Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Será que todos nós apreciamos ouvir realmente as verdades? E até quando podemos dizer o que pensamos, muitas vezes desrespeitando e desequilibrando alguém emocionalmente?
Existe uma grande diferença entre dizer verdades e impor a todo custo uma opinião preconcebida. Uma verdade pode nos fazer analisar melhor uma situação e até mudar nossa vida. Mas ela precisa ser dita com muito cuidado, pois nem todo mundo está preparado a ouvir. As verdades podem mexer com nosso orgulho e até criar uma certa agressividade, mas se fizerem coerência e prestarmos atenção no contexto em si, talvez seja uma porta para enxergar o que não estávamos vendo. Dependendo da disposição de cada um, haverá mudanças de comportamento positivas.
Contudo, a famosa frase "posso dizer uma verdade?" nem sempre faz jus ao que vem pela frente. Muitas vezes, são apenas opiniões que podem desestruturar alguém, um processo ou uma vida. Se estamos preparados psicologicamente, essas verdades que mais podemos chamar de manipulações mentais, não nos afetam. Elas mais incomodam a quem diz, do que quem ouve. Mas, se já existe qualquer insegurança perante à vida, qualquer palavra dura ou conselho inoportuno pode desencadear um efeito gigante de medo, frustração e baixa auto-estima.
Somos responsáveis pelo que dizemos aos outros e nossa verdade pode não ser a verdade de alguém. Ou melhor, nossas crenças, baseadas em educação e experiências da vida, podem não corresponder ao que o outro sente naquele determinado momento. Queremos retirar a venda dos olhos dessa pessoa a todo custo e talvez ainda não há amadurecimento suficiente para isso.
Em algumas situações, não há tempo a perder e a missão é ajudar no despertar. Noutras, é necessário plantar sementes e esperar o germinar. Mas tudo com amorosidade e paciência. Ouvir verdades dói, se ditas sem pensar no que se está falando. E muitas vezes quebram relações ou elas deixam de ser sadias. Antes de tudo, observar a si mesmo e perceber se o que se fala é uma verdade que pode transformar, ou uma opinião que irá machucar.
Como saber então quando é um ou outro? Olhando para si mesmo e se perguntando por que aquilo está me afetando tanto? É provável que a atitude do outro esteja mexendo com meu inconsciente, trazendo alguma inveja ou medo ao qual não consegui resolver em minha própria vida. Daí acabo saindo por aí tentando "consertar" a vida alheia com a desculpa de que o que faço é somente dizer "verdades". Não, o que fazemos é consertar no outro o que está errado em nós. Portanto, ajude sendo honesto nas palavras, usando-as como fonte de ensinamento e sabedoria e não como uma chuva de conteúdos psíquicos mal resolvidos. Precisamos aprender a conversar sem destruir almas, deixando-as inseguras e tristes. Ao invés disso, entender quem somos e buscar a verdade dentro de nós. Nosso bom exemplo é capaz de transformar vidas, sem que necessitem palavras.
NAMASTÊ
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