Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Quando um elo é quebrado, ele simplesmente não se encaixa mais.
Quando ele se rompe, somente se abrindo, ainda há esperança da corrente ser consertada.
Porém, a cada rompimento ele fica mais fraco. Até que um dia não aguenta mais a pressão e a tentativa de encaixes e, desiste!
Quando um elo se quebra de imediato, foi por violência no trato, pressa e descuido. Esse elo é deixado fora do contexto e só será usado novamente se encontrar alguém que o cure, seja lá o que isso signifique.
Quando um elo só se rompe, abrindo brechas e fazendo toda a estrutura se modificar, até retornar ao conjunto, sofrerá mudanças. Ele poderá ser machucado, alterado e algo nele jamais será o mesmo. Pode perder seu brilho.
Assim somos nós, nossas vidas e relações. Muitos foram quebrados, outros tão machucados que não conseguem mais voltar a fazer parte do meio em que viviam. Cada um de nós pode ter sido desajustado em algum momento com a pressão ou a falta de cuidados. Muitas vezes, o rompimento se faz por conta própria, por não querermos mais viver atrás de mentiras e padrões que não nos servem. Discretamente ou abruptamente nos desvencilhamos da corrente. Se conseguiremos ou não nos encaixar em outra e sermos amparados por outros elos buscando ligações, não sabemos. Mas estamos livres do peso que era suportar tal corrente.
Às vezes, abre-se uma pequena fenda que ainda segura aos trancos e barrancos uma relação. Todo cuidado é pouco para que a corrente continue firme. Mas a mudança de comportamento, a insegurança e atenção redobrada pode cansar e desestimular a continuidade. Então as relações esfriam. E a tristeza de perder pessoas importantes, mas que não conseguem perdoar ou deixar de focar somente num determinado deslize ou erro, é dolorosa e inevitável. Precisamos conviver com essa dor, sabendo que nem o melhor ferreiro seria capaz de deixar o elo exatamente como era.
A corrente poderá seguir com sua vida até que fique muito curta para ser aproveitada. Mas sabemos que podem haver novos elos que substituam os descartados. E essa é a nossa vida dos relacionamentos familiares, amorosos, entre amigos e profissionais. Não há muito o que se fazer a não ser observar atentamente a corrente, se temos por ela amor e carinho. Prestar atenção em elos fracos e ajudá-los, não enroscar em outros a fim de criar nós e manter-se na união, caso isto nos alegre.
Parece que temos sempre elos mais próximos e com eles desenvolvemos nossas vidas. Outros, por ligações, fazem parte de nossa história. Essa corrente da vida pode ser imensa, mas também muito curta. Não importa o tamanho, mas a qualidade dos sentimentos, do respeito e da importância que se dá a cada um que se liga a nós, deixando-nos fazer parte de suas vidas, para que possamos ter uma boa história. Mas nunca será tarde para elos rompidos voltarem a se ligar, mesmo machucados e alterados em sua essência, se ainda existir um único ingrediente entre eles: o amor verdadeiro. E pode começar uma nova história, talvez menos impulsiva, porém mais libertadora.
NAMASTÊ