RESPINGOS

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Por mais que o pincel seja bem manuseado, os respingos são praticamente inevitáveis. Assim são nossas palavras. Não se percebe quando vão deixar respingos na alma de alguém.

Respingos que podem ser leves ou grosseiros, pequenos ou vultuosos, libertadores ou traumáticos. Quando conseguimos plantar algo nestes respingos, podemos estar realmente em paz e cientes de que somos moralmente positivos. Mas, quando bem no íntimo sabemos que usamos palavras a fim de diminuir, machucar ou entristecer alguém, esses respingos penetram tão profundamente na alma desta pessoa, que a única planta que nasce nela é seca e espinhosa. Se isto nos faz bem, precisamos observar se não há algo errado conosco.

É fácil deixar um local sujo com respingos. Basta não termos capacidade suficiente de manipular as ferramentas que temos. Com o tempo, deboches e outros meios de se dizer o que pensa, sem analisar os respingos, as relações se desfazem. Com a tinta podemos usar solventes, mas com palavras não existem borrachas que apaguem os respingos incrustados na alma.

Podemos até fingir que esquecemos, a fim de tentar manter vínculos que consideramos importantes, mas uma hora a alma está tão respingada, que se faz necessário uma grande limpeza espiritual para seguirmos adiante.

Portanto, cuidar do que se diz na hora da raiva, da brincadeira de mau gosto ou perdendo o respeito é fundamental, se temos, no mínimo, consideração por tal pessoa. Imagine, então, se for alguém que amamos. Quando nos conscientizarmos disto, com certeza o mundo ao nosso redor terá melhoras significativas. 

Paremos de pintar a alma alheia com insensibilidades, maldades, zombarias e o tipo de mensagem que só sai de mentes frustradas, com baixa alto estima e infelizes. Todos podemos crescer sem pisar ou diminuir outros.

NAMASTÊ