Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
Conta a lenda que em uma cidade desenvolvida, onde todos buscavam se destacar pela beleza, pela inteligência ou pela fama, os habitantes daquele local estavam sempre fugindo de suas próprias realidades.
Uns contavam mais vantagens que outros, gastavam muito em parecerem belos e mentiam sobre o quanto eram felizes e tinham tudo que queriam. Na verdade, a cidade estava coberta por uma névoa invisível, cuja essência era uma mistura de medo, vergonha e mentiras.
Cada dia esta névoa encobria o pensamento e o coração dos habitantes. Os que não sentiam-se bem, começaram a migrar para outras paragens, buscando uma vida sem temores e mais honesta. Outros, porém, sem se dar conta de sua arrogância e orgulho, continuavam no processo de embromar sua história.
Ao contarem sobre o que acontecia naquele lugar, um mestre que ouvira, resolveu ver o que lá se passava e tentaria ajudar os que ainda se escondiam na vergonha de serem julgados. Deparou -se com pessoas lindas, com sorrisos magnetizantes, cujas vidas pareciam ser tiradas de contos de fadas, perfeitas e, como interiormente queriam, invejadas. Era realmente fantástico o que pensavam sobre si mesmas.
A princípio não viu problemas em um lugar tão encantador. Mas, passadas algumas poucas horas, notou sua alma enfraquecida e cheia de dúvidas. Justamente ele que cuidava tanto do equilíbrio da alma. Resolveu se recolher e meditar. E teve a visão da névoa triste e tão silenciosa invadindo o coração das pessoas.
Após proteger -se, resolveu ajudar a todos que quisessem se curar. Mostrou o quanto mentir para nós mesmos sobre nossas vidas e o que somos capazes, nos faz infelizes. Que não precisamos ter medo de errar ou de cair, pois nossas falhas são as bênçãos para aperfeiçoarmos nossos atos. Que não precisamos esconder dos que amamos e são nossa família terrena o que não deu certo, o que falhou ou o que não conseguimos, pois eles são alicerces da nossa árvore da vida e se compadecem de nossas tristezas, assim como de nossas alegrias. Que não devemos temer os invejosos, mas perdoá-los e amá-los, a fim de que aprendam a evoluir. E que não precisamos viver em função de tanta vaidade, pois o invólucro é a casca e o fruto real está dentro de nós para ser apreciado por quem tem sabedoria e é merecedor da nossa companhia.
Dito isso, retirou -se, seguindo sua caminhada de aprendizado. Anos mais tarde, soube que aquela cidade tinha se transformado num verdadeiro paraíso, com pessoas amigas, sem medos, aceitando suas potencialidades, ajudando uns aos outros a evoluírem e abrindo seus corações, revelando suas fraquezas que, mais tarde, se manifestaram em sabedorias. Infelizmente, alguns ainda sem acreditar, preferiram continuar na névoa que aos poucos os consumiu em seres angustiados, raivosos e sem brilho algum. Pereceram em suas próprias ilusões.
Moral da história: errar faz parte da vida; não dar certo, não é mérito de ninguém e mentir para si mesmo é tornar a vida uma fantasia cujo fim não é o felizes para sempre.
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