbrio.

Se entendeu este texto, busque sempre imaginar que o que está acontecendo tem um lado bom, uma forma de aprendizado. Não destrua de imediato as possibilidades. Controle seu pensamento, principalmente aquele que vive julgando as pessoas. Olhar para o lado bom de tudo não nos torna fracos, mas iluminados. 

NAMASTÊ 

MEU PROBLEMA É MAIOR

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Tenho notado um pouco de desdém das pessoas quanto ao problema alheio. Isso significa que estamos nos tornando muito egoístas, já que se o outro passa o mesmo que eu, e eu o julgo com desconfiança, talvez eu esteja com raiva de olhar para o mesmo problema que me aflige ou afligiu. Diante disso, não suportamos olhar nossa própria fraqueza ou pior, compreender que nosso problema não é o centro das atenções e que outras pessoas também passam pelo mesmo.

Obviamente, cada um encara a vida e suas adversidades de maneira diferente, dependendo do quão preparado emocional, física e psicologicamente está.  Como dizer para alguém para não fazer um drama diante daquilo que para esta pessoa é um momento desesperador, só porque eu consegui suportar melhor? Cada um passa por seus desígnios e o que podemos fazer para ajudar é no mínimo, ser empáticos e respeitosos. Melhor ainda dar carinho, abraçar ou ser um ouvinte. Nossa hora pode chegar.

Mas as frases que ouvimos é do tipo:
" já passei por isso e logo passa"
" eu também já passei por isso e soube como agir"
" menos drama"
" pior que você é aquele que aconteceu ....(tal coisa)"
" pare de se lamentar, seja mais forte"
E por aí vai...

O problema é que todos sofremos, seja por amor, perdas de todo tipo, insatisfações com nossas condições, doenças,  frustrações, raiva, etc. Às vezes, as cargas vêm acompanhadas de um momento fatigante, onde nos sentimos perdidos, sem muito apoio ou compreensão. E mentalmente não conseguimos definir as idéias,  psicologicamente nos sentimos com os "nervos à flor da pele " e fisicamente esgotados. Um corpo sem energia, sem vitalidade, sem ânimo se deixa adoecer e entrega-se a um sofrimento maior. Vamos sucumbindo à um estado de latência, deixando morrer em nós a vontade de viver, sem reação positiva.

Não precisamos nos comparar com a dor e a vida de ninguém. O que precisamos é fazer o melhor a cada dia que acordamos. Transformar aos poucos maus sentimentos e pensamentos em pequenas porções de alegria e satisfação.  Preencher a vida de atos que possam despertar o orgulho por nós e pelo que realizamos "naquele" dia. É assim que vamos vivendo a cada passo. Uma simples plantinha brotando no vaso que cultivou, a visita e um bom papo, a música que traz boas recordações, abraçar sem ter por quê,  são exemplos de prazeres que elevam o astral e nos fazem reagir perante nossa maneira de encarar os problemas. Podemos melhorar olhando o mundo ao redor com mais amabilidade e menos impaciência. Isso se faz através do amor e treinar a si mesmos.

E, se acredita em Deus, jamais deixe de encontrar-se com Ele em algum momento do dia. A conversa franca o fará ressuscitar e renovar a esperança em si mesmo. Mesmo assim, não esqueça de estender a mão aquele que também precisa. Não se coloque num pedestal de sofrimento. Seja humilde e tenha foco na própria força, libertando-se das amarras.

NAMASTÊ 

A BUSCA DA VIDA PLENA

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Rezo, Senhor, para que todos encontremos uma vida plena.
A plenitude é uma benção!
Sabemos que é difícil termos tudo na vida: amor, saúde, prosperidade, relações sadias e desinteressadas, sentimentos bons e não conflitantes e por aí vai. 

Muitos de nós são gratos pelo que têm, outros nem percebem as bênçãos que lhes são dadas.
Muitos nunca estão satisfeitos e poucos se contentam com suas vidas. É interessante perceber o que uns tem e outros não, por sorte, destino ou carma. Porém, sempre falta algo.

Quem tem dinheiro, não tem paz. Quem tem saúde, não tem vontade. Quem tem beleza, não acredita em si. Quem tem trabalho, vive insatisfeito.
Quem tem família, se frustra com as atitudes. Quem tem amigos, sofre com inveja ou traições. Mesmo satisfeitos com algo, precisamos enfrentar desajustes e dores.

O que temos que levar em conta é que não estamos sozinhos nos medos, frustrações e vontades. E o que parece uma maldição, talvez seja o que precisamos arrumar em nossa casa, a fim de buscarmos um caminho melhor. Ao nosso redor, as pessoas parecem viver no quadro perfeito, mas suas histórias escondem segredinhos que orgulho e ego não deixam revelar.

E esses porões secretos vão transbordando doenças, minando humores ou criando grandes atores, que fingem brilhantemente interpretar seus papéis de vitoriosos e felizes andarilhos da vida.

Onde estaria, então,  a vida plena que nas entranhas formam os desejos que acumulam pensamentos e corações? Talvez bem debaixo do nosso nariz. Pois, quanto mais temos, mais pensamos em algo para suprir a inquietude, o vazio. A vida plena somos nós e o que fazemos, pensamos e realizamos com a nossa oportunidade diária de existir. Temos constantemente essa sensação de que algo falta e é isso que nos envenena. Precisamos do antídoto, mas é praticamente impossível nos salvarmos, sem que haja uma transformação no âmago, no Espírito. 

Sendo assim, vivemos com desejo de vida plena, sem perceber que o que temos são sementes, talvez já alguns frutos, que precisamos regar, cultivar, sem podar a árvore vizinha, mas limpando sempre o terreno para que a nossa se fortaleça e siga em direção ao horizonte. É um trabalho contínuo.

NAMASTÊ 

COMEMORAÇÕES

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Ano passado e retrasado (principalmente), recebi muitas mensagens de Páscoa dizendo " fique na toca". E na toca nos reinventamos! Não poder nos reunir nos fez pensar que as festas tem esse significado de união, mesmo que ele seja apenas uma imposição que aprendemos por longos anos. E percebemos que se não seguirmos as regras, somos julgados de alguma forma.

Porém, essa união pode ou não ser sadia para o espírito e isto acontece quando nossa alma está ou não satisfeita com o que se passa diariamente em nossas vidas. Por exemplo: se estamos numa excelente relação, se a familia é presente não só em festas, mas participativa no dia a dia, aí vale a pena acrescentar mais um dia de alegrias. Mas, se as coisas estão estremecidas, as pessoas têm assuntos pendentes e só seguem o protocolo para aliviar a própria alma, não deveria ser imposto compartilhar ambientes, fingindo uma paz e felicidade que não existem.

O que queremos provar com isso? Que somos bons, que "deixamos pra lá " e que podemos recomeçar? Talvez realmente tudo recomece, mas até que ponto depois das festas a normalidade de sentimentos continua insistindo no desleixo das relações?

Reuniões festivas deveriam ser para aumentarmos os laços e não uma obrigatoriedade para fingirmos que a vida é bela e certinha. Quando temos diferenças, não é com uma festa, um almoço ou um jantar que tudo se apaga. E a porta que se fecha atrás de nós na despedida, deveria ser o passo para a libertação de tudo que ficou estagnado em nossos corações. Mas não é! Obviamente, voltamos com a sensação do dever cumprido,  mas a alma ainda cheia de perguntas sem respostas e incertezas para serem ajustadas.

Quanto mais velhos ficamos, mais percebemos que essa função vai nos cansando e deixando correntes que poderiam simplesmente ser abertas e os verdadeiros elos servirem para unir os corações plenamente. Infelizmente, a vida não depende de uma única opinião. E queremos nos dizer em frente ao espelho que fizemos a nossa parte, mentindo descaradamente para nos convencermos que não temos problemas e somos bons.

NAMASTÊ 

OUÇA O VENTO

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

De uns tempos para cá, aprendi a ouvir melhor o sussurro do vento. E ele me diz muita coisa sobre a vida e as pessoas. Entendo que o julgamento delas é fruto de seu próprio desamor por si mesmo. Afinal, o que nos afeta é justamente o que o outro tem e eu não.

Me chamem de louca, de chata, de intransigente. Me chamem do que quiserem. Na verdade, estão a se olhar no espelho, que em sua imagem, lhes conta a história de vossas vidas.

Com o tempo e muita perseverança, estou compreendendo as atitudes das pessoas. As que me afetaram muito e que agora eu simplesmente abençôo.  Por vezes, a Terra recebe meus joelhos e me perdôo. Afinal, a estrada é longa e cheia de surpresas. Quando se aprende a sentir a energia ao seu redor, nada mais fica no mesmo lugar. Desviamos, vamos ao encontro ou unimos força.

Não é fácil o equilíbrio, mas com a mente focada, conseguimos muitas graças. Dentro de nós existe um mundo imenso de amor esperando para ser descoberto. Talvez não sejamos amados como gostaríamos, mas quando aceitamos a proporção que o outro consegue emanar, acolhemos a vida e respeitamos a nós mesmos, sem nos ferir e culpar.

O vento tem muita informação para quem tem tempo de senti-lo e apreciá-lo. Os pensamentos das pessoas estão livres como energias pulsantes e as recebemos, caso estejamos abertos e atentos. Uns nos afetam, outros nos elevam.

Espero que o vento possa levar o amor que sinto por tantas pessoas de minha vida. Às vezes, a energia estremece, mas faz parte deste crescimento árduo de buscar a ascensão espiritual. Quando pensamos no que somos e estamos realizando, fica mais fácil ver o que precisamos moldar.

Então,  sejamos aleluias para alicerçarmos melhor as relações, entendendo que os degraus estão à nossa frente. Mas nem todos subirão juntos, pois o tempo de cada um é importante para a transformação de sua alma.

NAMASTÊ 

ALGUÉM

 Autora: Josianne Luise Amend ( JosiLuA)

Alguém vai gostar do seu jeito de comer, da maneira que segura o talher e achar graça você colocar seu guardanapo no pescoço.

Alguém vai olhar para você e enxergar além dos seus olhos, tocará suas mãos e sentirá borboletas no estômago,  enrolará seus cabelos entre os dedos e achará tudo macio.

Alguém irá te acompanhar nas aventuras, rir de suas loucuras e te deixar à vontade sem julgar seus erros e bobices.

Alguém parará de falar só para te ouvir e ficará observando seus lábios e seus gestos, sentindo ternura em te ter ao seu lado.

Alguém saberá te tocar, arrepiando seu corpo, sem escapar de suas investidas, porque também quer ser tocado e acariciado.

Alguém deixará de se esparramar na cama, para se apertar junto a teu corpo e trocar calor e cheiro, sem reclamar. Apenas porque precisa dessa união para se sentir pleno.
 
Alguém te elogiará cada vez que perder tempo se arrumando, pois quer te ver sempre feliz, para cima e confiante. Saberá ajudar na auto-estima.

Alguém nunca esquecerá de te dar um beijo de despedida e chegada,  adocicado com a saudades que o tempo de estar longe faz questão de machucar.

Alguém jamais te ridicularizará perante qualquer pessoa, pois respeita quem és e te defende de tudo que possa te entristecer e fazer chorar.

Alguém simplesmente te amará de verdade, sem rodeios, sem pressão e sem controle. E esse amor é incondicional. 

Alguém jamais te trocará por outra pessoa, mesmo que se percam no caminho. Pois esse alguém sabe que és único e que nenhum outro consegue preencher o que você preencheu durante o tempo que ficaram juntos. E que cada pessoa é capaz de ser o que nossos olhos e corações querem enxergar. E, se realmente soubermos amar, aceitaremos, ensinaremos com carinho sem desrespeitar, buscando evoluir juntos. Afinal, é através da bondade que moldamos nossas próprias imperfeições. 

NAMASTÊ 

LOUCOS PRECISAM EXISTIR

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Quisera eu ter um pouco mais de loucura
Escapar de fininho da minha sanidade.
Me jogar de corpo e alma sem frescura,
Num caminho de muito mais liberdade.

Loucos são necessários no mundo,
Se lançando em grandes aventuras.
E destas, trazem o que ninguém imagina
tornando a vida uma semeadura.

Quem planta, suas loucuras colhe.
Enfrenta, se joga e a mente desafia.
O caminho pode ser cheio de incertezas,
mas terá muita alquimia.

A sensação vai além do conhecido.
O corpo aprende um novo metabolismo.
Funde inspiração e medo,
Com coragem e onirismo.

Loucos precisam existir,
para a vida ser engraçada e desafiadora.
Eles nos ensinam a seduzir nosso Eu
para mudar a nossa persona.

NAMASTÊ 

A VERDADEIRA GUERRA

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

O tempo todo ouvimos e vemos o horror que causa uma guerra. Violência física e emocional, destruição de uma vida de luta, de sonhos, de famílias. Separação de amigos, do trabalho, da rotina, antes considerada chata.

O ser humano é um bicho irritante! Inventa regras para tudo, se coloca em passeatas para defender ideais e inicia atirando a primeira pedra. Basta estar propenso a defender seu orgulho, seu ego, suas verdades. Daí, as regras criadas vão por água abaixo, rapidinho.

O problema é que a guerra não se inicia somentre entre países, mas já dentro de casa. E o exemplo embarca navegando nas ruas, escolas, bares e em todos os lugares onde alguém resolva impor o que acha que é certo, ou seja, sua própria verdade.

Somos feitos de material inflamável. Se alguém riscar um fósforo próximo de um humor já apodrecido, tudo explode, detonando relacionamentos, amizades e esperanças.  O que sobra são as coisas desarrumadas, o incerto, a desconfiança e o medo. A tarefa de ajeitar tudo no lugar é árdua e complicada. Pode ser feito, mas nada será igual.

Como julgar os que explodem bombas, se nós as jogamos justamente nos que amamos? Destroçamos corações! Mas, porque não sai nas mídias, estaremos certos? Mísseis arrebentam casas e paredes, como palavras vão minando o psicológico dos pais, filhos, amigos ou qualquer um que pegamos para jogar nossa incapacidade de conversar, compreender e amar, resolvendo através de entendimento e abrindo espaço para nos sujeitarmos à imperfeição.  

Os feridos olham ao redor e vêem a destruição em qualquer tipo de guerra. A diferença dos algozes está na intensidade da ambição,  do orgulho e da maldade. A guerra nos lares, escolas e até nas empresas é silenciosa, fantasmagórica. Inicia com uma bala de festim até terminar em castigos, extorsões ou até morte. Muitos desistem da vida, pois não aguentam o peso da falta de amor e injustiças.

Guerreamos o tempo todo. Atiramos flechadas, pedradas, mexemos com o psicológico de alguém, matamos o amor, a vida e a integridade dos que respiram na Terra. Enquanto houver esta falta de brilho, não sei se podemos falar em evolução. Nossas entranhas estão marcadas com a violência e a falta de respeito com o limite de cada um.

Portanto, desde que façamos o possível e impossível para nos contentarmos com o que nos é de direito, sem querer atropelar ninguém,  abrirmos mão de exageros, de maldades e atrocidades, não seremos mais do que almas umbralísticas. Precisamos libertar pessoas, animais e plantas do cárcere  para conviverem e viverem em uníssono, ensinando amor. Educar sim, abrir os olhos, mostrar atitudes, delinear limites e ser exemplos. Caso contrário, de nada adianta levantar bandeiras se não sabe refletir seus próprios parâmetros. 

NAMASTÊ 

NÓS SENDO NÓS

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

E mais um dia se foi...
Alguns riram, outros choraram.
Alguns brigaram, outros perdoaram.
Alguns ganharam, outros perderam.
Alguns chegaram, outros saíram.

Nada mais é como ontem, porque algo foi mudado hoje e o amanhã será novo. De nada sabemos, apenas imaginamos e esperamos. Talvez tenhamos aprendido qualquer coisa e isso faz valer a pena estar vivo.

Alguém pode ensinar, outro ouvir.
Alguém pode observar, outro resolver.
A verdade é uma incógnita para quem simplesmente não quer tê-la por perto. Às vezes, a mentira é o que sustenta as almas cujo caminho está bloqueando o despertar do coração.

Amanhã é outro dia...
Mais pessoas poderão buscar significado para seu despertar. Uns terão a sorte do seu lado, outros se definirão azarados, sem perceber que a sorte pode simplesmente tê-los desviado das pedras. Nem todos que conseguem o que querem são felizes. Acabam laçados pelas teias da vida que suga, abate e devora. E percebem que seus sonhos viraram pesadelos.

Mais um dia se foi, outro está por vir. Entre paz e guerra, ganância e humildade, cansaço e força, há os que acham, os que pensam e os que têm certezas. Tudo que somos são apenas nomenclaturas de acordo com o dia, o momento de nossas vidas e a imagem que passamos. E entre aceleradas e freadas, entre passes e bobeiras, somos nós, definindo nossas vidas, conforme o ânimo do dia. Apenas mais um humano esperando receber a bandeirada, ultrapassando finalmente o horizonte perdido.

NAMASTÊ 

CHORE!

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Quem manda alguém não chorar, talvez precise de tratamento. Talvez tenha crescido neste mesmo clima e hoje tenha sufocado suas lágrimas no peito, sujeito a ter um infarto ou qualquer coisa relacionada a isso. Não se deve sufocar o choro de ninguém, pois é a forma do corpo de liberar energia condensada da tristeza, desespero, medo ou dor.

Falar para alguém que está chorando que pare de dramatizar também é cruel. Como alguém mede o que outro sente? É certo que uns são mais reprimidos, choram mais facilmente e são sensíveis.  Outros se esforçam demais para se acharem fortes e sob controle. Mas ninguém é tão seco que não sofra e chore na solidão. Lágrimas tem função e literalmente livram pesos, lavam a alma.

Portanto, chore! Nao se importe com  comentários e estigmas. São feitos por pessoas mais fracas do que os que choram. Quando choramos, derrubamos  nosso escudo, mostramos o que somos e ficamos abertos. Talvez por isso, muitos se mantém atrás deste escudo de proteção. E quanto mais demonstramos nosso sentimento, mais machucam os comentários dos insensíveis "durões". Engolir o choro é como vomitar para dentro a energia que precisa ser expulsa. Esta energia nos liberta, nos alivia e acalma.

Chore no travesseiro, no ombro de um amigo, na solidão, num lugar qualquer, se tem vergonha de chorar. Mas, chore! E para quem se acha forte o suficiente, usando frases grosseiras, deboches ou qualquer tipo de intimidação,  saiba que um dia sua vez chegará. Ou terá um pane no mecanismo do seu corpo ou vai chorar sozinho, pois não vai achar quem te  ofereça apoio.

Respeitemos o que é da vida, este processo natural de proteção à dor no coração e limpeza da alma. Não sejamos as pessoas culpadas pela criação de almas insensíveis, cheias de raiva e geladas e que venham a adoecer. Deixemos que cada um possa ter um lugar neste mundo capaz de expulgar anseios e tristezas. E que esse lugar seja nosso ombro. Ou no mínimo, que nosso silêncio seja a compreensão que o outro espera de nós. 

NAMASTÊ