TÍTULOS COLECIONADOS

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

A vida vai seguindo seu rumo e ganhamos  apelidos, títulos e nosso nome vai abrindo espaço para outras denominações. É interessante perceber no que vamos nos tornando para cada pessoa que passa em nossa vida.

Primeiro somos "meu bebê", meu filho, meu neto, meu primo, meu sobrinho. Em seguida já somos intitulados de meu amiguinho. Que fase linda de nossas vidas! Quem se lembra do nome do seu primeiro amiguinho? Aquele que apareceu na sua vida para repartir brinquedos, correr juntos ou puxar o cabelo quando contrariado.

Aprendemos quem é pai, mãe, tios, primos e os avós. Mas também fica guardada no coração a pessoa que foi nossa primeira professora. Lembro até do sorriso e  o nome da minha. De repente, ouvimos alguém nos chamar de tio, de pai ou mãe, de doutora ou mestre, de "seu fulano". Temos que nos
acostumar com os novos predicados. A familia vai crescendo e o "bebê " agora é  avô. E o avô que sonhava com esse título, agora já sonha em ter oportunidade de ver os filhos dos netos. Há quem consegue. Outros ficam na estrada da vida.

Há uma satisfação pessoal em ganhar títulos. Eles são os pequenos galhinhos que brotam na nossa árvore. E se brotam, estamos no rumo da longevidade. Não precisamos de estudo, nem diplomas para alguns, apenas ser capaz de abraçar nosso papel e tentar uma interpretação digna de prêmios. Afinal, a maneira de atuar nesta vida é uma escolha importante que nos dará aplausos ao fechar a cortina.

Infelizmente, ao deixarmos o corpo, mais um título se ouve do além. "Quem é o defunto"? O defunto, meus queridos é o bebê, o amiguinho, o namorado, o marido, pai, avô, bisavô. Mais respeito por quem teve títulos,  por quem soube amar, ajudar, ensinar, nos acolher e nos auxiliou a brotar. Porque agora ele está na casa de Deus e é mais um filho retornando à sua casa. Viver é uma coleção de títulos e são trabalhos das almas que se esforçam para evoluir e aprender. Nada é ao acaso. Nem nossos títulos. 

NAMASTÊ