Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Estive pensando na vida. Uma introspecção tão profunda, a qual me tirou um pouco de minhas rotinas. Confesso que comparei vida com morte e, sentindo alguns sentimentos das pessoas, ouvindo certas palavras e observando atitudes, cheguei a imaginar-me noutra dimensão. Seria um lugar mais feliz?
Criamos uma expectativa, exacerbada talvez, sobre as pessoas, não recebendo exatamente o que gostaríamos. Justificamos a nós mesmos que o mundo está focado em suas próprias particularidades e tentamos compreender a falta de empatia. Tento recaptular minha vida e visualizar se tive as mesmas atitudes. Depois de uma certa idade, parece que a empolgação pela vida se torna mais momentânea, que impulsiva.
Realmente, na idade ativa e mais jovem, onde trabalho, família e desejos estão no pico da importância, nos tornamos egoístas e sem muita paciência para observar os mais velhos e suas vontades. Com muitas desculpas, os descartamos de nossas vidas, porque nossa liberdade chegou num patamar imperdível e não queremos ouvir contradições, muito menos sermos comandados. É neste ponto que penso se fui desleixada com aqueles que deveria dar mais atenção, apoio e amizade. Nossa maior desculpa é o "precisei fazer" para dar conta.
Sempre ouvimos que colhemos o que plantamos e parece que minha colheita não é exatamente o que imaginava. Fui muito independente e focada no correto, mas talvez tenha deixado de lado situações importantes e que poderia ter resolvido de forma melhor. Somos responsáveis pelo que cravamos em cada coração que passa pelo nosso caminho e, no futuro, teremos respostas positivas ou negativas dessas pessoas.
Minha introspecção levou-me a entender que a vida é uma sequência quase tenebrosa de erros e acertos. Nossos erros ou falhas parecem ter peso maior, já que atormentamos o equilíbrio de todas as vidas envolvidas. E, somente se tais almas tiverem uma evolução muito forte, elas se superarão através da busca e do perdão, deixando que suas vidas fluam sem focar no passado e no que receberam de nós.
Sempre nos questionaremos se fizemos o melhor, se poderíamos ter feito de outro jeito e por que agimos daquela forma, quando hoje faríamos diferente. Tudo parece tão injusto, não podendo ajeitar a tela com novas idéias e tintas. O resultado é um jogo daqueles que colocamos em pé várias peças e, num simples tocar, elas caem em sequência. Cada peça, condicionada à outra, segue derrubando vidas. Às vezes, uma alma mais preparada e forte quebra o ciclo ficando em pé e protege as próximas das dores de uma cadeia inteira de processos.
Carregamos conosco sofrimentos secretos, onde nos sentimos desprezados, deslocados e incompreendidos. É uma trama universal e eterna. Através disto, criamos nosso caráter e personalidade. Alguns são tão carentes que entram em qualquer porta. Outros constróem muralhas de proteção fingindo ser quem não são, para serem aceitos e aceitarem melhor suas vidas.
Fato é, que é uma luta constante entre mente e coração, razão e emoção. O que precisamos realmente é tentar ser a peça que não cai da energia vinda do passado, mudando o ciclo de evolução e construindo algo novo, melhor e com mais discernimento. Precisamos cuidar das transferências, imbuindo nos que estão ao nosso redor, não nossas raivas e frustrações, mas nossa compreensão e amor. E não perder oportunidades de tempo útil, construtivo e amoroso com os que amamos, porque não precisamos de mais culpa sobre o que não fizemos e deixamos passar por orgulho, preguiça e impaciência. Precisamos sim tranquilizar e equilibrar nosso processo de evolução na Terra.
NAMASTÊ
Texto marcante, profundo e, por que não dizer, pesado. Traz sofrimento e também a compreensão do sofrimento. Mas senti que traz tbm, uma certa culpa por receber da vida o que, de certa forma plantamos. Mas, será que é assim mesmo? Um dia alguém falou “aqui se colhe o que se plantou!”, mas não somos terra, somos carne e osso. Às vezes plantamos algo errado e, no decorrer da vida aprendemos que está errado. E começamos um novo plantio, e uma nova produção… Acredito que corrigir nossa “plantação” é mais poderoso que o que plantamos errado. Assim penso eu….. ☺️ Te amo irmã!!!
ResponderExcluirRecebi de uma amiga este comentário. Não direi seu nome, pois não sei se ela gostaria. Mas achei que deveria colocar aqui para que outros possam apreciar suas palavras.
ResponderExcluirLindo e profundo texto, minha querida. Se posso dizer algo é que hoje sabemos e entendemos muito mais do que há 10, 20, 30 anos atrás, ou até ontem mesmo... Foi feito o que se podia fazer com as ferramentas internas que tínhamos em cada momento. Compreender que muitas vezes nos equivocamos, perdonarnos por isso e tentar não cometer os mesmos equívocos. Beijo grande!
Mais alguém me respondeu, porém não citarei nome. Mas é interessante cada perspectiva e opinião sobre o que escrevi. Vou postar parte do que está pessoa me escreveu.
ResponderExcluirTexto muito real; me identifico bastante.
Acho que a nossa “plantação” tem muito haver com a ILUSÃO do que pensamos ser o certo e o errado; Não necessariamente algo real; talvez algumas situações vividas que fizeram a gente acreditar em algo que não é verdadeiro
O pior é que continuamos plantando ILUSÕES.