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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

O MUNDO ALÉM DA TELA

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Se tivéssemos a oportunidade de ver as pessoas separadas em sentimentos, talvez nos surpreenderia observar as mais próximas em determinados lugares. O que mais ouvimos hoje é  "não tenho tempo"! Mas sabemos que o tempo é oferecido a quem queremos.

O progresso e a facilidade da comunicação está dificultando as relações. As formas com que estamos ignorando as pessoas está modificando. Antes, se alguém batesse no portão e não queríamos atender, ficávamos quietos dentro de casa, fingindo ausência. Depois, não atendiamos o telefone e surgiram as secretárias eletrônicas. Agora, a mentira está cada vez mais frequente sobre "não vi sua mensagem" ou "não tenho visto celular". Mas as redes sociais mostram as curtidas e postagens da pessoa.

Só que os sentimentos têm se escondido atrás dos equipamentos eletrônicos. A solidão, a tristeza, a inveja, a futilidade e a necessidade de mostrar nossa capacidade em alguma coisa nos faz ter tempo de sobra para opinar e postar, mas nosso egoísmo está afetando amizades e relacionamentos. O vício em segurar um celular está afastando pessoas e o pior, nos fazendo ignorar o que elas sentem e precisam.

Voltando à separação dos sentimentos e pessoas, imaginemos como seria o círculo das que se sentem ignoradas e solitárias. Há algo dentro de todos que incomoda e cujos pensamentos não dão sossego. Mentimos para nós e para todos sobre nossa felicidade, mas andamos tristes com as amizades e relações. Mentimos sobre nossa classe e posição social, quando temos que lidar com família no caos. Mentimos sobre nossa saúde mostrando como somos fitness, mas sabemos que dói não se amar e ter que sofrer sozinhos.

E nosso terapeuta virou os eletrônicos. Descarregamos neles tudo que sonhamos para nós, esperando que desconhecidos nos reconheçam. Mas a dor, a solidão, a frustração não passam. Isso porque estamos deixando de lado gargalhadas, abraços e troca de idéias com quem gostamos. Estamos ignorando e sendo ignorados. Vivemos num mundo cada vez menor, olhando só o nosso umbigo e invejando o umbigo alheio.

O churrasquinho com piadas, o café com bolo fresquinho, o chá com bolachas caseiras não existe mais. Ninguém convida ninguém para suas casas cheias de reformas e mudanças. Não querem sujeira, não querem receber. Preferem postar fotos das reformas para serem comentadas. Se convidamos, difícil reunir, pois todos têm um compromisso ou poderão ficar pouco tempo.

E há os que acham isso normal! Normal é ter vida, mas uma vida onde possamos ter boas recordações. Sabem  aquelas histórias onde os olhos brilham e ficamos encantados ao ouvir? Talvez eu esteja fora deste mundo, não faça mais parte dessa nova era. Mas, digam para vocês mesmos em que posição verdadeira vocês se colocariam se separassem as pessoas : tristes, melancólicos, ignorados, abandonados, realmente felizes, satisfeitos e orgulhosos de si? Obviamente, todos temos um buraco a ser preenchido e isso parece fazer parte de nossa evolução. Então, quanto realmente estamos trabalhando para sanar o que realmente nos incomoda ou nos faz pessoas mesquinhas e egoístas?

A lição deste texto seria a de alertar a todos nós sobre o que estamos fazendo ou deixando de fazer com nossas vidas. E chamar a atenção para o mundo que está ao redor, além de uma simples tela. Não vivemos numa bolha com doenças contagiosas. Podemos sim interagir com outros seres humanos, sem ser eletronicamente. Ache tempo antes que não haja mais motivo para isso.

NAMASTÊ 

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