PAZ

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Paz pode ser uma mente tranquila,
pode ser isolamento.
Paz pode ser entender a si mesmo,
fora de lugares barulhentos.

Paz pode ser estar observando a beleza,
numa planície florida e quente.
Paz talvez seja olhar o sono de quem amamos,
sabendo que está seguro e presente .

Paz seria um vinho na companhia certa,
ou quem sabe apenas o olhar de compreensão.
Paz é ter a consciência de que mesmo o mundo girando, nossa mente está ligada ao coração.

Paz nem sempre é constante,
depende de como lidamos com o mundo.
Paz é uma busca incessante,
a fim de não cair num poço sem fundo.

Paz é tocar as mãos de alguém,
percebendo uma grande conexão.
Paz é ter dentro de nós,
certezas e admiração. 

Paz para mim pode não ser paz para você.
É um sentimento em que todo corpo relaxa,
onde a alma se enlaça num magnetismo espiritual,
e a sensação é de que, pelo menos por um momento, vivemos a imaginação.

Paz parece utopia,
mas na verdade ela existe.
Não o tempo todo, nem todo tempo.
Apenas o necessário para uma grande alquimia.

NAMASTÊ 

REFLEXÕES

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Estive pensando na vida. Uma introspecção tão profunda, a qual me tirou um pouco de minhas rotinas. Confesso que comparei vida com morte e, sentindo alguns sentimentos das pessoas, ouvindo certas palavras e observando atitudes, cheguei a imaginar-me noutra dimensão. Seria um lugar mais feliz?

Criamos uma expectativa, exacerbada talvez, sobre as pessoas, não recebendo exatamente o que gostaríamos. Justificamos a nós mesmos que o mundo está focado em suas próprias particularidades e tentamos compreender a falta de empatia. Tento recaptular minha vida e visualizar se tive as mesmas atitudes. Depois de uma certa idade, parece que a empolgação pela vida se torna mais momentânea, que impulsiva.

Realmente, na idade ativa e mais jovem, onde trabalho, família e desejos estão no pico da importância, nos tornamos egoístas e sem muita paciência para observar os mais velhos e suas vontades. Com muitas desculpas, os descartamos de nossas vidas, porque nossa liberdade chegou num patamar imperdível e não queremos ouvir contradições, muito menos sermos comandados. É neste ponto que penso se fui desleixada com aqueles que deveria dar mais atenção, apoio e amizade. Nossa maior desculpa é o "precisei fazer" para dar conta.

Sempre ouvimos que colhemos o que plantamos e parece que minha colheita não é exatamente o que imaginava. Fui muito independente e focada no correto, mas talvez tenha deixado de lado situações importantes e que poderia ter resolvido de forma melhor. Somos responsáveis pelo que cravamos em cada coração que passa pelo nosso caminho e, no futuro, teremos respostas positivas ou negativas dessas pessoas.

Minha introspecção levou-me a entender que a vida é uma sequência quase tenebrosa de erros e acertos. Nossos erros ou falhas parecem ter peso maior, já que atormentamos o equilíbrio de todas as vidas envolvidas. E, somente se tais almas tiverem uma evolução muito forte, elas se superarão através da busca e do perdão, deixando que suas vidas fluam sem focar no passado e no que receberam de nós.

Sempre nos questionaremos se fizemos o melhor, se poderíamos ter feito de outro jeito e por que agimos daquela forma, quando hoje faríamos diferente. Tudo parece tão injusto, não podendo ajeitar a tela com novas idéias e tintas. O resultado é um jogo daqueles que colocamos em pé várias peças e, num simples tocar, elas caem em sequência. Cada peça, condicionada à outra, segue derrubando vidas. Às vezes, uma alma mais preparada e forte quebra o ciclo ficando em pé e protege as próximas das dores de uma cadeia inteira de processos.

Carregamos conosco sofrimentos secretos, onde nos sentimos desprezados, deslocados e incompreendidos. É uma trama universal e eterna. Através disto, criamos nosso caráter e personalidade. Alguns são tão carentes que entram em qualquer porta. Outros constróem muralhas de proteção fingindo ser quem não são, para serem aceitos e aceitarem melhor suas vidas.

Fato é, que é uma luta constante entre mente e coração, razão e emoção. O que precisamos realmente é tentar ser a peça que não cai da energia vinda do passado, mudando o ciclo de evolução e construindo algo novo, melhor e com mais discernimento. Precisamos cuidar das transferências, imbuindo nos que estão ao nosso redor, não nossas raivas e frustrações, mas nossa compreensão e amor. E não perder oportunidades de tempo útil, construtivo e amoroso com os que amamos, porque não precisamos de mais culpa sobre o que não fizemos e deixamos passar por orgulho, preguiça e impaciência. Precisamos sim tranquilizar e equilibrar nosso processo de evolução na Terra.

NAMASTÊ 

LIGAÇÕES FRÁGEIS

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

O que é o amor verdadeiro, afinal? Será que temos amor suficiente para aceitar realmente os defeitos de alguém ou talvez seus deslizes? Será que não é tarde demais descobrir o amor só quando perdemos alguém? Pois é interessante observar os sentimentos das pessoas quando falam em amor.

O amor parece um sentimento contraditório, onde quem ama pode tanto fazer maravilhas, quanto aterrorizar alguém. Ou será que neste segundo caso, o sentimento não seja amor, mas um egoico narcisismo, carente ao extremo? Talvez seja isso mesmo, pois só a palavra amor parece ter um mantra de pureza e benevolência, não combinando com tal impureza. 

É interessante perceber que nascemos com algum afeto diferente pelas pessoas de nossa família. O chamado laço familiar é, sem dúvida, algo inexplicável. Mesmo que não existam boas relações, certamente num momento de necessidade, o amor parece desabrochar. Mas, quando isto não acontece, seria devido a vidas passadas, problemas de almas em conflito com antipatias gratuitas? Grande mistério esse amor...!

E é isso que chamamos de ligações frágeis, aquelas em que há amor, mas outros sentimentos podem ofuscá-lo, como rancor, raiva, inveja, decepção ou orgulho. Por falta de trabalhar esses sentimentos, impulsivamente acobertamos o amor, externando desprezo e ignorando o que sentimos dentro de nós. Infelizmente, relações frágeis não conseguem mais voltar ao que eram e os dias seguem com simplicidade, sem muita emoção. Se existe um culpado, talvez seja o lado que menos demonstra amorosidade, ou que não explora perdoar. Vão surgindo rusgas e desafetos, causando uma triste energia que parece se perder numa bruma viscosa e fúnebre, causadora de muita tristeza e dor para os que amam.

Fato é que devíamos dar mais atenção ao amor, porque aproveitar o aqui e agora é a flecha do cupido que cura nossos corações. Não há muito o que se fazer quando dentro de nós, do nosso coração, não sentimos o que a mente alerta nos incita ou nos obriga. E, conseguimos ter certeza do que sentem por nós, pura e simplesmente pela energia que vem de seus olhos, estes, janelas de suas almas.

Infelizmente, amamos profundamente quem não nos ama de igual forma, ou vice-versa. E é isso que torna as relações frágeis e exala ainda muita tristeza na Terra, levada secretamente para nosso caixão. Não sabemos se depois de nossa passagem teremos a chance de compreender e quem sabe, aliviar o peso concretado por toda a vida em nosso coração. Esperamos que haja luz no fim do túnel. 

NAMASTÊ 

A VIDA É UMA INSPIRAÇÃO

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Lembro das folhas quando as vejo voando por causa do vento sorrateiro.
Lembro das estrelas quando as vejo brilhando no céu escuro.
Amassar a terra nas mãos me faz entender por que o respeito por ela.
Sentir a água na boca, principalmente num momento de sede, me mostra a importância de tê-la ainda para tantas coisas.

Gosto de sentir frio, mas também calor. Cada qual tem beleza e utilidade.
Uma fogueira me atrai, vejo nela mistério e magia.
Uma cachoeira me fascina, majestosa e liberta em meio à mata e às pedras.
Cristais são misteriosos, deslumbrantes. Perto deles me sinto bruxa, mais bruxa.

As plantas falam comigo, são minhas melhores amigas. Espinhentas, perfumadas, brilhantes ou coloridas, enchem a vida de formosura.
A areia da praia é massageadora para os pés. Caminhar nela é sentir leveza.

Abraçar uma árvore parece loucura, mas é energeticamente bom. Sinto conexão.
Caminhar pela mata fortalece a intuição,  modifica os pensamentos.
Subir uma montanha e lá meditar, olhando a natureza, é inexplicavelmente uma benção.
Observar o movimento das aves e dos animais terrestres e aquáticos me mostra quão singelos são seus corpos, suas curvas, sua anatomia.

Tudo está à disposição. A diferença é olhar e ver e não somente ser um risco num enorme quadro no universo.

NAMASTÊ 

ALGO EM COMUM

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Amanheceu e eu despertei! Abri os olhos e vi a luz invadindo as frestas da janela.

Espreguicei e rolei na cama, esfregando os pés nos lençóis. 
Meu primeiro pensamento foi ver quantos graus estava, já que senti frio. Sete graus.
Lembrei que as aulas retornam hoje e enviei mensagens de carinho para as netas e filhos. Lembrei que meu filho estaria na estrada e merecia que Deus o acompanhasse.

Como a vida de cada um é diferente! E, apesar do friozinho, levantei e fui tomar o desjejum. Essa hora é sagrada para mim. Sempre foi. Não sou nada sem meu momento café da manhã. Não consigo ficar na cama sabendo que o dia pode ser aproveitado. Há tanto para fazer!

Enquanto houver força, aproveitemos.
Enquanto houver saúde, não podemos parar.
Enquanto houver vontade, temos que fazer.
Enquanto houver coragem, vamos em frente.

Todos passam a vida correndo, resolvendo, criando, sentindo frio ou calor e tendo que fazer por si mesmos uma hora ou outra. E é isso que faz a vida uma montanha russa de emoções. Uma hora acertamos, noutra erramos. Porém, todas as formas vão nos fazendo ajustar aqui e ali, tirando e pondo loucuras, até conseguirmos olhar para trás e ter orgulho ou arrependimentos. O tempo não volta e nossos erros nos crucificam. Mas o que fizemos de bom nos eleva a um patamar de abnegação, justiça e amorosidade.

Quem somos nós,  afinal? Somos a gratidão ou só reclamamos? Somos bons ou maus pensamentos? Somos medo ou coragem? Talvez uma mistura de tudo. Uns tem mais açúcar, outros sal. Uns são mais mentais, outros emocionais. Mas todos nós temos algo em comum: a vida pulsando num corpo físico. Porém, o que cada um faz dela já é outra história, da mesma forma que cada um abre os olhos de manhã e diz para si mesmo: gratidão por mais um dia ou que droga, tudo de novo! Pensemos neste presente, sabendo que um dia será um passado que não retorna, mas pode ser o futuro que trará ótimas lembranças.

NAMASTÊ 

ACEITE

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Aceite ajuda
Não precisamos fazer tudo sozinhos. Não estamos sós no mundo. E aceitar ajuda é deixar que os outros possam mostrar seu amor e potencial.

Aceite conselhos
Ouvir nos dá idéias e discernimento. Conselhos podem abrir nossos olhos, ensinar algo que não sabíamos e mostrar opções para realizarmos tarefas.

Aceite críticas
Nunca é bom ouvir que estamos errados, sempre queremos ser melhor. Mas, às vezes, mesmo com raiva de ter ouvido uma crítica, ela pode mudar atitudes impensadas e abrir nossa mente para possibilidades melhores. Porém, existem críticas amorosas, invejosas e maldosas. Saiba diferenciar.

Aceite amor
Não se afaste de um abraço, de um carinho vindo de alguém que sabe que sente amor por você. Aceite ser abençoado, energizado, cuidado. Não desperdice amor, trocando por orgulho.

Aceite perdoar e ser perdoado
Quando temos raiva e a levamos pela vida, a energia ao nosso redor não flui. Estagna. Ao conseguirmos aceitar o perdão em nós e perdoar realmente, do fundo da alma e não da boca para fora, os caminhos se abrem e florescem e nossa energia melhora.

Aceite ouvir
Pare um minuto e ouça o que estão te ensinando, te aconselhando, te dizendo. Tem muita coisa que não queremos ouvir, porque sabemos que estamos errados ou porque não sabemos lidar com a verdade. Está na hora de aprender.

Aceite estar em paz
Crie bons momentos para sua vida, permite-se estar só, ler algo construtivo, orar, ouvir música e elevar o espírito. Isto não se faz apenas por se estar sozinho, se faz quando a consciência busca a elevação.

Aceite conversar
Ouça e fale. Aprenda a ser o ativo e o passivo. Só um ou só outro não cria laços, não dá ensinamentos, nem fortalece as relações.

Aceite estar
Crie oportunidades para estar junto, estar com, estar a par, estar participando. Tudo tem sua hora e lugar, mas é importante criar espaços onde a troca seja benéfica, onde possamos nos sentir vivos.

Aceite-se
Porque não há nada igual, nem tão especial como você.  Só você tem esse sorriso, só você abraça desse jeito, só você tem paciência, belas palavras, acolhimento, sensatez, visão, percepção das coisas. Só você é companheiro, amigo e compreensível. Só você faz alguém mais feliz...mais ninguém!

NAMASTÊ 

NOSSOS PAPÉIS NA TERRA

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Hoje ao meditar, senti uma imensa luz tomando conta de mim. Pude perceber meu corpo num vazio iluminado. São as maravilhosas sensações que encontramos neste exercício. Deixei que as informações viessem através do espaço e ouvi que deveria escrever sobre os nossos papéis na Terra.

Parece que é um assunto já comentado diversas vezes, mas que ainda não foi compreendido o necessário. Todos nós temos diversos papéis a cumprir desde que nascemos. Vamos aperfeiçoando e exercendo, conforme nossas vidas. É como se cada um tivesse seu próprio livro, contando sua história. No tempo certo, assumimos um novo papel e um capítulo é anexado ao livro.

Todo papel é importante para nosso crescimento espiritual, mental e até físico. Mas infelizmente, alguns papéis são assumidos no ímpeto da emoção e muito rapidamente são negligenciados. Outros, por sua vez, ainda criticados pelos padrões estipulados da sociedade, cumprem sua função e são abstraídos no tempo certo, porque não há mais o que se aprender ou fazer por ali. Precisamos seguir em frente, ou afundaremos num mar de mesmices e falta de aprendizado.

O problema são papéis que não significam um status, mas algo que não se desfaz de forma alguma durante a vida, na condição de perenes, mesmo que não gostemos ou aceitemos. São os laços de família! Esses, ou vivemos, aprendemos e entendemos, ou a evolução ficará abalada.

Interessante é notar que dentro desta organização assumimos diversos papéis como avós, pais, filhos, netos e outros mais antigos, de uma grande árvore da vida. E que no momento certo, deveríamos ser o papel certo. Muitas vezes, acabamos trocando os papéis bloqueando a energia do trabalho e do aprendizado dos outros. Precisamos saber como e quando agir, respeitando a dignidade e vontade de cada espírito familiar, principalmente se o corpo ainda for capaz de tomar decisões. Caso não seja, chegou a hora de alguém assumir um novo papel, o de tutor daquele espírito. E isso será oferecido intuitivamente aos membros, aceitando quem for tocado em seu coração.

Só se sente culpado aquele que interiormente sabe que, agir de tal forma, não aliviará sua consciência. Caso contrário, está livre para exercer papéis necessários para seu próprio crescimento, contanto que não esteja sendo ganancioso e orgulhoso, mas sagaz e útil. Enfim, devemos sempre ter um tempo e analisar nossos papéis e como estamos os exercendo, corrigindo aqui e ali, modificando talvez alguma estrutura mal formada, eliminando sentimentos distorcidos e ampliando com isso nossa luz. Lembrando sempre que participamos de uma rede cósmica, onde cada causa tem um efeito. É nossa responsabilidade também a de fazer funcionar melhor.

NAMASTÊ 

IMPRESSÃO OU REALIDADE?

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

O que você acha que é mais importante para você: a impressão ou a realidade? Porque a nossa realidade é que vivemos das nossas impressões. Você já percebeu isso? Vou explicar.

Por exemplo, quanto à nossa idade, interiormente não nos sentimos com a idade real. Nos imaginamos pessoas mais jovens, alguns talvez, com o vigor ainda melhor. Nossa imagem imaginativa não tem nada a ver com nossa imagem real. Só observamos isto quando nos olhamos no espelho e percebemos que ambas não estão na mesma sintonia.

Outro exemplo é quando imaginamos que tal roupa ficará bem em nós, até experimentarmos e constatarmos que não tem nada a ver com nosso corpo e idade. Disto tudo, começam as frustrações e projetos para chegar numa realidade o que imaginamos sobre nós.

Algumas pessoas confundem tanto uma e outra, que não sabem mais agir de acordo com o real, vivendo um mundo imaginário, onde jamais perdem sua juventude e corpo. Se são felizes não sei e acho que o problema é delas. Porém, o que elas tentam passar para os outros, não é exatamente o que eles vêem. E saem daí comentários e burburinhos que nunca saberemos. Porque pessoas julgam, mas não percebem que também pensam dessa forma, com a diferença que sabem controlar essa vaidade ou escondê-la melhor.

Mas, reparem como é interessante esse sentimento interior de que somos diferentes do que o espelho carrasco mostra. Pelo menos, na mente, ainda temos força e auto-estima suficientes para prosseguir. Infelizmente, os outros não entram na nossa mente para ver isso e nos analisam pelo aspecto. Talvez, por isso, a maior parte insiste em esticar, preencher e inflar, certos que o mundo lhes dará mais chances e elogios, e o espelho será ludibriado. Na verdade, o ser humano tem uma certa maldade que não revela e que uns e outros aquietam dentro de si. E mais uma vez a realidade se torna diferente da impressão.

Contudo, uma pessoa que está bem consigo mesma, mesmo não estando de acordo com os padrões que a sociedade impõe, pode sim ser feliz e à sua maneira e realidade. O que confunde tudo, é nos compararmos e tentarmos ser o que não somos, nem nunca seremos. Somos únicos, diferentes não só na aparência, mas nos pensamentos, objetivos e vontades. Por isso, precisamos tentar ser o momento para que não nos frustremos tanto na vida, aceitando o que o espelho quer nos dizer. A imagem pode não refletir toda a verdade sobre nós. É com o que temos dentro de nós que precisamos trabalhar para vivermos plenamente. Imagens se desfazem com o tempo, enquanto a alma ainda sobrevive.

NAMASTÊ 

ESPERAMOS E...?

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Já reparou que passamos a vida toda esperando por alguma coisa? O tempo todo esperamos por reconhecimento, por amor, por atenção, por satisfação e por aí vai. Este "esperar" nos faz ansiosos e até irritados, o que acaba nos deixando sem viver o que realmente poderíamos viver.

A eterna espera nunca termina, pois ela se renova com as relações. Temos o hábito de pensar que só seremos ou caminharemos adiante, se obtivermos do mundo um "feedback" e deste nos satisfizermos. Para ter uma idéia e perceber como é nossa vida, resolvi colocar em ordem alfabética uma lista de algumas coisas que esperamos durante esta estrada.

Esperamos:
Atenção, ajuda, afeto, admiração, alivio
Brilhar, bom humor, bondade
Coragem, carinho, certeza, compaixão, conforto
Dedicação, dignidade, decência, diversão
Esforço, empatia, equilíbrio, entusiasmo
Fidelidade, fé, força
Gratidão, gentileza
Harmonia, honra, humanidade
Integridade, interesse
Justiça,
Liberdade, lisura
Maturidade, motivação
Naturalidade
Otimismo
Produtividade, paciência, perdão, paz, pudor
Qualificar, questionar
Responsabilidade, respeito, reconhecimento
Sinceridade, sanidade, simpatia
Tranquilidade, ternura
Urgência
Valentia, vivacidade
Xaveco
Zelo

Lendo tudo isso e estes sentimentos, percebemos como somos exigentes com o mundo. Alguns são até necessários, pensando que, algumas vezes, precisamos estimular e sermos estimulados. Mas outros, porventura, parecem simples exigências de quem quer estar no controle de tudo.

Quem sabe a vida seria mais leve se pararmos de exigir e esperar dos outros o que eles não tem para dar. Cada um tem um tempo de aprender e despertar. Quando a hora chegar, talvez sem nosso esforço e espera, ouviremos e veremos o que um dia esperamos, porque aquela pessoa compreendeu, descobriu, superou ou perdoou. Livrar-nos desta espera nos faz mais felizes e capazes de prestarmos mais atenção em nós mesmos. Se algo nos incomoda e não conseguimos o resultado que esperamos, precisamos realmente mudar o rumo de nossos pensamentos e começar a viver um mundo novo. Talvez estejam aí as respostas.

NAMASTÊ 

A FRAGILIDADE DO CORPO

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

A idade nos faz andar num caminho onde de um lado está o vigor e no outro a fragilidade. Dependendo da situação, somos tratados ora de um jeito, ora de outro. Hoje passei por algo interessante. Comentei com a atendente de triagem, que fiz de tudo para evitar vir ao hospital, tomando chás e fazendo procedimentos naturais para aliviar a tosse e a dor de garganta. Ela meigamente sorriu e me disse: "coisas de vozinhas, a minha também faz isso!"

Nesta hora me senti a própria idosa. Estava do lado do caminho da fragilidade. Isso realmente não me incomodou. Percebi na jovem respeito e carinho pela sua avó. Obviamente, qualquer pessoa, em qualquer idade, se sente mais frágil quando não está bem e saudável. Queremos ser fortes o tempo todo, eu sou assim. Me sinto irritada se fico doente, porque sempre preciso estar bem para dar conta da vida.

No caminho para casa, caminhando, comecei a pensar sobre nosso corpo e, como um simples desajuste nos faz frágeis e sem muito controle desta vida. Hoje você está correndo maratonas, amanhã pode estar com seu joelho arruinado ou uma hérnia por esforço demasiado ou ainda uma torção que não te deixa mais caminhar. É a realidade de nossa vida física. Cuidar de nós como bibelôs numa cristaleira, nem sempre fará com que tenhamos toda proteção. O inesperado acontece. A minha cristaleira (e estou falando de uma real) um dia não suportou o peso e desmoronou, levando diversas taças e cristais. A vida deles tinha acabado.

Ainda meditando sobre o assunto de nossa saúde, constatei que os seres invisíveis a olho nu estão nos rodeando e nos escolhem aleatoriamente para invadir nossos sistemas. Talvez, por não nos alimentarmos com eficácia, nossa imunidade baixa e eles fazem a festa se instalando em diversos lugares do corpo. E ainda nos achamos a última bolachinha do pacote! Nossas atitudes é que darão sequência ou não à nossa vida. E lá vamos nós nos cuidar nos hospitais ou optarmos pelo natural, místico e espiritual. Fato é que ninguém quer ficar doente, mas nossos corpos, de alguma forma, nos falam que o que e como estamos fazendo, não está combinando com o equilíbrio físico, mental e emocional, forçando-nos a parar e pensar.

Hoje, resolvi dizer para mim mesma que ficar sem fazer nada e deixar meu corpo descansar e se recompor não faria de mim alguém preguiçoso, mas atencioso. Afinal, preciso olhar para este corpo e mimá-lo, como se mima um filho amado. Ele e minha alma são minhas fontes de luz que preciso para completar minha missão espiritual. Mereço pensar só em mim, durante um dia pelo menos de minha vida. E, de alguma forma, procurar dar uma chance de recuperação e de continuidade.

NAMASTÊ 

ENTENDENDO A ADOLESCÊNCIA

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

A adolescência é  a fase da vida onde estamos mais divididos sobre o que e quem somos. A esperteza é aflorada e cometer erros, delitos e confusões são praticamente normais, não fossem os problemas que causam.

Adolescentes se acham donos de suas vidas e verdades, mas ainda não têm o tino para resolvê-las de maneira sábia. Dentro deles têm necessidade dos limites e dos conselhos paternais. Porém, se irritam em não entender essa necessidade, já que querem se libertar de qualquer forma. É tanta confusão de sentimentos, mas o que ainda os acalma e conforta é o amor que recebem. Com ele, aprendem a pensar duas vezes e a respeitar quem lhes colocou no mundo.

Nesta fase, ser adulto é uma meta, mas ainda se deixar parecer infantil os libera de trabalhos que não querem fazer, fingindo incapacidade para realizar, como quando crianças. Dependendo da educação em casa, uns entendem que crescer implica em processos de desenvolvimento mental e físico. Tanto precisam pensar em seus futuros, como arregaçar as mangas e começar a exercer funções na vida. Muitos usam de subterfúgios para escapar dos trabalhos, inventando doenças, dores ou se entregando às drogas, a fim de "relaxar" e não encarar de frente o que a vida cobra.

É aqui que aparecem fortes sentimentos de inveja, inadequação, medo e insegurança. Para lidar com eles, encontram grupos afins que possam acalmar suas mentes perturbadas, compreendendo que não estão sozinhos sobre seus anseios. As redes sociais estimulam ainda mais as dúvidas quanto suas vidas e o que têm, querendo se igualar a poucos que demonstram riqueza e sucesso.

As conversas são importantes, mas as que são muito prolongadas acabam no vazio. Eles guardam pouca coisa, por isso é essencial saber o que dizer e tentar mostrar que o mundo não gira ao redor deles. Eles agora fazem parte da roda da vida, onde cada engrenagem é importante para o funcionamento da própria identidade. Aqueles que são mais focados no futuro, estudando e tendo boas relações com seus pais, poderão entrar na próxima fase com mais segurança e confiança.

Contudo, sabemos que esta é realmente a fase difícil da vida, pois além do processo hormonal, a transformação ainda não está completa. São como borboletas no casulo quando estão ainda no processo de larvas dentro dele. Querem abri-lo e voar, mas ainda precisam esperar todo ciclo. Rasgar o casulo antes da hora poderá causar problemas para o vôo e toda a estrutura que sonham ter. O correto é apenas fluir e aprender tudo que podem com cada processo, pois isto será de extrema importância para a vida que virá. 

NAMASTÊ 

REFLEXÃO SOBRE O MOMENTO

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Os sinos tilintam anunciando vento e frio para a noite. Imagino como cada um se aconchega. Uns com uma taça de vinho, outros com um prato de sopa. A sugestão para a queda de temperatura é se acomodar no sofá ou na cama com um gostoso cobertor. Não importa se tem companhia, pois esta é a hora de ser a sua melhor companhia.

Abra o chocolate, coma o sagu quentinho ou a canjica. Não pense se amanhã terá gramas a mais, apenas saboreie feliz, pois vale a pena sentir prazer no que se faz. Se pode, faça. Faça por quem não tem ou não pode. Aproveite sua sorte de estar saudável, em segurança, em paz.

Abrace quem estiver contigo, segure suas mãos. Enrole seus pés em outros pés, no seu gato ou no cobertor. Assista a um bom filme, desses que nos fazem pensar e suspirar. Não há tempo para frescuras e dúvidas. O aqui e agora nos pede para ser o que queremos ser para que a felicidade se instale. Amanhã poderá não ter frio ou chuva e tudo isso não encaixará no cenário.

Seja grato por poder ter escolhas, poder estar onde muitos não podem, fazer o que tantos não conseguem. Não seja tão prático a ponto de pensar com arrogância sobre o que merece. Seja consciente de que num estalar de dedos a alma vai e o que restará serão apenas os desejos de poder ter feito. Ame-se e à sua oportunidade, pois ninguém te dará o melhor, a não ser você mesmo.

NAMASTÊ 

COMO EVOLUIMOS A ALMA

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Evoluímos quando compreendemos os nãos,  não posso agora, não quero, sem pensar em dar o troco ou tratar mal o outro.

Evoluímos quando conseguimos transmutar o sentimento de frustração, pelo de resignar-se e seguir adiante.

Evoluímos quando entendemos o momento do outro em silenciar, sem exigir respostas imediatas, apenas ofertando espaço para ele saber o que dizer e recompor-se.

Evoluímos quando percebemos que dividir é melhor que acumular ou ser egoísta.

Evoluímos quando a rabugice alheia não nos afeta mais, porém somos solidários e respeitamos o momento que o outro tem para pensar e corrigir seus próprios sentimentos.

Evoluímos quando recebemos do mundo a beleza e o suprimento, dando a ele ordem, limpeza e respeito.

Evoluímos quando não alteramos a voz, mas nos impomos com discernimento, mostrando que sabemos respeitar e queremos ser respeitados.

Evoluímos quando entendemos que ganhar significa fazer esforço ou ter humildade para deixar que os outros possam fazer sua caridade, sem extorquir através da astúcia e malandragem.

Evoluímos quando conseguimos trabalhar sentimentos ruins em amor e compaixão.

Evoluímos quando olhamos para nós e somos gratos pelos presentes do universo e pelos ensinamentos do espírito, mesmo tendo um corpo exausto.

Como podemos perceber, EVOLUIR é um trabalho diário,  árduo,  onde há retrocessos. Mas com a mente aberta, podemos fazer nossa alma florescer. Obviamente, encontraremos obstáculos, negligenciadores, provocadores, condições físicas que nos testam e pessoas que não se importam ou ainda não perceberam o "algo" a mais além disto tudo. Mas, se realmente buscarmos evoluir, mudanças vão se manifestando, mensagens aparecem no caminho e provas são superadas. Contudo, um dia perceberemos que algumas capas foram deixadas para trás  e  estamos cada vez mais perto de nos transformar em luz divina. Não custa lutar por isso!

NAMASTÊ 

O CANSAÇO

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Tenho visto cansaço...
As pessoas estão cansadas!
Estão repletas de sentimentos confusos, ilógicos e até paranóicos.
Não sabem para onde ir e o que fazer, mesmo tendo o necessário para isso.
Estão mentalmente esgotadas, emocionalmente abaladas e fisicamente doentes.

Se jogam em tudo que possa ajudar a fazê-las se sentir melhor, focadas em ser algo diferente do que realmente são. Ou seja, estão infelizes consigo mesmas. Não compreendem o mundo e suas exigências. Andam robotizadas, esqueceram de sorrir, de sentir a si mesmas e de saborear a beleza de ter com quem conversar e amar.

De onde vem esse cansaço, esse torpor da alma e da própria imagem? Seria uma mudança de paradigma em nossa essência ou talvez o descontentamento por ter demais e ser de menos? Faltam valores, sobram intransigências. E entre pesos e medidas na balança, o amor se torna uma carga demasiada, enquanto estereótipos acabam com os laços afetivos. É mais fácil se saciar do que entrelaçar, mais rápido ficar, do que cortejar.

Esse esgotamento está exposto nas atitudes, no humor e na impaciência. Olhos desviados, silêncio nas respostas ou pior, falta de empatia, aconchego e confiança. Parece que todos estão contra nós ou simplesmente precisamos manter uma postura social, mesmo despencando interiormente. Guardamos esse sentimento com medo da difamação. E sofremos solitários, fingindo caras e bocas para um mundo que podemos até odiar, mas precisamos enfrentar. Daí o cansaço!

Tudo pura e simplesmente pela falta da verdade. Cansa mentir, fingir, interpretar. Queremos autenticidade, clareza, certezas. O descontentamento em ser falso está acabando com algo que muitos sentem, mas não sabem qual nome dar a esta emoção. Temos um nome, um perfil e, para agradar, interpretamos papéis que, às vezes, nos desagrada, fingimos e até repugna. O cansaço será cada vez maior em nós se não formos quem realmente precisamos ser. E isto está aos poucos minando a felicidade. As dúvidas e perguntas sem respostas caminham ao nosso lado todos os dias e só sobrevive a isto quem tem tempo de descobrir a si mesmo e enfrentar a própria verdade.

NAMASTÊ