Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Idoso...palavra que instiga medo, quando pensamos que a vida em toda sua plenitude está aos poucos escorrendo por entre nossos dedos. Muitas coisas mudam, queiram ou não. Mesmo que hajam cuidados com a saúde, exercícios e até tentarmos evitar o progresso de nossa senescência através de plásticas, vitaminas e anabolizantes. Os fios de cabelos brancos ou são aceitos ou maquiados, a pele das mãos vai parecendo folhas de outono, os lábios encolhem, a gravidade é cada vez mais algoz e a coluna é a ordem do dia.
O sufixo "oso" tem a ver com a abundância, o exagero em alguma coisa. Então, quem já é considerado idoso tem idade abundante. E viva para quem consegue viver uma vida com idade abundante! Afinal, com tanta complexidade, viver não é tão fácil assim.
Devemos lembrar que apesar de cremes e alimentação saudável, o que não pára de envelhecer é o cérebro, que, dependendo de cada pessoa e seu estilo de vida, vai sucumbindo, causando os sintomas normais de esquecimento tão visíveis na idade.
Essa fase da vida é engraçada e é onde os armários começam a ter lugar para remédios, as visitas em médicos são o divertimento da semana e falar das dores com os vizinhos e amigos é tão natural quanto os jovens falarem de cruchs. As conversas giram em torno de funerais de amigos ou de compras desnecessárias. Outra coisa que se nota é que o emocional fica mais sensível e, mesmo não demonstrando, os idosos sentem-se mais suscetíveis aos melindres e dramas. Talvez porque precisem de mais auto-estima, atenção e compreensão. Não é à toa que muitos voltam aos salões de dança ou buscam grupos de viagens.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, idosos são pessoas que se encaixam dos 60 aos 74 anos. Depois disso são considerados anciões até os 90 e além, de extrema idade. Mas todos após os 60 anos, mesmo fisicamente sem demonstrar, já são idosos. Daí para frente é aproveitar a vida conforme seu físico, mente e disposição.
Não se deve entregar os pontos como se fosse um jogo onde passar por uma porteira significasse relaxar. Quanto mais cuidados temos ao longo da vida com corpo, mente e espírito, mais conseguimos sair da poltrona e visitar a vida além das portas mentais. Precisamos lembrar que a estagnação é um grande fator para as falhas desta máquina que é nosso corpo.
Não precisamos exagerar e nem ir além do que é necessário. Mas é importante não entregar a vida à uma estação fria e sem vitalidade. Temos ainda bilhetes para aproveitar primaveras e verões. Temos sabedoria para deixar legados, mesmo que cada um não se ache suficientemente bom. Todos os idosos tiveram suas experiências e histórias, tanto tristes, quanto alegres e que podem ser contadas e revividas.
Respeitar esta fase é o que mais pedimos, entendendo delírios, escapadas mentais, atrasos na compreensão e as montanhas russas de humores. Um abraço, um olhar e proporcionar boas risadas, são importantes para essas pessoas que já colaboraram tanto com tanta coisa no mundo. Mas o mais importante é serem compreendidas através da paciência e dedicação, mesmo que elas ainda não se manifestem como idosas. Afinal, se tiverem a sorte de que elas tiveram, um dia terás a oportunidade de se autodenominar um Idoso. E isso significa que está apreciando muitas gerações, além da sua, causando aprendizado para seu espírito.
NAMASTÊ