Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
E o frio tão esperado chegou. Hoje tá marcando dez graus, mas esfriará mais à noite, segundo a meteorologia. Uns apreciam, outros odeiam. Penso muito nas crianças que precisam sair cedo. Lembro quando em dias frios, ao ir trabalhar, eu andava até o ônibus e via pais de bicicleta levando os pequeninos cheios de gorros e casacos indo para as creches. Aquilo doía no coração.
Minha infância teve a mãe em casa e, na época, estudávamos à tarde até certa idade. No frio, tinha fogão à lenha e a gente acordava mais tarde. Este clima nos faz ficar mais melancólicos, lembrando da beleza da vida antiga. O progresso e o crescimento populacional estragam o encanto das cidades, onde a natureza era farta e se observava as geadas cobrindo a mata.
O vento hoje está cortante. Os lábios precisam de proteção e as roupas pesadas descem para a parte mais baixa dos armários. O cenário muda, as comidas também. O corpo pede sopas e chocolate quente. Usar o teclado por muito tempo requer o bafo nas mãos, a fim de descongelar os dedos. Nariz assoando, tosse e espirros viram sons comuns por onde se passa. As janelas embaçam e rabiscos surgem nelas.
Alguns profissionais sofrem mais que outros com o frio, trabalhando nas ruas. Mas a vida segue em frente, com o corpo trêmulo e retesado. Temos que nos adaptar. Particularmente, gosto do frio, mas algumas coisas ficam mais difíceis de se fazer. Muitas pessoas sofrem mais e determinados locais fora de nossas casas são frios, sem o conforto desejado.
Frio e chuva então, é um desespero para os que andam por aí! Sempre penso na frase Deus dá o frio conforme o cobertor. Será mesmo? Precisamos tentar cobrir aqueles que se encolhem. É triste alguém morrer por falta de se aquecer.
A questão é que estamos no equinócio e no sul os raios solares têm menos intensidade, fazendo com que luvas, gorros e cachecóis sejam peças do vestuário que muitos nem sonham em comprar, vivendo próximo aos trópicos. Mas eles não sabem a beleza que têm os dias de frio. O aconchego, as meias grossas e os abraços quentinhos. Sim, tem seu lado bom e agora, aqui no sul, é aproveitar a chegada do calor humano, que deixamos de lado quando o sol é muito forte. Viver as quatro estações é ter muitas opções e sair de algumas rotinas. Isso faz a vida mais emocionante! Afinal, há tempo para tudo nesta vida, inclusive aprender e compreender este ciclo.
NAMASTÊ