(MENSAGEM ENVIADA DIA 31/12/2029)
Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
Um dia, quando estava distraída com alguma coisa em minha casa, bateram à porta. Não esperava ninguém. Fui abrir, como de costume, perguntando quem era. Não houve resposta. Pensei se deveria abrir. Resolvi ficar na minha, silenciei e não atendi.
Mais tarde, ouvi a notícia de que em diversas casas pelo mundo ouviam-se batidas nas portas. Alguns abriram, outros agiram como eu e deram as costas. Infelizmente, o visitante não seria benvindo.
Quem o recebeu, talvez até de braços abertos, enfrentou dificuldades para expulsá-lo. Sofreu, teve dores e alguns foram derrotados pelo algoz.
Portas e janelas foram trancadas e o medo se instalou. Não era uma guerra, apenas alguém sem piedade querendo resgatar almas. Espiávamos antes de sair de casa e nos camuflávamos com panos no rosto. Talvez assim, ele não nos reconhecesse. Sorrateiramente, ele conseguia estar ao nosso redor.
Ao menor descuido, o arrebatador de ovelhas aumentava a coleção de vítimas. O mundo tinha mudado como num filme de ficção, onde os mais fracos, teimosos ou heróis eram os mais visados. Com medo e cuidado, fomos nos isolando.
O mundo virou de cabeça para baixo. Deixamos de fazer o que normalmente fazíamos, para nos adaptarmos à uma nova realidade. Tivemos que aprender que abraçar e beijar não era mais opção para demonstrar amor e carinho. Mas afinal, quem era e o que realmente veio fazer esse ser?
Demos a ele um nome, mas ele não estava nem um pouco interessado nisso. Queria mesmo nos atacar, de forma que sucumbíssemos à falta de ar.
A humanidade, pelo menos por algum tempo, soube o que era a sensação de impotência perante o universo. Isso fez com que muitos encostassem seus joelhos no chão e buscassem força espiritual. Outros, passaram horas tentando descobrir como nosso corpo poderia ser imunizado contra o malfeitor. Uma porcentagem deu de ombros, como se tudo fosse loucura e exagero. Mas o vilão esfregava as mãos e se alimentava da falta de responsabilidade social.
Viramos pessoas de meio rosto, mas com vaidade suficiente para deixar a metade coberta com figuras e estampas coloridas. Criamos uma película constante em tudo de álcool gel, tentando afastar o impiedoso. E fomos levando a vida, fingindo não sofrer, como dizia o cantor.
Aos poucos, juntamos corações ao invés de mãos, pensamentos positivos ao invés de egoísmo e laços espirituais ao invés de abraços físicos. Temos a nítida impressão (ou talvez uma grande vontade inconsciente), de que essa força derrotará aquele que ousou nos colocar no banco.
E o que esperamos é recuperar, não o tempo perdido, mas a sanidade dos humanos. Não o dinheiro perdido, mas a consciência da caridade e união. Não a arrogância ou soberba que tratam os iguais diferentemente, mas a fé na qualidade de vida, no respeito à Terra e na fonte da sabedoria interior.
Estamos atravessando... E só não percebe isso quem ainda não se deu conta que o que está parado por muito tempo, precisa ser remexido e adubado para que, novamente, retome o rumo da evolução.
Adeus aos que queiram permanecer com suas amarras. Nós, que acreditamos, estamos iniciando um novo mundo, mesmo que hajam bloqueios e dificuldades. Pois o mundo real é o que existe aqui e agora...dentro de cada um. Mudanças são sempre benvindas, quando se tratam de nos fortalecer em mente e espírito. O problema do mundo são os que calçam sempre os mesmos sapatos e, mesmo com furos e os pés doendo, continuam a fingir que eles durarão para sempre, sem aceitar novos.
O exterminador pode até andar rondando nossas vidas, mas daremos um jeito de evoluir idéias e ideais para a grande adaptação da nova era. Que seja essa a finalidade de ainda estarmos vivos.
Feliz 2021
NAMASTÊ
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