LIVRAMENTO OU AZAR?

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Este tema é muito importante para aqueles que crêem em algo maior do que os olhos vêem. Muitas vezes nos sentimos derrotados, quando nada parece dar certo ou sair como esperávamos. A solução que encontramos é a culpa, seja ela nossa ou de alguém.

Quando nos culpamos, a tendência é a frustração, puxando uma corrente de sentimentos autodepreciativos. Quando culpamos os outros, buscamos uma certa proteção egoica, a fim de não cair na rede anterior. Na verdade, sentimo-nos aliviados em determinadas situações, não demonstrando, como proteção às humilhações de nossa própria mente.

Talvez a culpa não seja de ninguém e tudo só faz parte de um plano maior. Reconhecer que os caminhos para se chegar a algum lugar são diversos, nos faz buscar alternativas, quem sabe mais valiosas, com aprendizados melhores e lugares e pessoas mais sadios. Obviamente, não é fácil perder um emprego se as contas continuam vertendo e é claro que nos sentíamos confiantes e seguros com aquela pessoa, mesmo tendo momentos de tensão. E ter que parar tudo por causa de alguma doença ou quando algo quebra ou estraga, muitas vezes nos irrita também. Seria puro azar ou um momento que deveríamos aproveitar para reavaliar tudo?

Se observarmos nossas vidas, encontraremos o exato momento do recomeço, tudo por conta do que nos aconteceu. Não significa que estaremos confortáveis, mas que algum peso ou véu foi retirado dos ombros e olhos, deixando-nos livres de situações que nos desagradaram. De alguma forma, mesmo preocupados, tristes ou doentes, algo está exatamente onde deve estar, seja num sentimento de libertação, seja na paz ou num passo para novas sensações e descobertas. Parece muito otimista tudo isso, mas a mente estará mais apta a encontrar soluções. 

Só não enxerga isso quem se posiciona como desafortunado, entregando os pontos e criando raízes confortáveis demais. Por menor que seja seu esforço, você está movimentando energia, está vivendo o dia a dia. Muitas vezes, fomos tirados da zona de conforto para exercer, não necessariamente algo maior, mas algo mais útil à própria vida.

E é bom ter em mente que o que estamos descrevendo são os acontecimentos inesperados e não o que irresponsavelmente fazemos e depois queremos justificar, sem ter controle do que vem pela frente. Prejudicar, trair, se vingar, roubar, atropelar os outros, não tem a ver com livramento ou azar, tem a ver com caráter. E daí, teremos que assumir as consequências destes atos, tentando reorganizar a vida. Nunca é demais ser grato pelas traições que abriram os olhos, pelos chefes que nos demitiram, nos alertando para um novo amanhecer, pelas amizades que nos esqueceram, pela dor que nos fez acordar sobre como cuidar melhor do corpo e tantas outras situações. A gratidão profunda nos desperta e abre portas. É só acreditar!

NAMASTÊ