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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

ESPELHOS

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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A forma com que tratamos os outros e somos tratados pelos outros demonstra literalmente diversas situações. As relações familiares, com amigos e até profissionais, se analisadas  numa grande tela, onde pudéssemos ver o filme de nossas vidas, nossas palavras e atitudes, nos fariam enxergar como usamos a arrogância, o deboche e a irritação para humilhar, entristecer e destruir uma pessoa que nos desequilibra, talvez até sem querer, de alguma maneira. Seria vergonhoso para nós, observarmos como agimos em determinadas horas. Julgamos, mas não nos julgamos.

Acontece que nos falta respirar e usar o pensamento direcionado ao amor e não aquele do qual nos orgulhamos tanto que é o do poder. Quantas e quantas vezes xingamos as pessoas, debochamos delas ou até somos agressivos fisicamente por não termos paciência e amor dentro de nós. Sim, nos falta o amor que tanto dizemos que temos.

Estou aprendendo com os mestres a ter uma paciência de Jó mesmo. Quantas vezes temos que respirar profundamente para não dar um grande berro ou até xingar alguém que nos atrapalha e irrita? Mas acredite, faz um bem depois não nos arrependermos da impulsividade.

O problema é que não nos damos conta que tudo isso, irritação, falta de paciência, estupidez não tem nada a ver com o outro. Mas com nós mesmos. O outro apenas nos afeta, porque não conseguimos trabalhar em nós esses sentimentos. As pessoas são nossos espelhos e precisamos brigar com elas para nos sentirmos bem de alguma forma.

As diversas desculpas que inventamos para nossos sentimentos desequilibrados são de educar o outro, de fazê-lo enxergar a verdade ou até de não levar desaforos para casa. Pensemos juntos:

Como educar seu filho, por exemplo, se você olha para ele e não vê a alma que habita naquele corpo, mas vê a si mesmo, ouvindo seus pais te violentando com palavras, surras e exemplos de atitudes nas quais você executa hoje nessa criança? Como mudar o padrão familiar e criar filhos seguros, que vão respeitar as pessoas e à vida? Ensine, mostre o que você realmente é e faz. Não peça para que eles arrumem suas camas, se a sua fica desarrumada o dia todo. Você é um espelho para eles. Se você não busca melhorar sua vida, como quer que eles se programem a estudar e buscar algo melhor? Ou se não deixa que eles comam doces, por que será que seu peso está além de ser o de alguém saudável? A quem será que está querendo enganar com tantas regras para os outros, mas para você nenhuma?

E no trânsito, então, como vemos pessoas desequilibradas! Você nem imagina quem está à sua frente, o que está sentindo, se está doente ou apenas gosta de andar mais devagar por precaução. O que é que está acontecendo dentro de você mesmo que não sabe mais trabalhar a paciência, a amorosidade e o respeito?

Outra situação de espelhos somos nós, os terapeutas. É incrível como nossos clientes refletem os problemas e situações que já tivemos na vida. Além de ajudarmos a eles, ajudamos a nós mesmos, percebendo os erros que todos cometemos. É lindo demais, isso!

Se os outros são nossos espelhos, devemos entender porque nos sentimos irritados quando alguém vai contra nós de alguma forma. É porque dentro de nós existe a raiva, existe a inveja, existe a insegurança. Na verdade, estamos xingando e brigando com nós mesmos. Achamos um "Cristo" para dizer várias coisas que na verdade deveríamos dizer em frente ao espelho para nossa própria alma. Temos uma criança interior satisfeita ou ela é birrenta?

É óbvio que todo um trabalho terapêutico deve ser pleiteado, porque precisamos enxergar o que de fato temos dentro de nós, para nos tornarmos pessoas prontas a agir de forma menos agressiva. Infelizmente, essas atitudes e palavras estão mais próximas de nós do que gostaríamos. Em relações muito íntimas, dentro das nossas casas e relacionamentos.

E quanto mais se fala que respirar é importante, que se autoconhecer é fundamental, mais parece que as pessoas esquecem de olhar para si. Comandar a vida do outro e bater no peito dizendo que sabe bem o que quer para os que estão ao seu redor é típico de quem não sabe o que realmente quer para si.

E, caso não tenha entendido perfeitamente onde quero chegar com este texto, deixo um conto maravilhoso de um mestre. Talvez entenda e comece a mudar, se os sentimentos pequenos não se tornaram grandes demais na sua alma.

NAMASTÊ

Talvez agora entenda Jesus quando disse na cruz: " Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem".


                                             O CONTO BUDISTA: Para ser feliz, é preciso ignorar

Dizem que uma vez, um homem se aproximou de Buda e, sem dizer uma palavra, cuspiu-lhe em seu rosto. Seus discípulos ficaram super bravos. Ananda, o discípulo mais próximo, perguntou a Buda:– Dê-me permissão para dar a este homem o que ele merece! Buda se enxugou calmamente e respondeu a Ananda:– Não. Vou falar eu com ele. E juntando as palmas das mãos em sinal de reverência, Buda disse ao homem:– Obrigado. Com seu gesto, você permitiu que eu visse que a raiva me abandonou. Estou extremamente agradecido. Seu gesto também mostrou que Ananda e os outros discípulos ainda são assaltados pela raiva. Obrigado! Somos muito gratos! Obviamente, o homem não acreditou no que ouviu, ele se sentiu comovido e angustiado. Ele não conseguia explicar o que tinha acontecido. Ele foi acometido por um tremor por todo o corpo e seu suor molhou os lençóis onde dormiu. Em sua vida, nunca havia conhecido um homem com um carisma tão forte. O Buda modificou todos os seus pensamentos e todo o seu modo de viver e de agir. Na manhã seguinte, o homem voltou ao mestre e jogou-se aos seus pés. Então o Buda se voltou para Ananda:– Você viu? Esse homem voltou para me dizer algo. Esse gesto de tocar meus pés é a maneira dele de me dizer algo que não poderia ser explicado em palavras. O homem olhou para o Buda e disse:– Perdoe-me pelo que fiz com você ontem. O mestre respondeu que não havia nada para perdoá-lo e explicou-lhe:– Como o fluxo do Ganges faz com que suas águas nunca sejam as mesmas, então nenhum homem é o mesmo de antes. Eu não sou a mesma pessoa com a qual você esteve ontem. E nem mesmo aquele que me cuspiu, está agora aqui. Não vejo ninguém tão bravo quanto a ele. Agora você não é mais o mesmo homem de ontem, você não está fazendo nada comigo, então não há nada de que eu possa te perdoar. As duas pessoas, o homem que cuspiu e o homem que recebeu o cuspe, já não estão mais aqui. Então, agora vamos falar de outra coisa.

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