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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

domingo, 4 de maio de 2025

COMPREENDENDO AS MÃES

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Talvez ser mãe seja a tarefa mais difícil e incompreendida que um ser humano tem a fazer. Obviamente, julgá-las é fácil, pois vivem entre a loucura e a sanidade. É devido seu tipo, sua educação, sua maneira de viver e enxergar a vida que se transformam em preocupadas, desligadas, ausentes, indiscretas, rudes, amorosas em excesso e tantos outros adjetivos. 

Elas podem ser tudo em uma só, conforme a necessidade de proteger ou até destruir a prole. Medir o sentimento de uma mulher que seja mãe, não só por ter parido, mas porque seu coração é repleto de amor, é praticamente impossível. Elas sufocam, constrangem, são impulsivas, se humilham, são lutadoras, não desistem, são buscadoras e mais que tudo, sofrem, além de toda felicidade que tem dentro de si.

Sofrem porque passam por diversas fases na vida, onde precisam aprender a libertar, a entender que o que veio de dentro, agora é do mundo. Esse desligamento é dolorido, mas extremamente necessário, tanto para elas, quanto para os filhos. O que não compreendem é que mesmo distante nunca perdem o trono. Porém, agora ficam mais como observadoras, conselheiras e acolhedoras, do que educadoras.

Sofrem, porque ainda vêem nos filhos adultos e maduros, seus bebês. Mas agora, sem a faculdade de ordenar e exigir. Sofrem, porque com o tempo, sentem-se amputadas e ainda dividem essa parte com outra pessoa nas suas vidas. Sofrem, quando todas as suas palavras não são ouvidas e suas orientações são esquecidas ou trocadas, porque seus filhos  pensam que dar ouvidos a estranhos são qualificadores de sucesso na sociedade. Não porque que elas sejam donas da razão, mas porque não querem vê-los sofrer.

Sofrem por si mesmas, quando a incerteza sobre como educar e agir torna-se complicado e arriscado. Sofrem, quando seu amor é desdenhado e os abraços deixados de lado. Elas amam estar presentes nas festas do jardim de infância até à formatura. Para elas só existe uma criança no meio de tantas. Tem orgulho em ver o desabrochar da filha, ensinar tudo que aprendeu e ajeitá-la para seus momentos inesquecíveis. Se emociona ao ver o filho no primeiro emprego, encontrando sua companheira e o levando ao altar agarrada em seu braço, desfilando orgulhosa.

Todos têm mãe! Gostem ou não, conheçam ou não, respeitem ou não, elas cederam um espaço de suas vidas para que tivesse a oportunidade de estar no mundo. Sim, elas são o retrato que não desbota e a pedra no sapato quando queremos liberdade. Elas choram em silêncio e são obrigadas a maquiar as lágrimas para não criarem dramas. Elas seguram as rédeas e às vezes, demonstram fragilidade mal interpretada. Mas são mães!

E mãe é o inexplicável, o segredo espiritual, a crise com boa intenção, o cansaço e o esgotamento. Nem sempre as histórias têm um feliz feliz. Algumas deixam de existir em vida ainda para seus filhos, porque se tornam um peso. Outras são valorizadas até que suas almas se elevem. Talvez a questão não é ser mãe, mas ser filhos desta mãe. Lembrando que as mães também são filhos e que o melhor aprendizado vem do que vivenciamos na própria família. Portanto, compreender toda uma vida, talvez nem Freud tenha tido a capacidade de versar corretamente.

NAMASTÊ 

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