SOFRIMENTO SOLITÁRIO

 Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

Hoje em dia perdemos aquelas tardes de fofocas em família ou com amigos. A vida está muito mais agitada, todos querendo uma fatia maior do bolo. Foram-se as conversas que eram verdadeiras terapias para aliviar o coração e abrir a mente.

As pessoas mudaram. Parecem ter medo de falar sobre seus problemas, suas dúvidas,  seus anseios. Não querem passar por fracas ou estimular invejas. Têm medo de serem alvos de comentários. E, sendo assim, se fecharam num mundo próprio,  sofrendo sozinhas suas dores e, muitas vezes, não tendo idéia de como sair do buraco.

Mal sabem elas quão terapêutico é falar, abrir o coração,  derramar a tristeza para alguém que confie ou apenas as escute. Não é balela! Faz parte, inclusive, de estudos científicos que abrir o coração pode curar traumas, fobias e acalmar a mente. Mesmo assim, muitos preferem se calar. E sofrem solitários sua dor, que pode persistir por toda vida. Podemos ter medo de sermos julgados, mas podemos também ganhar idéias sobre opções para resolver o que nos afeta.

Existem pessoas com as quais sabemos que podemos nos abrir, contar e pedir conselhos. Por outro lado, se somos ouvintes, temos que nos propor a ser dignos e não usar a história contada para ser publicada pelo mundo. Fomos escolhidos e é como se fôssemos um santuário para quem nos escolheu. Devemos ser e ter respeito. E, se fomos escolhidos, saber ouvir e dar tempo para quem precisa.

Abrir nosso coração pode ser curativo, já que guardar mágoas, ressentimentos, raiva, pode ser um grande motivo para somatizar doenças. Devemos voltar a falar, escolher alguém de nossa confiança e desabafar.  Livrarmo-nos dessa névoa sufocante que aperta o peito, que traz dores de cabeça e nos dá dores abdominais.

Se não podemos estar presentes, hoje existem formas de contato diversificadas. As pessoas estão perdendo o verdadeiro sentido das amizades e das relações. Por outro lado, se for a pessoa escolhida para ouvir, não sejamos o chato que só julga, mas que saibamos escolher as palavras e dar boas opções. Lembremos que estamos lidando com alguém sensível e precisando de apoio.

Ninguém está livre de ter dias ruins, ações impensadas e acontecimentos confusos. Mas podemos nos cuidar e ajudar, se deixarmos o orgulho de lado e soubermos ouvir verdades. Mentes perturbadas não definem bem o correto, querendo apenas ignorar, como ato protetivo.

Não precisamos do sofrimento solitário. Existem muitas almas preparadas para ouvir e nos ajudar. Apenas devemos ter bom senso e saber quem escolher. Livre-se de cargas desnecessárias e vá em frente mais leve.

NAMASTÊ