Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
No meio do caminho há uma ponte.
Sinistra, chamativa, curiosamente enigmática.
Essa ponte liga o aqui agora ao destino.
Estamos fadados a atravessá-la.
Enfileirados, vamos nos aproximando, com a curiosidade e adrenalina suficientes para pararmos.
Alguns vão até o meio e voltam. Ainda não estão devidamente preparados para o outro lado.
Outros saem correndo e a atravessam com muita raiva ou frustração em seus corações.
E outros são empurrados, mesmo que queiram ficar mais um pouco apreciando a paisagem do lado de cá.
Mesmo procrastinando, essa ponte é desígnio. Ela simplesmente é o propósito para a compreensão.
Precisa muita força para entender.
Precisa muito equilíbrio para sustentar em nós a idéia de que ela existe e é nosso caminho.
A cada passo dado, a cada empurrão, a cada desistência de nós, a ponte brilha. Parece debochar do que não tem recurso, a não ser andar sobre ela.
Ela não sai do lugar, mas nós sim. Podemos dar voltas, aproveitar e realizar o que sonhamos, tentando dissuadi-la.
Porém, o aqui e agora é inesperado. Só podemos tentar organizar, mas dependemos de muitos fatores e isso é frustrante.
O jeito é continuar e apreciar, definir, amar.
Nada pode ser levado conosco através da ponte. Precisamos chegar sem cargas.
Por isso, só precisamos resolver, perdoar e livrar-nos dos apegos.
Quem cruza a ponte está liberto e o que tem do outro lado, continua a maior incógnita no coração dos homens. Muitas vezes ela é atrativa e emite uma força sobre nós. Por isso, ficar muito próximo à ela pode ser perigoso, se ainda queremos conhecer melhor o lado de cá. Então, deixemos a curiosidade de lado e façamos logo o que viemos fazer, com a convicção de que estamos fazendo o melhor. Talvez assim, a ponte seja muito fácil de atravessar.
NAMASTÊ
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